33 anos depois...
Passaram trinta e três longos anos para que eu revisse uma vez mais os UHF.
Em 1979 encontrei-os a entrar no Liceu que eu então frequentava. Conhecia-os a todos pessoalmente: o Tó, o Zé, o Renato e até o Carlos, este talvez menos bem. Num breve diálogo percebi que eles tinham uma banda que se encontrava a dar os primeiros passos e que se chamava UHF.
Entrei com eles para o recinto que usualmente era usado como sala de convívio do Liceu como se fosse um deles. Instalei-me atrás do improvisado palco, mas logo ali fiquei preso àquele som.
Ontem revi-os na Amadora. Da constituição que eu conheci resta unicamente o Tó. Ele é a voz, o rock e a filosofia de vida daquela banda mítica. Por breves instantes regressei à minha juventude e escutei grandes músicas dos UHF.
António Manuel Ribeiro assumiu num dia muito especial para o país, a sua postura de homem de esquerda. Recordo que os UHF fizeram muitos espectáculos na Festa do Avante antes de “migrarem” para o PS. Todavia Zeca Afonso foi ouvido numa versão soft de “Grândola Vila Morena” e “Vejam bem” numa versão bem mais roqueira.
Pelo palco do parque Central da Amadora os UHF passaram mais de trinta anos de música, entre elas obviamente "Cavalos de Corrida". A verdade é que o Tó continua, após tantos discos, tantos concertos a ter uma voz que se ouve muito bem. E quase sem mácula...
Dois “encores” terminaram o concerto, mas foi neste tempo extra que se pode ouvir Rua do Carmo e talvez umas das melhores versões para rock da celebérrima canção de Vitorino “Menina que estás à janela”.
Um concerto do qual vou guardar boas memórias, especialmente porque o meu filho mais novo foi comigo e ambos deliciamo-nos com os UHF.
Não obstante a sofrível qualidade do som eis um dos vídeos que consegui fazer do concerto.