Duas ilhas - duas jóias #8!
3 - O porto que tem uma cidade
Sardinhas, Rosais e Fajã dos Cubres
Era quase noite quando chegámos a Velas. Estávamos sem jantar e um petisco leve serviria... Parei o carro numa rua da vila e fomos por ali andando devagar. Ao longe parecia ouvir-se uma banda filarmónica. Fomos caminhando ao seu encontro e demos de caras com uma procissão em louvor de S. João. Muita gente na rua e acabámos por perceber que em breve haveria missa campal já que a pequena capela, recentemente restaurada, seria assaz pequena para receber tanta gente.
Assistimos a mais uma eucaristia. Para depois sermos convidados a comer das sardinhas, caldo verde, broa e queijo da ilha que a Junta de freguesia oferecia graciosamente. Não me fiz rogado até porque adoro sardinhas e queria outrossim sentir o espírito do momento, Comprei um saco de rifas na quermesse a quem devolvi mais tarde os prémios. Ficam já para a próxima!
A noite caira há muito e uma brisa leve soprava vindo do mar. Quando por fim chegámos ao hotel estávamos visivelmente cansados.
O dia seguinte surgiu brilhante sem uma nuvem. O roteiro passava essencialmente por Rosais e o seu farol, Fajã dos Cudres e Fajá da Caldeira de Santo Cristo.
Porém a primeira paragem foi em "Sete Fontes" um local muito bonito. Uma espécie de parque de merendas, onde se viam uns patos que nos seguiam por todo o lado, provavelmente à espera de uma migalha, tal como uns galos e galinhas.
Se no dia anterior havíamos estado no Topo agora queríamos ir à Ponta dos Rosais que se situa na ponta oposta do Topo da ilha de S. Jorge. Uma estrada de terra batida que atravessava prados imensos e salpicados aqui e ali por algum gado.
A estrada vermelha parecia não ter fim, até que finalmente avistámos a torre do que parecia ser um farol.
Neste local deserto o vento soprava com muita força. A paisagem era bonita e os reflexos do sol no mar eram imperdíveis. há quem diga que daqui se vê a ilha Graciosa... No entanto o tempo nublado não nos deixou vê-la.
De retorno ao alcatrão segui para a parte Norte da ilha. Passámos por Toledo, Santo António, Norte Grande e Norte Pequeno. E aqui surge o desvio para a Fajã dos Cubres. Não imagino quantos quilómetros serão entre a estrada e a povoação lá em baixo bem encostado ao mar, mas a via assemelha-se às anteriores com curvas e contra curvas e com um declive muito assentuado.
Dentro do povo há uma indicação do caminho para a Fajã da Caldeira de Santo Cristo. Mais à frente um largo com estacionamento. Foi aqui que largámos a viatura. Esperáva-nos 4,3 quilómetros de caminho até ao nosso destino.
Nada de mais para quem é peregrino e ainda há pouco tempo fez 150 quilómetros até Fátima... Portanto pés ao caminho e eis-nos a subir e a descer uma estrada só transitável para as moto-quatro ou pequenos tractores.
O mar umas vezes surgia longe outras bem perto.
Por nós, entretanto, passavam as referidas motos de quatro rodas carregadas de gente ou haveres, num vai-vém quase citadino. Ou simples peregerinos a pé que haviam dedicado a manhã a uma pequena peregrinação à Ermida de Santo Cristo. Um cumprimento matinal entre nós bastava...
Sinceramente nem demos pelo tempo passar... nem pelo comprimento do caminho. Ainda não era meio-dia quando, de súbito, demos com isto.
9 - Fajã da Caldeira de Santo Cristo