Vacinar pela internet
As novas tecnologias tão em voga trazem-nos, para além de alguma facilitação das nossas vidas, acessos permanentes e à distância de um toque a um manancial de informação que era impensável há trinta anos.
A internet é actualmente a forma mais rápida e (in)fiel de obtermos o conhecimento sobre qualquer assunto. Há, no entanto, um paradoxo nisto tudo e que se prende com a interpretação que se dão aos dados obtidos. Muito ao encontro daquela já gasta teoria da garrafa meia cheia ou meia vazia. Dependendo de quem a vê!
Abordo este assunto porque um destes dias dei por mim a escutar uma senhora que assumia a não vacinação da filha porque lera na Internet que aquela terapia preventiva teria evidentes e óbvios efeitos secundários e face ao que lera preferia tratá-la com outras opções que lhe pareciam menos violentas e agressivas.
Compreendo que caberá aos pais decidirem o que creem que será melhor para os seus filhos. Só que muitas vezes as premissas, onde assentam as ditas opções, poderão não ser as mais fiáveis. Já pensaram nisso?
Todavia a escolha daquela mãe não influencia somente a sua filha, mas um conjunto de outras pessoas que convivem diariamente com a criança. Não sei se os portugueses gostarão de andar na rua quando sabem que há pessoas infectadas com qualquer vírus e que ao não desejarem serem tratados de forma tradicional, podem colocar em causa a saúde pública.
Regressando aos dados disponibilizados pela internet seria de todo aconselhável a quem lê a informação dos efeitos secundários, lesse outrossim os factores positivos e pesasse convenientemente e a fundo a sua decisão.
Ora é certo que muitas das nossas decisões têm consequências que por vezes culminam em algo menos agradável à nossa própria vontade. Mas faz parte da vida ou melhor… é o verdadeiro mistério da vida.