Três ilhas, cinco dias - Pequenino
O último dia no Pico previa-se intenso. Por isso às sete da manhã já estávamos numa pastelaria a tomar o pequeno almoço, ali bem no centro da Madalena do Pico.
Havíamos previsto subir por estrada à montanha, acima de tudo para observar as lagoas. Depois desceríamos novamente às Lages para visitar o museu e finalmente espreitar à luz do dia a orla costeira entre o porto de antigos baleeiros e a capital da ilha, antes de rumarmos ao Aeroporto para o regresso.
A subida iniciou-se muito bem com a serra mais alta de Portugal a seguir-nos. De vez em quando um banco de nevoeiro obrigava-nos a velocidade mais reduzida pois como soe dizer-se "não se via um palmo à frente do nariz".
Finalmente à esquerda a indicação da lagoa do Capitão. A primeira que nos surgiu e sem dúvida a mais bonita,
Alguns patos andavam por ali serenamente a gozar dos raios de sol que o nevoeiro deixara escapar. A calma do local é simplesmente contagiante. Senti-me, ao olhar aquela montanha ali imponente, deveras pequenino.
Voltámos à estrada principal em busca de mais lagoas. Só que caiu um nevoeiro tamanho que a determinada altura perdi-me com as lagoas e os seus nomes. Ficaram algumas fotos mesmo que enovoadas.
Era tal o nevoeiro que cheguei a perguntar a uns bezerros simpáticos, o caminho.
Cheguei às Lages a horas de ver o museu beleeiro. Um belíssimo naco de história de uma povoação repleta de estórias.
Gostei especialmente deste quadro, feito em osso de baleia, talvez por simbolizar a vida de muita gente.
Passado tantos anos após o fim da caça da baleia, este cetáceo continua a dar riqueza ao local, especialmente pela aventura que será avistar baleias. No porto simpático e acolhedor são já algumas as ofertas para ver baleias e golfinhos. Uma aventura a fazer futuramente.
Era hora de regressar ao caminho.
Mais umas fotos para recordar.
Até chegarmos perto de Madalena, já depois de Candelária podemos apreciar um dos mais belos patrimónios da humanidade: as típicas vinhas do Pico que vão crescendo por entre jeirões de pedra negra.
A paisagem é realmente deslumbrante. E obriga a parar. E sentir. Paredes meias com o mar...
Finalmente chegara a hora do almoço e aproveitou-se para uma última refeição que foi um manjar dos deuses. O restaurante "Ancoradouro" surgiu assim na nossa frente por acaso e foi uma óptima escolha.
Entradas de queijo de S. João e mel para um e linguiça e inhame para outro, que acabámos por partilhar, para depois se seguir um bife simplesmente soberbo. O vinho tinto da região a condizer e uma sobremesa de se tirar o chapéu. Não foi barato mas valeu a pena.
Fazia-se tarde. E estava muito abafado. Terminámos fazendo uma visita à igreja da Madalena que me impressionou verdadeiramente. Havia obras no centro da povoação o que limitou o nosso passeio.
Pouco depois das três da tarde entregava o carro na Aerogare.
O Pico merece, sem dúvida, uma visita mais detalhada. Essencialmente para um dia poder ver baleias e quiçá subir ao ponto mais alto de Portugal.
Assim tenha eu vida e saúde para o fazer!