Uma causa maior!
Há quem pense que a vida no campo corresponde somente a coisas fantásticas. Comer e beber do bom e do melhor, passear pelos campos ou simplesmente conviver na tasca ruidosa da aldeia.
Contudo e sem tentar negar que tudo é possível fazer no campo, a realidade tende a ser um tanto diferente.
Seja na aldeia, seja numa vila ou na cidade, o certo é que nada se tem sem trabalho... muito trabalho. Todavia da aldeia piora um pouco: as uvas jamais nasceriam se não houvesse uma poda, cortanto os ramos velhos. A azeitona jamais daria azeite se não a apanhássemos da árvore no tempo devido. As ovelhas jamais dariam leite se o pasto não fosse suficiente. As colheitas de trigo ou milho nunca seriam boas se não existisse uma monda.
A vida campestre não é um emprego das nove às cinco, bem pelo contrário. A labuta no campo não dá descanso pois o gado necessita comer todos os dias e nunca mete férias. Os campos requerem trato e cuidados. As árvores necessitam de podas especializadas. A horta deseja água...
Tudo somado são dias, semanas, anos entregues a uma espécie de causa... maior!
Coube-me nestes últimos dias ser um pouco de agricultor ou lavrador (como antigamente se auto-denominava o meu avô!). Foram dias duros, muito duros com o calor a não dar tréguas. Horas a fio a carregar mato para um monte que assim que se puder se colocará a arder.
O curioso é que assim que a noite chega... nem há vontade de sair de casa. O leito é o mais desejado. Porque o corpo reclama o merecido descanso.
A vida do campo não foi feita unicamente para homens rudes. mas somente para homens amantes da terra fértil!