Quem tem carro e trabalha em Lisboa e vive na Margem Sul sabe que para atravessar aqueles poucos quilómetros tem de se munir de paciência e espírito de sacrifício.
Não trabalhando eu, mas teng«do uma casa na "outra banda" é costume partir à sexta-feira para um fim de semana mais repousado (ou não!!!).
Hoje saí de casa eram duas e meia da tarde para uma consulta na dentista às três, tendo saído por volta das quatro e seguir para a zona de Alvalade em busca de resolver um problema com uma bateria de um aparelho que me faz falta!
Às cinco eis-me a caminho...
Na avenida do Brasil a fila chegava quase à rotunda do Relógio. Depois a Rotunda de Entre Campos estava repleta e a avedina das Forças Armadas compacta! Decidi então ir até ao Marquês e aí seguir para Alcantâra.
Má escolha... Do piorio...
Sei que cheguei a casa eram... sete e meia da tarde! Ou da noite... cerrada!
Já ando nesta barafunda de atravessar a Ponte 25 de Abril desde que tenho carro, mas nunca tive uma sexta feira assim. Pior... não vi nenhum acidente (na maioria das vezes são a razão primeira!), nem obras nem razão aparente para tamanho descalabro de trânsito.
Será que os lisboetas (eu incluído) estarão a fugir do Verão de S. Martinho? Ou será do Inverno?
Nestes dias de pluviosidade incomum o trânsito na capital, já de si assaz caótico, tende a piorar. Ou seja pela muita chuva que obriga a andar mais devagar ou seja pelo estado das ruas sempre muito deterioradas e raramente remendadas.
Os artistas que comandam as áreas dos pavimentos têm pouco senso para a possibilidade de dias com muita chuva, como são os de agora. E esta insensibilidade vê-se na maneira como os arruamentos são feitos, sem escoamentos capazes de evitar os lagos de água que vamos encontrando.
Não me venham com a ideia de que a cidade é centenária pois há zonas novas onde o problema das inundações das ruas também acontece! A maioria das vezes porque as sarjetas encontram-se entupidas e só ajudam alguns condutores imbecis que ao verem uma poça de água junto ao passeio adoram acelerar. Percebem para quê, não percebem?
Por causa desta postura de alguns automobilistas vi alguém, há muito tempo, no passeio com um calhau na mão... Nem imaginam como as velocidades se reduziram!
Quando adei a aprender a conduzir, já faz muuuuuuuuuitos anos, retive uma ideia que o instrutor me disse certa vez.
- Há uma enorme diferença em«ntre excesso de velocidade e velocidade excessiva.
Para logo a seguir explicar:
- Excesso de velocidade existe quando transitas na estrada a uma velocidade superior àquela que é permitida por lei. A velocidade excessiva não tem limite e significa que vais a uma velocidade perante a qual não conseguirás parar no espaço livre e desimpedido à tua frente.
Esta teoria têm-me acompanhado desde sempre e sinceramente não me tenho dado mal. Obviamente que já fui multado por excesso de velocidade, mas nunca tive problemas em velocidade excessiva. Até agora!
Hoje saí de casa para ir a Lisboa tratar de uns assuntos. O curioso ou estranho é que no caminho encontrei diversos acidentes que atrapalharam, e de que maneira, o trânsito citadino. A coincidencia é que foram todos acidentes que poderiam ter sido olimpicamente evitados, bastando para tal que tivessem tido um instrutor de condução como eu tive.
É verdade que as pontes são obras necessárias para acessos sejam pedonais ou de viaturas e comboios. A ponte 25 de Abril que atravessa o rio Tejo já perto da sua larga foz é uma daquelas obras hiper necessárias e movimentadas.
Quem por aqui vive ou como eu que vivi no Laranjeiro, freguesia de Almada e trabalhava em Lisboa, passei esta ponte milhares de vezes. E ainda passo pois tenho residência oficial na margem sul.
Certo é que com o tempo fui ganhando respeito a esta irmã (quase) gêmea da celebérrima Golden Gate de S. Francisco, nos Estados Unidos. Acima de tudo por um acontecimento há muitos, muitos anos! Vinha eu de autocarro no sentido Lisboa - Almada ou Norte - Sul, quando o trânsito parou no tabuleiro. Recordo que nesse tempo havia somente duas faixas para cada lado, quando agora são três.
Estivemos parados sem andar mais de meia-hora até que o motorista saiu e foi em busca de saber o que originara esta imobilização. Passado um bom bocado regressou e avisou que um caminhão se atravessara nas duas faixas e avariara. Não havia forma de sair dali tão depressa.
