Estamos a poucos dias da tomada de posse de Donald Trump. E esta tomada de poder pelo mais polémico candidato que há memória nos Estados Unidos pode originar, para já, duas reacções.
A primeira prende-se com o prometido fim de guerra na Ucrânia, ideia que me surge como quase impossível, basta pensar que do outro lado existe outro louco. A segunda prende-se com uma eventual batalha comercial com a China, com consequências imprevisíveis.
Não tenho qualquer tendência a ser analista politico, mas tendo em conta a minha idade, o que já vi e vivi, ao que terei de somar o que aprendi, diria que os próximos tempos vão ser bem curiosos, acima de tudo por aquilo que se poderá ganhar ou perder com esta nova entrada de Trump na Casa Branca.
Obviamente que os olhos do Mundo estarão quase todos virados para Washington e para aquilo que sairá da cabeça e das mãos do próximo Presidente americano.
Porém e por aquilo que já foi capaz Trump de fazer ou de não fazer, temo que os próximos tempos não nos tragam bons ventos.
Vi ontem em diferido (e muito!) o debate entre Trump e Kamala.
Ora bem se este debate tivesse ocorrido em Portugal diria sem necessitar de grande margem para erro que a vice-Presisente americana tinha ganho o debate e provavelmente com ele as próximas eleições.
Pois... só que estamos a falar dos Estados Unidos da América onde cada Estado é isso mesmo com ideias muito específicas e visões ainda mais contraditórias.
Voltando ao debate Trump foi igual a si mesmo. Inconsistente, amargo, azedo e obviamente sem nenhum sentido de Estado. Troca-tintas diplomado tanto diz que sim para logo dizer o seu inverso, fala para uma franja da sociedade americana reaccionária e misógena. Mas neste debate levou, usando um pouco de futebolês, um enormíssimo banho de bola.
Por seu lado Kamala apareceu serena e astuta e não se deixou enrolar nas malhas do seu oponente e mostrou estar muuuuuuuuuuuuuuuuuitos pontos acima do adversário. Um pouco na senda de Barak Obama, a vice-Presidente mostrou ser uma pessoa perfeitamente normal sem grandes subterfúgios nem estranhas ousadias.
Para mim que sou português de Portugal tanto se me dá que ganhe um ou outro, se bem que pessoalmente preferiria a vitória da senhora Kamala.
Agora naquele país onde tudo o que é estranho sabe a normal, não me admiraria nada que Trump, mesmo depois desta derrota em debate, ainda assim conseguisse uma vitória.
Há uns anos passou, creio que na RTP 2 uma série denominada 24! Desta guardo um toque de telefone que ainda é o que soa no meu aparelho.
Nas diversas temporadas percebeu-se que o Presidente dos Estados Unidos seria sempre uma vítima. Depois em seu redor evoluíam uns elementos que de forma quase dissimulada se propunham substituir o Presidente.
Aquilo foi uma história de ficção e na altura gostei de ver. Porém não imagino se a veria hoje… Mas adiante.
A verdade é que a precipitação de acontecimentos nos Estados Unidos nomeadamente com a desistência de Biden a favor de Kamala Harris fez-me lembrar aquela série. Ou melhor e como sempre digo a realidade da vida é sempre pior que que a ficção.
Dito isto o Partido Democrata americano tinha pouco por onde escolher para substituir o ainda Presidente Biden. E como costumo pensar, nada acontece por acaso, já que Kamala parece ter arregimentado muitos apoios para a sua campanha.
É certo que o sistema eleitoral americano é, para nós portugueses, uma enorme confusão porque nem sempre quem tem mais votos é quem ganha. Porém adoraria ver Trump cair aos pés de uma mulher ainda por cima filha de emigrantes.
Mas em Novembro logo se saberá, mas ao invés do que pensa Trump (será que alguma vez ele soube pensar???) a vitória pode não estar assegurada. Acrescento que quanto mais Donald atacar a emigração mais votos fugirão para a candidata Democrata!
Portanto não sendo uma cabala saída de qualquer série americana ainda assim Kamala Harris se ganhar as próximas eleições, repito se ganhar, não se livra de muitas desconfianças por parte da oposição e demais gente!
Donald Trump ficará, certamente, na história dos Estados Unidos como o mais fraco e imbecil Presidente daquele grande país. Muito mal preparado para o cargo, demasiado truculento, sem educação e claramente pouco polido, vai tentando nas últimas horas inventar casos, de forma a não ser corrido da Casa Branca.
Com enormes laivos de ditador conseguiu a proeza de colocar todo o Mundo contra si. Exceptuando outro imbecil no Brasil, ninguém tomava a sério as palavras de Trump porque sabiam que tinham tanto valor como uma nota de três dólares.
Repito o que escrevi noutro postal… Trump nunca pensou chegar à Casa Branca. Mas aqui chegado, julgou-se estar num “reality show” tão comum no país do Tio Sam! Foi deste modo jogando com as pessoas e instituições e não fosse esta pandemia e a forma irresponsável como lidou com ela, talvez eu não estivesse a escrever este texto.
