Porém, a letra deveria ser um poucachinho alterada porque aquele final "no fim de dia, bem abraçados, a ver o pôr do Sol" deveria ser "no fim de dia, bem abrigados a ver a areia no ar".
Esta é naturalmente uma brincadeira, mas hoje fui olimpicamente corrido da praia por causa de um vento tonto e desgovernado. O mais curioso é que quando saí do parque de estacionamento não havia, pasmem-se, uma única viatura para entrar, quando a semana passada a fila entrava pela estrada principal.
Estranhei esta manhã ventosa porque ontem a praia da parte estava com um sabor tropical, com calor, sem uma brisa sequer e a água tépida com uma temperatura como jamais senti nas águas atlânticas da Praia da Raínha.
Há 38 anos estava eu, ao fim da tarde, à porta do velho hospital de Torres Novas depois de ter ido ver a minha avó assaz doente. Tão doente que acabaria por falecer nessa mesma noite.
Trago este episódio menos simpático da minha vida porque recordo que nesse dia fazia um calor tórrido, tão forte como o dos últimos dias.
Estas canículas sempre fizeram parte do nosso clima, assim reza a memória dos mais velhos. O meu idoso pai ainda relembra que no seu tempo principiava a chover em Outubro e só parava em Abril, assim como o calor que atingia temperaturas quase infernais.
Agora quase todos os dias vimos um destaque noticioso sobre este calor estival, como se tal jamais tivesse acontecido. Mas seria bom que antes de botarem a notícia cá fora fizessem um pouco de investigação... tentando com isso perceber quão diferente está o nosso Verão de 2025 e por exemplo o de 1985 ou antes mesmo.
Na próxima sexta feira fará três semanas que estou oficialmente de férias.
Mas como durante pos próximos quatro dias dias andarei a cirandar pelo país, acabei agora de deitar contas aos meus dias que foram realmente de repouso, diria que em demasia.
Assim sendo desde o dia 26 de Julho que estou na minha casa a quatro quilómetros da pria e onde fui... 18 dias. Faltei um dia porque tive de alinhar numas consultas... do dia 5. Exceptuando este dia, todas as manhãs lé ia eu para a praia da Raínha onde depois de assentar arraiais me punha a caminho.
Como tenho uma aplicação no telemáóel que mede as distâncias percorridas tomei hoje consciência que percorri 129 quilómetros a pé e à beira-mar. Parece pouco, mas para quem já não caminhava assim há uns anos, até que nem foi mau.
Estou a queimar os derradeiros cartuchos das férias mas fica aqui o registo das minhas longas caminhadas. Quem pagou foram as garrafinhas de branco bem fresquinha que marcharam mais depressa que os meus passeios.
Pode ser, poder se repito que em Setembro aqui volte. Logo veremos...
Já por aqui referi o meu imenso gosto pelo tempo de praia. O Sol e o mar são as principais forças que me levam até um areal para desfrutar desta relação. Gosto de longas caminhadas à beira mar, de sentir o astro-rei a aquecer-me, de ler um livro e acima de tudo de dormitar estendido numa toalha.
Só que, como tudo na vida, há na praia situações que não aprecio, diria mesmo que detesto. Se algumas ninguém consegue controlar, outras há que não posso fazer nada mas que me irritam na mesma.
Eis ora a lista:
- Vento. Esta é daqueles fenómenos naturais que ninguém manda, mas chateia-me estar a ser sovado selvaticamente pela areia;
- Os fumadores. Sei que há a tal de liberdade. Mas se há liberdade para os fumadores conspurcarem tudo em seu redor eu também deveria ter a liberdade de não ser fumador passivo;
- Os jogadores de bola. Esta maltinha são daqueles que jogam em qualquer metro quadrado. E nem se preocupam na possibilidade de magoar alguém;
- O chapéu de Sol com vida. Este ano foram diversos os casos de chapéus que sairam do seu lugar e alguns até foram parar dentro de água. Um desses acertou-me, por sorte, no pé... E se fosse num olho? Pois;
- O luso-francês. Aquele emigrante que há um par de anos partiu para terras gaulesas e agora chega cá de "vacances" e só sabe falar a língua de Victor Hugo, olvidando a sua lusa origem.
