Desculpa querida amiga Ana
Por andar assim tão afastado
Mas foi uma cá uma semana
Em que andei muito ocupado.
Há demasiados dias assim
Tão repletos como um ovo
Não entendo se é só a mim
É que não sou muito novo.
Mais uma vez aqui estou
Para animar este pessoal
Todavia não imagino se vou
De todos ter o mesmo aval!
Para a Ana!
Bate já o Natal à porta
Trazendo Paz e amor.
Sinto nas couves da horta
Esse desejo e esse clamor.
Não há pandemia certa
Que derreta este ensejo
De uma singela oferta
De um Natal sem desejo.
... para a Ana.
Lembrei-me agora de esgalhar
Umas quadras para a Aninhas
Espero que ela não vá ralhar
Das minhas pobres letrinhas
Habituei-me a usar a rima
Para dizer coisas com graça
Coitada da minha prima
Ser família desta desgraça.
Correu a noite e o dia inteiro
E eu em busca de um mote
Não queria um tema foleiro,
Andei a tarde toda num virote.
E pronto ficaram assim feitas
Estas quadras muito singelas
Gostaria que fossem perfeitas
E que se lessem das estrelas.
Para a Ana...
Regresso à Cova da Beira
Para apanhar mais azeitona.
Agora já nem há uma feira
Mesmo que procure na zona
Espera-me tempo mais frio
Mas eu não receio o dito
Enquanto não gelar o rio
A azeitona será o meu fito
... para a Ana!
Trabalhoso foi o dia
De volta das gamboas
Há quem ainda se ria
De elas serem tão boas
... a quadra para a Ana!
Enche-se a encosta de fumo
de um fogo assaz inclemente
Este ano já percebi nem há sumo
Nem quartilho de vinho e aguardente.
Para a Ana...
Após longa e nocturna viagem
Chegou o momento de descansar
Não quero uma forçada paragem
Para no hospital ir repousar.
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Para a Ana.
Hoje é dia de mais uma quadra
Dedicada nem sei a que tema
Uma flor, animal ou uma pedra
C’um caneco, que raio de dilema.
para o desafio da Ana.
Escreveu o poeta que o amor
É fogo e outras sensações.
Cá para mim o estupor
Foi um destroça corações
da Ana!
Nestes dias de sol tão quente
Há sempre quem lute por nós
Pois ninguém me tira da mente
Que estes fogos têm uma voz.