Estamos a poucos dias da tomada de posse de Donald Trump. E esta tomada de poder pelo mais polémico candidato que há memória nos Estados Unidos pode originar, para já, duas reacções.
A primeira prende-se com o prometido fim de guerra na Ucrânia, ideia que me surge como quase impossível, basta pensar que do outro lado existe outro louco. A segunda prende-se com uma eventual batalha comercial com a China, com consequências imprevisíveis.
Não tenho qualquer tendência a ser analista politico, mas tendo em conta a minha idade, o que já vi e vivi, ao que terei de somar o que aprendi, diria que os próximos tempos vão ser bem curiosos, acima de tudo por aquilo que se poderá ganhar ou perder com esta nova entrada de Trump na Casa Branca.
Obviamente que os olhos do Mundo estarão quase todos virados para Washington e para aquilo que sairá da cabeça e das mãos do próximo Presidente americano.
Porém e por aquilo que já foi capaz Trump de fazer ou de não fazer, temo que os próximos tempos não nos tragam bons ventos.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é no actual contexto mundial assunto permanente em todas as reuniões de alto nível. Imagino eu!
Mas nestas coisas da política internacional nem sempre o que parece é (quase nunca!).
Vejo alguns presidentes de países a chegarem-se à frente no sentido de encontrarem meios e fórmulas de obterem a paz. Reparem que quem conseguir mediar este conflito de forma a alcançar o fim da guerra, ficará não só nos anais da história Mundial como angariará um enormíssimo prestígio para si e consequentemente para o País.
Notei isso com a visita do Presidente chinês Xi Jinping à Rússia. Como percebi a mesma ideia, logo no início do conflito, em Erdogan da Turquia, se bem que os interesses deste seriam também meramente locais. Agora escuto o actual Presidente Lula da Silva ao mostrar uma vontade de estar no centro das grande decisões internacionais. E o fim da guerra pode ser (será certamente) uma delas.
O problema porém está do outro lado da guerra, onde dois contendores estão olimpicamente de costas voltadas para a paz.
Mesmo com esta idade ainda estou para perceber o que leva um ditador a assumir uma guerra... só porque sim! Bom mas há quem saiba e perceba disto mais e melhor que eu... Portanto adiante!
O Mundo está repleto de pequenos e grandes ditadores que manuseiam a vida das suas populações (e dos outros) a seu bel-prazer. E nem necessitam propriamente de dinheiro pois há sempre quem tenha algum graveto disponível para alimentar confrontos bélicos.
Putin é um desses ditadores, muito no seguimento do que foi Brejnev ou Josef Stalin. Há também Nicolás Maduro seguindo as pisadas de outro ditador como foi Hugo Chávez. Na ilha de Cuba reinaram vários ditadores da família Castro depois de um outro de nome Fulgencio Batista.
Depois temos a Coreia do Norte, a Republica Popular da China ou Mianmar (antiga Birmânia) todos estes países liderados pela força.
Em África raros são os países onde a democracia é uma realidade (nem sei se haverá algum realmente democrático!)
Perante estes factos tenho dificuldade em entender as ditaduras, nomeadamente as assumidas por uma só pessoa. Será que não percebem que um dia terão de morrer, como qualquer um de nós?
Ficar na História será a ideia de muitos deles. Todavia esta disciplina tudo fará para que aqueles desapareçam da memória e fique apenas um breve resíduo!
Estamos a dias de um Novo Ano. Não tenho por hábito fazer um levantamento do melhor e do pior que acontecxeu no Mundo.
Mas este ano de 2022 abro uma excepção para referir dois momentos que me tocaram profundamente.
- O primeiro, como não poderia deixar de ser, foi o início da guerrana Ucrânia que se denrola longe deste rectângulo, mas num ápice pode entrar pelas nossas casas. Uma guerra estúpida e imbecil como são todas as guerras. Não imagino onde e quando este conflito irá parar, mas tenho algum receio... no futuro!
- O segundo foi a morte da Rainha de Inglaterra, Isabel II. Alguém que conseguiu permanecer em cena durante muitos anos sem nunca se desviar do propósito de manter a sua "comunidade" unida em torno da sua "real" personagem.
Finalmente as duas palavras deste ano de 2022 com a mesma carga serão:
- guerra - porque existe e é real
- paz - porque se procura e não há meio de ela se tornar realidade.
Há oito meses iniciava-se um confronto bélido entre a Rússia, comandada por ex-agente da KGB, e a Ucrânia , liderada por um ex-humorista. Uma guerra para a qual não se vê fim à vista.
Todos as guerras são estúpidas, já cantava Boy George e os seus Culture Club nos anos 80, e esta no coração da Europa parece ser ainda mais imbecil que todas as outras.
Se Putin pensava que iria invadir a Ucrânia sem custos, então deveria ter pensado melhor. É que para além de estar agora (quase) só no Mundo, a Rússia perdeu muito do seu poder económico com a questão do gás e do petróleo, pois deixou de ter clientes para os seus produtos energéticos.
