Papa Francisco: sarando feridas!
O Papa Francisco já nos habituou a actos e palavras surpreendentes. Para além de assumir a existência de casos de pedofilia no clero e após algumas encíclicas muito assertivas e perspicazes onde abordou diversos temas e problemas do Mundo actual, veio agora defender as uniões de facto das pessoas homossexuais, dizendo que todos são filhos de Deus.
Mais uma vez o Papa a chegar-se à frente, percebendo que a igreja, enquanto organização dogmática, tem de adaptar-se à sociedade deste novo século que carrega novas e diferentes realidades.
Imagino que dentro da Curia Romana haja muita gente contra estas ideias tão iluminadas do Papa, olvidando, quiçá, que é por falta de adaptação às novas realidades das novas sociedades que a Igreja tem vindo a perder fiéis e consequentemente vocações.
Sou assumidamente católico, mas sou outrossim mui crítico perante a manutenção de alguns dogmas que já não fazem qualquer sentido, nem levarão a igreja Católica por melhores caminhos. Há especialmente um que me parece desactualizado e a requerer um olhar mais atento do Papa e que se prende, por exemplo, com a impossibilidade dos padres casarem.
Este é um assunto semi-tabu, mas que ainda assim é já falado em Roma. Até já li que o Papa percebe as razões de quem deseja o fim do celibato dos padres. Mas continuo a achar que este será um longo caminho a ser percorrido e que só daqui a muitos anos é que o Vaticano revogará esta lei.
Antes disso muito se escreverá uns, como eu, a favor e os mais ortodoxos a assumiram as razões pelas quais tudo deverá ficar como está.
Uma ferida aberta no seio de Vaticano que o Papa Francisco tentará sarar.