O final como imaginam resultou em sairmos do transporte e atravessar o resto da ponte... a pé! Era inverno e caía uma chuva forte. Assim que coloquei os pés no chão da ponte senti aquele tremor. Não gostei... mas segui os outros passageiros. Quando 500 metros mais à frente senti o chão fixo... respirei de alívio.
Hoje atravessei a ponte, mas de carro como faço tanta vez. A meio do trajecto parámos todos (ainda estou para saber porquê) e mesmo dentro da minha viatura voltei a sentir aquele tremor. Também é verdade que agora passa o comboio por baixo, mas seja como for não é uma sensação agradável. Eu, pelo menos, não gosto!
Por exemplo já passei a ponte de D. Luis a pé e sendo mais antiga e também com o Metro, não tive aquela sensação estranha que tive hoje.
Será da idade ou a ponte é uma passagem... para o outro lado?
Em termos gerais ou normais como lhe queiram chamar o povo português é boa gente. Obviamente que há sempre alguns mais parvos que outros, mas faz parte.
Gostamos de ajudar, especialmente se isso nos trouxer satisfação pessoal. Gostamos de bem receber quem nos visita, de preferência estrangeiros a quem muitos adoram enganar. Gostamos de festas, beber e comer alarvemente. E finalmente adoramos ser aquilo que não somos!
No entanto neste mundo luso, do Minho ao Algarve, há algo que não nos enobrece e continuamos a ser imbecis, com as consequências que vamos assistindo quase todos os dias. Falo da nossa má cidadania automobilística.
Temos muito que aprender com alguns países na nossa Europa. Mas não seremos únicos já que testemunhei casos como os nossos em Itália, principalmente no sul, e em Espanha onde, por exemplo, o sinal laranja... é para acelerar!
Em Portugal não se pode andar devagar... Se o fazemos arriscamo-nos a sermos vilipendiados e a nossa família até à décima geração por condutores que se consideram donos da estrada. Aquilo são buzinadelas, sinais de luzes, um constante esbracejar... quase desesperado, para no fim ultrapassar o carro mais lento uma via mais larga e ficar ao lado no semáforo vermelho.
Gostraria realmente de perceber o que passa na cabeça de muito portugueses... Fora do carro sáo gente pacata, serena e sempre bem disposta, mas basta entrarem num carro para encontrarem um "onofre" que os liga para a posição... besta!
Mas são tantos... então nas filas de trânsito... ui... Há quem lhes chame carinhosamente os... desembaraçados!
Já por mais de uma vez que refiro que Lisboa deixou de ser uma cidade pacata para se tornat uma espécie de torniquete com gente a entrara e a sair.
Comprfeendo que o turisto poderá ser o petróleo do futuro, especialmente para aqueles locais que souberem agarrar o estrangeiro de todas as maneiras e feitios.
Talvez por isso a cidade de Lisboa, especialmente a Baixa Pombalina e arredores, esteja quase transformada num enormíssimo estaleiro de obras.
De vez em quando tenho afazares na capital. Para tal levo o carro que estaciono num dos parques da cidade, geralmente o que fica na praça do Munícipio, e vou à minha vida.
Mas hoje a viagem correu menos bem, Como não oiço nem vejo notícias, nem vejo televisão não me apercebi de greve na CP. Resultado demorei quase uma hora para chegar onde queria e depois de tudo tratado demorei mais hora e meia a sair da cidade.
Portanto imaginem este cocktail urbano: obras e mais obras, com cortes de vias e muitos desvios, greve de transportes, pré-época de Natal com as descargas habituais de produtos por tudo o que é loja, e a cereja no topo do bolo, a chover...
Dá para perceber que a cidade já de si muito trapalhona tornou-se hoje profundamente caótica! Como já não via há muito tempo!
Eram cinco e meia da tarde de hoje, mais ou menos, quando tive de sair de casa para ir aos CTT. Como estava a chover com alguma intensidade fui de carro.
Perto da estação dos Correios arranjei logo lugar para estacionar... Primeira coisa estranha.
Entrei no estabelecimento e este encontrava-se quase vazio, quando normalmente há fila na rua... Segundo evento estranho.
Fiz o que tinha a fazer e regressei ao carro. Reparei então que não havia quase ninguém na rua... Terceira visão bizarra.
Sai do estacionamento com toda a calma sem necessidade de olhar para os lados por causa de outros veículos. Estes simplesmente não existiam. Quarta situação invulgar.
Regressei a casa e temi o pior... Quiçá alguma invasão de extra terrestres ou novas regras para a pandemia. Mas estava tudo calmo em casa e em redor.