Também não reconheço em Joe Biden aquela figura carismática que poderá mudar a filosofia americana de um dia para o outro. Mas, desde o início da campanha, que era eBIDENte que o democrata, venceria Trump.
Agora é esperar por Janeiro para fazermos isto a Trump.
O mundo tal qual o vimos hoje está cada vez mais perigoso. Por todo o lado têm surgido pequenos ditadores que vão tentanto manter o seu estado político com braço de ferro e suportado, quase sempre, pelas forças armadas.
È na Venezuela, na Coreia do Norte, em Myanmar, em alguns países de África e mais recentemente nos Estados Unidos.
Se bem que na terra do Tio Sam as coisas ainda não tenham chegado ao extremo doutros países, Donald Trump caminha abruptamente para um regime demasiado populista sem ser popular e com decisões que altrapassam e muito a linha do bom senso.
Já li por aí que o Presidente dos Estados Unidos não tem nenhuma ideia para a política ou para e economia do seu país, apenas quer fazer o inverso do que fez Barak Obama.
Pelo que me é dado perceber ninguém no mundo consegue fazer parar aquele Presidente. Por isso será bom que os países entendam (especialmente os da Europa Ocidental) que do outro lado do Atlântico governa um homem sem escrúpulos e acima de tudo sem consciência de quanto poderá estragar o mundo sem que disso obtenha qualquer proveito.
O que vive actualmente na Casa Branca não é um ser humano. É algo que nem descrever...
Decidam então vocês, meus caros leitores, o que ele é, não se esquecendo obviamente do que se passou em meados do século passado!
Se um dia o Trump acordasse mal disposto e dissesse: Olivença é portuguesa... seria que alguém em Espanha o levaria a sério?
E Portugal passaria a ser legítimo dono daquele naco de terra, só porque o Presidente norte americano o afirmou?
Todos sabemos as respostas a estas perguntas.
O mesmo se devia passar em Jerusalém. a cidade mais idolatrada do Mundo, já que judeus, católicos e islamitas a consideram santa, mesmo depois das idiotas declarações de Trump.
O pior nisto tudo é que todos, mas todos sabemos que o Médio-Oriente é um paiol de pólvora pronto a rebentar... Faltará somente a ignição. Foi então o que fez o actual Presidente Americano.
Totalmente descabido e inaceitável que um chefe do Estado estrangeiro venha dizer ao mundo qual a capital de um qualquer país.
Se para uma nação dita normal já seria ingerência, quanto mais naquela zona do mundo onde um mero espirro pode ser suficiente para rebentar um conflito.
Todavia o que mais me preocupa é a forma como o loirinho Trump diz as coisas sem pensar nem pesar as respectivas consequências. Era tempo do antigo monarca Juan Carlos dizer o que disse certa vez a Nicolas Maduro:
Como alguém pode vir dizer publicamente que uma bomba é mãe... de qualquer coisa? Sendo certo que a expressão em inglês é aproveitada para tal, porque MOAB significa "Massive Ordenance Air Blast" e não "Mother Of All Bombs".
É óbvio que percebo a piada já que os russos têm uma bomba que é... o pai (FOAB) das bombas não nucleares.
Seja como for as palavras mãe e pai têm demasiado valor para serem usadas como progenitoras de qualquer coisa destrutiva.
Os meus receios quanto a Trump começam a ter fundamento. Dispara para todos os lados e vai criando (ainda mais) inimigos. Não imagino onde isto irá parar.
Como disse o meu filho mais novo esta bomba foi um aviso sério para alguns países que tentem ameaçar os Estados Unidos.
Tomando em consideração o discurso do novo Presidente dos Estados Unidos da América decidi que a partir de hoje não consumo nada que tenha origem no outro lado do Atlântico.
Nem bebidas, nem fast food, nem cinema, nem cultura... nada!
Até o Pai Natal cá de casa vai ter de mudar de cor!
Esta noite, após o choque diurno que foi perceber como Trump chegou à Casa Branca, dei por mim a pensar serenamente.
Donald Trump foi uma vedeta televisiva que sempre se mostrou muito à vontade perante as camaras de televisão. Também o actual Presidente da República Portuguesa foi estrela de TV. Ainda por cima em canais diferentes com uma saída polémica pelo meio, que lhe acabaria ainda por dar mais valor.
Bem vistas as coisas, a campanha de ambos (Marcelo Rebelo de Sousa e Donald Trump) estava feita. Donde se conclui que foi o grande écran, muito antes da corrida começar o grande vencedor das eleições. Ou dito de uma forma mais simples foram as televisões que programaram e prepararam ambas as vitórias eleitorais.
É óbvio que Hillary seria fácil de bater nas urnas. Com um discurso pouco apelativo, ao invés de Trump, a ex-primeira dama nunca soube puxar dos galões e dar um murro na mesa. Com todo o respeito, até o Tino de Rans ganharia à senhora Clinton.
Também Marcelo não necessitou de grandes confrontos políticos. Quando começou a campanha a vitória estava assegurada, já.
Creio assim que é a primeira vez que duas estrelas de televisão, ganham as eleições para Presidentes no mesmo ano. Pode não significar nada e ser somente uma estúpida e ridícula coincidência.
Mas eu, sinceramente, não acredito em coincidências!