Portanto sem esta mão cheia de eventos a praia seria um local perfeito.
Hoje necessitei de indicar a uma entidade responsável pelos postes públicos de telecomunicações a localização certa da minha casa pois é encostada a esta que se encontra um poste danificado pondo em perigo acima de tudo pessoas.
Através de uma aplicação super conhecida lá encontrei a posição geográfica da minha humilde casa. Mas esta pesquisa deu-me uma outra noção que vou passar a expor. Todavia há que fazer uma breve introdução explicativa.
Da minha casa à praia mais perto (não é a que frequento!!!) serão, no máximo, três quilómetros. Outras são ligeiramente mais distantes, mas nada de muuuuuuuuuuuuito longínquo. Posso dizer que a praia que vou diariamente neste tempo de férias fica a quatro quilómetros, mal medidos.
Ora bem, o que constatei com a pesquisa que referi no início deste postal é que a maioria das casas deste enorme bairro exibem de uma mancha em azul claro nos seus logradouros, sinal evidente da existência de uma piscina. Se algumas foram feitas de raiz outras nasceram à posteriori e há muitas redondas que calculo sejam das desmontáveis.
Como amante que sou de praia até nem me importo nada com isso pois será menos gente na estrada, nos estacionamentos, no areal.
Muitos destes visados desculpar-se-ão com os filhos e netos pequenos, mas sinceramente questiono esta opção... Até porque não acredito que uma verdadeira criança troque um divertido mergulho numa onda por um salto para uma água carregadinha de cloro! Depois há a areia, outros miúdos e muitas aventuras que um belo areal pode efectivamente dar às crianças.
Em forma de remate diria que me cheira a comodismo por parte dos mais velhos (sejam estes pais, avós, tios ou amigos), olvidando que os afogamentos de crianças nas piscinas são muito superiores aos das praias. Na verdade as piscinas não têm ondas... e muitas nem supervisão adulta!
No que concerne às estações do ano não há maiorias absolutas. Uns gostam da Primavera, outras do Outono, ainda há os que preferem o Inverno e finalmente os que gostam do Verão.
O título deste postal não se refere à preferência do autor que opta mais pelo frio. Todavia o Verão é bom quando significa férias... Como agora!
Até há uns anos, especialmente quando era um trabalhador activo, este tempo significava acima de tudo preguiçar. Porém com a idade e a reforma passei a ficar mais activo nas férias, quase sempre através da escrita. Hoje escrevo mais, muito mais que antigamente.
Quanto ao Verão prefiro-o mais fresquinho. Mas também reconheço que praia à chuva não tem grande piada. Curiosamente hoje foi quase um dia desses. Logo pela manhã percebi que havia chovido. Nem dei conta e nem sei se foi durante a noite ou de madrugada.
A verdade é que saí de casa já tarde, muito mais tarde que os outros dias. Porém cheguei à praia e esta estava vazia. Na areia viam-se ainda as marcas da intempérie e poucos banhistas. Todavia os verdadeiros amantes de praia estavam lá.
Certo é que com um capelo plúmbeo a tapar o anil celeste o Sol aparecia pouco, mas quando surgia era quente, quente, quente. Valia a água quase tépida.
Mas pronto o Verão tem destas incongruências: ora faz um calor abrasador ou então debita umas trovoadas pouco simpáticas.
Este Verão antecipado, mesmo que seja por poucos dias segundo já apurei, remete-me para a fotografia abaixo.
Adoro uma bela sardinhada. E não me preocupa se há batatas ou salada. Desde que haja sardinhas, pão e bom vinho fico nas minhas "sete quintas".
Há muitos, muitos anos na aldeia havia festa. Daquelas com arraial e tudo o que se espera e deseja nestas festarolas. A determinada altura deu-me a fome. Já trabalhava e assim graveto era algo que não me faltava. Juntei-me mais uns amigos e enquanto eles pediram frango assado, este pobre de Cristo pediu sardinhas.
Comemos até nos fartarmos, noite dentro. Consciente do meu estado etílico, que não sendo nada grave ainda assim era mais parvo do que o costume, nem saí do meu lugar para um pézinho de dança.
