Xeque-mate ao novo Rei?
Com a abdicação do Rei Juan Carlos a favor de seu filho varão Felipe de Bourbon, abriu-se uma caixa de Pandora. De um momento para o outro a nossa vizinha Espanha viu-se a braços com um problema político que não imaginava: a dúvida sobre a “real” razão de existência da monarquia.
Milhares de pessoas têm vindo para a rua exigir a convocação de um referendo, a questionar se os espanhóis preferem manter uma monarquia mesmo numa versão do século XXI ou bem pelo contrário desejam a implantação de uma 3ª República, a exemplo de Portugal.
Se me perguntarem se sou republicano ou monárquico, responderei com a primeira opção, tomando em consideração que jamais vivi numa monarquia. No entanto a figura de um Presidente da República num sistema parlamentar como o nosso, cinge-se a dar posse a ministros e secretários de estado, ou a condecorar individualidades no dia 10 de Junho.
Tirando isso o PR é apenas e apenas uma figura de retórica, quiçá com algum peso institucional, mas muito pouco poder. E é esta noção da realidade republicana que os nossos vizinhos espanhóis ainda não têm.
Enquanto qualquer candidato a presidente sai do arco dos políticos da governação, provavelmente refém de muitos apoios recebidos para a sua eleição, o futuro rei de Espanha, Felipe VI, conseguiu para já o feito invulgar de casar por amor com uma jornalista já anteriormente casada e mais tarde divorciada e tem vindo toda a sua vida a preparar-se para ser Rei de Espanha.
A minha reflexão final vai para a ideia de que, no actual contexto europeu, não sei se a manutenção de uma monarquia não seria o mais sensato.
Entretanto os xeques-mates ao novo Rei continuam!