Um Rio num mar revolto
Ainda parece que se escutam as palmas do último congresso do PSD e já há quem ache que se deveria marcar outro.
Rui Rio venceu as eleições internas, mas (ainda!!!) não convenceu. Primeiro porque o aparelho do partido não está de todo ao lado do actual líder. Segundo porque Luís Montenegro com o seu discurso abriu as hostilidades contra Rio que o tempo adensará. Terceiro porque o antigo autarca do Porto não consegue gerar consensos dentro do seu partido.
Depois a recente e mui estranha eleição para o grupo Parlamentar deixou ainda mais à mostra as fragilidades desta nova liderança. E das duas uma: ou Rui Rio impõe as suas regras e disciplina interna, originando inimigos mas também alguns apoios ou prefere usar panos quentes e arrisca-se a jamais ser respeitado.
Parece óbvio que o PSD é neste momento um partido profundamente dividido, especialmente porque o PS continua em vento em popa, não obstante os contínuos avisos do FMI sobre a dívida lusa. Nesta situação dificilmente o partido laranja ganhará quaisquer futuras eleições.
A estratégia de Rui Rio vai assim no sentido de se disponibilizar para acordos com o PS (uma espécie de Bloco Central versão 2020). Mas há algo que os militantes e simpatizantes do PSD não perdoam ao PS: são as frases de Costa ao dizer que jamais faria acordos com o PSD, liderado na altura por PPC.
Aproximam-se tempos muito dificeis para Rio. Vejamos como sairá desta estória.
Ou vilão ou herói!