Já madrugada pedi a conta e quando chegou "a dolorosa" conferi que havia comido duas dezenas de sardinhas e bebido duas dúzias de "mines". Uma bestialidade, confesso!
Saltando para a actualidade já sinto saudades deste petisco.
Este ano tenho notado uma anormal afluência à Praia da Rainha. Calculo que se prenda com as dificuldades que as pessoas têm tido em cumprir com os seus compromissos financeiros, o que leva a terem de abdicar daquelas férias no Algarve e escolherem umas das praias da Caparica.
Certo é que se juntarmos o calor quase tórrido dos últimos dias dá uma mistura explosiva e que termina na praia hipercheia ainda muuuuuuuuuuuuito antes do meio-dia.
Chapéu, saco das toalhas, cadeira e mais uma parafrenália de brinquedos para a miúda é a minha sina... todos os dias! Depois descarrego tudo na areia, mais ou menos longe das pessoas e monto este estaminé. Por fim é aquela parte dos protectores solares na pele não vá o Sol pregar das suas... como se ele estiveesse preocupado com isso!
A minha neta quer logo ir à água e portanto lá vamos nós a reboque da cachopa. Quando finalmente regresso à toalha e ao meu chapéu... ups... onde está ele. Finalmente lá o encontro rodeado de outros tantos irmãos.
Quase num ápice a praia encheu. E o pior é que os veraneantes adoram ficar quase uns em cima dos outros (não aprenderam nada como COVID!), deixando pouco espaço para estender umas reles toalhas.
Associado a esta quase invasão temos gente de todas idades, sexos, tamanhos e gorduras. Muitos com uma linguagem pouco feliz, com conversas da treta, música aos berros e para piorar... naqueles três metros de areal que sobra... "bora jogar à bola"!
A fauna humana que encontro actualmente nesta praia é assaz diferente dos anos anteriores... Tão diferente que quase me sinto tentado a escolher outro local.
Temo, no entanto, que o panorama seja semelhante nas praias vizinhas. Pelas onze e meia costumo regressar a casa. Mas o movimento de entrada continua a superar o espaço do areal... Um destes dias rebenta!
O que vale é que a maré, nesta semana, está a descer!
Constatei que a população portuguesa está cada vez mais obesa. Antigamente havia gente magra, gorda e obesa! Actualmente os magros não existem (nem nas crianças) para só surgirem gordos, muitos gordos e obesos.
Parece que temos um problema na alimentação. Ou isto ainda será cosnsequências do confinamento "covídeo"? Não sei dizer...
Mas o curioso é que há cada vez mais gente a fazer longas caminhadas na praia.
A nossa população entrou naquela fase "amaricana" de ganhar peso e no sentido inverso a perder inteligência! Depois as lojas de comida rápida, os petiscos e as comidas estranhas. Tudo acompanhado de muito álcool e daquele bem destilado.
Sempre que chego cedo à praia (não foi o caso de hoje) é frequente encontrar à beira bar os restos das noites bem bebidas.
Faz-se tanta campanha por minudências quando estes casos de obesidade social grassam pela nossa população em geral!
Quanto a mim, que também tenho peso a mais, estou numa fase de perder algum. Sem ginásticas nem remédios milagrosos, somente pela boca!
Cheguei ainda antes do almoço e o ar por aqui já queimava. Tórrido, seco com um vento suão a soprar que tudo seca.
Passeio pelas fazendas loiras de restolho após a erva cortada e enfardada. Os grilos cantam ao desafio com as cigarras e num muro cinzento e quente um lagarto olha-me quase com desdém! Percorro devagar o caminho que me leva às oliveiras de forma a perceber como estão de azeitona. Estala a erva seca, tisnada por este sol de Estio inclemente e quiçá duradouro.
Cães e gatos procuram sombras! Um burro deita-se no chão e espoja-se freneticamente tentando livrar-se da bicharada que o atenta. Um nuvem de pó é levada pela força do vento.
Bandos de pardais, piscos, cartaxos esvoaçam por cima da terra acabada de lavrar em busca de alimento.
O ar parece irrespirável e nem os traçadinhos de vinho e gasosas fresca na taberna fazem abrandar o calor.
A Beira Baixa e o seu calor quase doentio, mas que os naturais aguentam estoicamente.