Chegou-me hoje às mãos uma publicação recente da Gradiva em BD. Chama-se "Lonesome" escrito e desenhado pelo belga Yves Swolfs.
Não conhecia esta BD, mas não pude acabar o dia sem ler as 56 páginas que constituem a primeira parte de uma triologia. Numa pesquesa rápida percebi que este livro já fora publicado em 2018 na Bélgica só surgindo agora em Portugal.
Como western gostei. A cor, o desenho, a história e acima de tudo o suspence que nos faz desejar comprar o tomo seguinte, foram muito bem trabalhados. Sou especialmente apreciador deste tipo de sequências de vinhetas em cima de outras obrigando o leitor a uma maior atenção na leitura e visualização dos desenhos. Muito bom!
No entanto e como não li a versão original, que acredito seja em Francês, não posso avaliar a sua tradução. Todavia há erros que não deveriam de aparecer mesmo neste tipo de livros e que nada tem a ver com traduções. A BD não é uma arte menor, bem pelo contrário e por isso o português deve ser aqui outrossim bem tratado.
Espero sinvceramente que nas próximas publicações haja um maior cuidado linguístico.
Sempre gostei do ambiente do Oeste americano, especialmente aquele que me foi mostrado muitas vezes através de longas metragens, onde John Wayne sobressaiu, mas essencialmente por uma série que nasceu em 1959 (o ano em que eu também nasci) e que a RTP naqueles idos anos 60 e 70 foi oferecendo aos telespectadores portugueses.
Até que um dia o meu pai me ofereceu o primeiro livro de BD. Um album com o herói Lucky Luke e os seus inimigos, os irmãos Dalton. Um livro que li e reli, sem problema nenhum em assumi-lo, centenas de vezes. Chama-se "Fora-da-lei" e ainda hoje é a minha "jóia da coroa":
Já a trabalhar e com dinheiro no bolso associei novas aventuras e novos livros.
Bom tudo isto para dizer que chegou há poucos dias a casa a minha mais recente aquisição de BD. Chama-se "O Último Homem...." e tem todos os condimentos que eu gosto. Uma estória diferente com um desenho muito bonito. Gostei essencialmente de algumas sobreposição de pranchas que me pareceram bem criadas e com um sentido forte. Muito bom!
Assumo que não conhecia Jerôme Felix e Paul Gastine, os autores deste livro, mas fiquei muito bem impressionado, acima de tudo, com a qualidade do traço. O texto não estará, no entanto, ao mesmo nível. Estranhei a linguagem um tanto diferente do que estou habituado na BD com o uso de algum vernáculo sem, contudo, roçar o exagero. Mas o enredo é diferente!
Um bom livro para este Verão.
Um último conselho para quem o ler: façam-no devagar! A obra merece!