Fiquei deveras preocupado com o que se passou esta tarde no meu bairro! Será que alguém consegue explicar-me o que se terá passado?
Sábado nove e pouco da manhá e afila de carros para as praias já tem mais de um quilómetro. Há quem diga que foi das rotundas que este início de Verão criaram a cada entrada e saída das praias.
Eu diria que o problema é que este ano as praias da Costa estão superlotadas. Talvez pelo preço do combustível, pelas portagens das autoestradas ou porque o tempo está demasiado quente para se passarem muitas horas num carro.
Deste modo às dez da manhã quando iniciei a minha caminhada à beira-mar apercebi-me do mar de gente que a minha vista podia abarcar. Um verdadeiro tapete humano.
Qual covid, qual carapuça... para o português veraneante não há bicharoco que ataque um luso banhista. orreria asfixiado pelo calor tórrido ou pela água gelada.
A meio da tarde tive de ir a Lisboa e regressar à outra margem. Às 17 horas a fila para passar a Ponte no sentido Norte-Sul principiava em Sete-Rios.
Nem consigo imaginar como terá sido, ao fim do dia, para sair das praias... e regressar a casa.
Acordei e levantei-me cedo, aliás como sempre faço!
Tinha uma série de coisas para resolver e para fazer. Ora, tendo em conta que a neta chegaria excepcionalmente mais tarde, era o momento óptimo para dar despacho...
Às nove fui aos CTT, para um quarto de hora depois estar ao balcão do Banco e finalmente às 9 e meia entrei num supermercado para comprar somente iogurtes para a cachopa pequena.
Caminhava eu no sentido do Supermercado quando chego ao sinal de peões e este vermelho. Paro e espero que passe a verde, mesmo que não haja trânsito... Chega então a meu lado uma idosa airosa e apressada, já que não esperou pela esperança do sinal e toca a passar. Só que veio um carro e quase que a atropelava. O interessante é que a senhora ainda refilou com o condutor. Gravo a cena e fico a pensar: porquê a pressa, ainda por cima nesta idade? Pior... quando entrei na loja encontrei-a a mirar uma coisa qualquer. A pressa havia, portanto, desaparecido.
Já da parte da tarde quando me encaminhava para o hospital onde está um familiar próximo internado, é a minha vez, como condutor, apanhar uma jovem a atravessar fora da passadeira que estava a dois metros... Também com sinal vermelho. Passou imaculada!
Reconheço mais uma vez que eu como condutor detesto passadeiras, não pela sua utilidade, mas pela forma como é (mal) usada. Mas sou eu, pronto!
Todavia quando ando a pé respeito sinais e tráfego. Passo apenas quando ambos os sentidos me dão passagem e nunca me atiro para o alcatrão de branco listado!
Já não tenho idade e muito menos paciência para ensinar a população a andar, seja na rua ou na estrada. No entanto vou tentando ensinar através destes escritos e, acima de tudo, pelo exemplo. A começar pela neta a quem já vou ensinando estas coisas...
Hoje atravessei a ponte 25 de Abril por duas vezes. A primeira de Norte para Sul, a segunda no sentido inverso. Se juntar os tempos desde que saí até que cheguei ao destino, diria que da primeira vez gastei cerca de 45 minutos de porta a porta e no regresso demorei mais de hora e meia.
Não percebi a origem de tanto trânsito no regresso à capital pelas seis horas de uma tarde quente (o meu carro marcava às 18 horas e 45 minutos perto de 30 graus).
Entrei em fila bem longe da Ponte, ainda nos acessos ao final da A2, mas deu para perceber como o povo automobilista continua a ser... uma verdadeira besta na estrada.
Respeito, cidadania, educação são palavras que os anormais condutores aboliram do seu léxico e muito mais das suas atitudes. Na estrada vale tudo: cruzar riscos contínuos, entrar na fila à frente de muita gente de forma abrupta, atravessar-se na estrada evitando que outros passem de forma a deixar fluir o trânsito, apitar a todos, são alguns dos (maus) exemplos a que assisti hoje. Já para não falar do excesso de velocidade, especialmente nas auto-estradas, que continua a ser uma constante, colocando outros em perigo.
Que eles se estampem não me preocupa... o que eu não gostaria era de ser envolvido nalgum acidente devido à irresponsabilidade de uns condutores, que após sairem das suas viaturas estranhamente se transformam em verdadeiros cordeiros.
Urge,portanto, corrigir estas atitudes pouco civilizadas.
Que só abrandarão se, em vez de multas, as autoridades apreenderem as viaturas. Seria uma boa maneira de alguns condutores passarem a conduzir de forma mais calma. Porque multas... raramente são pagas!