Os ditadores ou tiranos são geralmente pouco inteligentes. Valem-se de algum verbo mas essencialmente da força contra os outros, não contando que do lado de lá poderá haver quem de maneira inteligente consiga refrear os ímpetos violentos.
Entretanto as sansões que os oligarcas russos têm sofrido, especialmente nas suas contas bancárias, as constantes baixas nas tropas e a dificuldade em ter o povo a seu lado, estão a encostar Putin contra a parede.
Obviamente que o Presidente russo jamais teria coragem, quanto mais humildade, para perceber e assumir que esta guerra estava perdida ainda antes de ter início. Mas já teve tempo e oportunidade de refrear os seus ímpetos bélicos.
O futuro pode ser negro, muito negro e seria bom que alguns donos deste Mundo (leia-se grupo Bilderberg) percebessem quanto antes que esta guerra jamais terá um vencedor!
Se ainda houvesse dúvidas quanto à postura subserviente do PCP ao Kremlin liderado por Putin, a ausência deste partido hoje, na Assembleia da República, aquando do discurso de Zelensky, eliminaria aquelas dúvidas.
Não sendo eu um simpatizante do PCP, portanto insuspeito, lamento, todavia, que um partido que se diz democrático e defensor das “amplas liberdades” tenha tomado uma atitude tão pouco democrática. Nem precisaria de aplaudir, bastaria estar presente.
O problema é que o PCP se encerrou numa ideia e postura da qual não pretende (ou não pode) sair. O fechar de olhos ao que o rodeia, durante os últimos anos, fez com que os outros partidos ganhassem eleitorado que já fora do PCP, mas que agora não se revêm naquele pensamento tão… soviético.
O caso desta ausência será mais um tiro no próprio pé do partido de Jerónimo de Sousa. E desta vez nem foi uma mera bala, mas um obus pesado e que irá deixar marcas profundas. Definitivamente um partido como o PCP não pode defender esta invasão bárbara por parte da Rússia à Ucrânia. Simplesmente não pode!
Mais… eu gostaria de saber qual seria a posição do Partido Comunista se a Coreia do Sul invadisse a Coreia do Norte?
Termino com o prognóstico que nas próximas eleições o PCP irá reduzir ainda mais a sua participação na AR. Depois não se queixe que a culpa é da direita!
Recentemente tem vindo à minha memória uma das imagens da minha juventude e que se prende como acordo de PAZ em Paris que envolveu os dois Vietnams (norte e sul) e os Estados Unidos.
A imagem que me refiro via-a no já extinto jornal "A Capital" quando regressava a casa vindo da escola. Como andava sempre com dinheiro à conta para o autocarro nunca comprei o dito vespertino, mas guardei a capa até aos dias de hoje.
Recordo, se a memória não me atraiçoa, que podia ler-se no jornal a palavra "PAZ" em letras garrafais, acompanhada de duas mãos que se apertavam selando um acordo e que ocupavam toda a prineira página.
Quando vou lendo o que se passa actualmente na Ucrânia gostaria de ver repetida essa história que eu acima evoquei.
Desde 2020 que vivo uma vida de perfeitom desassossego. Começou logo no dealbar daquele ano com o nascimento da neta.
A experiência de ser avô foi naturalmente uma novidade. Se ser pai é cuidar, ser avô é amar profundamente e sem limites.
Depois veio o Covid e a estória de uma pandemia que nos limitou e ainda limita as nossas vidas com enfâse para o distanciamento de quem mais gostamos. A meio de 2020 reformei-me!
Entretanto em 2021 fui também infectado e todos cá em casa, algo que não deixou saudades. Quase no final do ano passado a minha mulher fracturou o calcanhar o que limitou ainda mais a nossa vida. Já para não falar de 4 meses de obras em casa... Um horror!
Entra 2022. Quando pensava que poderia ter um ano mais pacato, eis que surge esta guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que me entristece e arrepia. Com a devastação que conseguimos infelizmente perceber. E já nem falo das eleições legislativas com uma maioria absoluta que irá (quase) perpetuar António Costa em S. Bento.
Finalmente cai sobre nós uma poeira africana agora numa segunda onda laranja que tudo cobre e suja.
Parece que foi ontem que o Covid passou para terceiro plano porque a invasão da Ucrânia ganhou a titularidade dos boletins noticiosos.
Trinta dias de guerra que nasceu na cabeça de um ser vivente, mas que não é um ser humano. Cidades destruídas, famílias afastadas, lares abandonados, civis mortos sem dó nem piedade, onde as crianças acabam por ser as maiores vítimas, milhões de pessoas a fugirem para outros países.
Um mês já decorrido! Um mês de lágrimas, de penúria, de ataques sobre ataques sem fim à vista.
Quanto tempo mais será necessário para que este flagelo termine? Quantas pessoas terão de pagar com a vida as imbecilidades de governantes sem escrúpulos nem alma?
O mundo não precisa desta guerra. Nem desta nem de nenhuma outra.