Há 20 anos entrava oficialmente em circulação o Euro (o primeiro nome da moeda esteve para ser ECU, imagine-se)!
Desde esse primeiro de Janeiro de 2002, Portugal e mais uma série de países europeus aceitaram ter uma só moeda que servisse a todos os que aceitaram perder parte da sua identidade fiduciária.
É sabido que o Reino Unido nunca pretendeu fazer parte deste aglomerado assim como a Suécia que mantém a sua coroa sueca. Não obstante estas duas negas o euro tornou-se numa forte moeda mundial quiçá neste momento a mais valorizada e desejada, a par do dólar.
Ao invés do que se pensava a sociedade lusa rapidamente se habituou à nova moeda, ao contrário do que aconteceu em França aquando da desvalorização do franco nos anos 60, pois nos anos 80 ainda havia muito francês a falar em francos novos e velhos.
Economicamente prometeram-nos o céu com a inclusão na nova moeda. Porém o que consigo perceber é que passado este tempo não estamos tão bem quanto julgaríamos e gostaríamos, nem tão mal como os negacionistas do euro apontam.
Finalmente e tendo em consideração que tenho um gosto por notafilia desde logo percebi que as notas de euro, não obstante terem ganho muitas características a nível de segurança de falsificação ainda assim perderam em beleza e qualidade quando comparadas com as notas portuguesas, mesmo as mais recentes.
Há um ditado antigo que diz o seguinte: mais vale a quem Deus ajuda do quem muito madruga.
Foi provavelmente este o pensamento (ou algo semelhante!!!) que passou pela mente da "geringonça" quando soube que Portugal não irá ser punido com sanções. Algo pelo qual todos os partidos desde a esquerda à direita sempre afirmaram estar contra (pelo menos uma vez na vida estiveram de acordo!).
Ao fim de tantas semanas em que se especulou que tipo de sanções iriam ser aplicadas ao nosso país, "a montanha acabou por parir um rato" ou nem isso.
Mas há uma razão principal para tudo isto. Ninguém da UE desejava estar ligado a umas meras sanções a um país, que foi recentemente campeão europeu de futebol, tudo por causa de umas décimas de deficit orçamental.
No entanto há quem observe que este perdão se deve exclusivamente à quantidade de "Pokemon´s" que Portugal parece estar a exportar para a Europa. Os cérebros europeus já perceberam como entreter e desviar a atenção do povo dos problemas essenciais que avassalam este velho Continente.
Mas quando em 2017 sofrermos nova austeridade imposta por Bruxelas... provavelmente alguém se vai lembrar então deste actual perdão!
Do lado de lá do Atlântico há um tipo muito rico que quer ser Presidente dos Estados Unidos com algumas teorias demasiado rebuscadas para a época que ora vivemos.
Do lado de cá (ou quase!) há um Presidente de Câmara que assume ser a imagem do "não" no próximo referendo em Inglaterra sobre a manutenção daquele país na União europeia.
Se juntarmos a esta mistura, já de si claramente incendiária, Vladimir Putin da Rússia e a Chanceler Merkel da Alemanha temos então um "cocktail" político deveras explosivo.
E já nem falo do Estado Islâmico. Nem da Coreia do Norte.
Bom parece que a ideia de que a Grécia iria fazer finca-pé à UE não passou de um monte de (boas) intenções. No fim de contas a montanha pariu um rato e não obstante terem mudado de semântica, o que conta é que a Grécia vai ter que vergar-se à vontade da UE se quiser receber uns milhões que faltam, nas próximas semanas.
A Grécia necessita da última tranche de dinheiro como de pão para a boca.
O governo helénico meteu-se por caminhos apertados e está agora numa encruzilhada. Sempre pensou que a Rússia estaria do seu lado apoiando nas suas opções contra a UE, com a contrapartida de acabarem as sansões contra Putin. Só que a guerra quase fraticida na Ucrânia e a crise interna do país deixaram a Rússia sem (grande) margem de manobra no que respeita às pretensões gregas.
Deste modo seja a Troika ou os colaboradores europeus ou outro nome qualquer que queram atribuir, o que vai acontecer na Grécia é a manutenção de grande parte das medidas de austeridade. Doa a quem doer, custe o que custar. Com uma simples ressalva: provavelmente terão outro nome...
Uma vez mais o Ministro das Finanças alemão, Wolfgang Shäuble, não se dignou levantar para cumprimentar o actual Ministro das Finanaças grego, Yanis Varoufakis.
Em tempos esta mesma atitude mereceu reparos em Portugal, nessa época com o ex-Ministro das Finanças Vitor Gaspar.
Agora fica a ideia que das duas uma: ou é mania da superioridade do alemão ou então deve ter alguma unha encravada.
Em Portugal e em alguma da Europa mediterrânea a vitória da esquerda radical na Grécia é tida como uma vitória dentro de portas. Todos os partidos de esquerda ou centro esquerda e eurocépticos querem colar-se a a toda a força a esta vitória. Em Espanha o partido "Podemos" parece outrossim estar sentenciado a um destes dias ser governo. Assim votem os espanhóis.
Em Portugal, curiosamente António Costa desviou-se dos camaradas do PASOK helénico e anda muito entusiasmado com a actual "coragem" grega.
Mas é aqui que as coisas parecem mudar de figura. A Grécia está definitivamente falida. Não tem dinheiro e não terá qualquer crédito no futuro se teimar em não querer pagar o que deve. Mas o actual ministro da economia grego já veio dizer que a Grécia quer respeitar os compromissos assumidos, no entanto em moldes diferentes daqueles que foram anteriormente acordados.
Que quererá isto dizer então? Que o PM helénico Alexis Tsipras dá o dito por não dito e inflecte a 180 graus naquela sua ideia de não pagar e abolir a austeridade? Parece-me bem que sim, pois pelo que tenho vindo a perceber há um eventual recuo no radicalismo do PM grego, tentando para já agradar curiosamente a gregos e a troianos.
Não imagino o que o futuro lhes reservará com estas atitudes, algumas extremistas outras nem tanto, mas a Europa jamais olhará para os actuais políticos gregos da mesma forma que olhou para os seus antecessores.