Terminou hoje o Tour deste ano na bela cidade mediterrânea de Nice após um contra-relógio de mais de 37 quilómetros principiado no Principado do Mónaco (o quase pleonasmo é propositado).
Na frente estava tudo resolvido ou quase já que apenas houve uma alteração no 10º lugar, tendo o colombiano Santiago Buitrago conseguido subir ao top10 da classificação geral por troca com o italiano Ciccone.
Segui, como sigo sempre esta prova velocipédica. Este ano com uma atracção superlativa que foi a presença do português João Almeida, corredor da melhor equipa de ciclismo do Mundo a UAE Team Emirates. Depois da participação em diversos Giros com fantásticas participações e uma óptima presença na Vuelta do ano passado, foi o momento do ciclista de A-dos-Francos participar naquela que é a melhor prova de ciclismo deste planeta.
Logo de início se percebeu que a sua função não seria ganhar etapas ou vestir outras camisolas, mas somente carregar o seu chefe de fila, o esloveno Tajed Pogacar, até ao topo da classificação. E fê-lo com tanta competência que bem cedo Pogacar vestiu a amarela para jamais a largar (andou sem ela apenas um dia).
O resultado está aí! Após duas vitórias seguidas em 2020 e 2021, eis que Tajed regressa mais uma vez ao lugar cimeiro do podium em Nice. Seguido sempre de perto pelo anterior vencedor do Tour o dinamarquês Vingegaard (2º lugar) e pelo belga Remco Evenepoel vencedor da Vuelta do ano passado (3º lugar).
Todavia o quarto lugar ficou entregue a João Almeida que para uma primeira participação no Tour diria que é obra!
Pelo que escutei João poderá vir a ser o chefe de fila da equipa na próxima Vuelta. Creio que será a vez de alguém da UAE o ajudar a ganhar uma grande volta. Almeida merece!
Terminou hoje a segunda semana do Tour com mais uma subida aos Pirinéus que culminou em mais uma vitória de Tadej Pogacar, o chefe de fila da UAE Emirates Team, onde também pontifica o português João Almeida.
Na passada terça-feira, o corredor nascido nas Caldas da Raínha encontrava-se já num honroso sexto lugar tendo apenas à sua frente vencedores de grandes voltas: Pogacar, Vingegaard, Evenepoel e Roglic. Com um segundo menos, portanto em quinto lugar, outro colega de equipa de Almeida, Juan Ayuso, que acabaria por abandonar o Tour por Covid, tal como Roglic, mas este após uma aparatosa queda.
Deste modo João subiu ao quarto posto da geral sendo perseguido por grandes nomes do ciclismo Mundial. Agora será bom perceber até que ponto o atleta luso conseguirá manter-se em tão bom lugar.
Este fim de semana o Tour culminaria com a subida ao Col du Tourmalet, no dia de ontem e hoje a uma chegada a Plateau de Beille a 1800 metros de altitude. Duas duras etapas carregadas de prémios de montanha que serviriam (e serviram) para expurgar os melhores atletas dos restantes corredores.
Na etapa desta tarde e a pouco mais de dois quilómetros da chegada João Almeida, que se atrasara em relação aos atletas da frente, estava virtualmente classificado em sexto lugar. Porém o ciclista não deixou os seus créditos por mãos alheias e foi com espanto que vi o caldense a cortar a meta em quarto lugar ganhando tempo aos seus perseguidores.
Mais uma vez o português da UAE mostrou que há que contar com ele para outros vôos, quiçá para liderar uma boa equipa e uma Grande Volta.
Amanhã novo dia de descanso para no próximo domingo tudo terminar no Mónaco. Veremos como chegará o atlela de A-dos-Francos ao principado.
Desde que o Tour de France 2020 iniciou que sou um atento seguidor desta prova rainha do ciclismo mundial. Não que entenda muito dos jogos do arranca ou fica como referem alguns comentadores sabedores ou dos jogos de equipa, mas gosto de ver aquele esforço dos atletas seja a subir íngremes montanhas ou a descê-las em velocidade vertiginosa ou aquela centena de metros onde um conjunto de ciclistas quase de desfazem em sprints loucos para ser o primeiro a chegar.
Depois a reportagem que acompanha este Tour, nomeadamente o helicóptero é fantástica dando-nos uma imagem de uma França que não temos quando viajamos por estrada.
Não há castelo, lago, igreja, rio ou barragem que não seja referenciada pela reportagem aérea. Todavia as imagens de terra especialmente dos atletas e das suas bravatas feitas motos-reportagem são momentos, outrossim, inesquecíveis.
Vamos então às curiosidades:
- a primeira prende-se com o público que sempre de máscara vão aplaudindo e incentivando os atletas corredores. Não obstante a pandemia o povo gaulês não quis deixar em mãos alheias aqueles propósitos;
- a segunda curiosidade está inteiramente ligada a Portugal, pois durante cada etapa vejo sempre uma ou mais bandeiras portuguesas. E seja lá onde for... elas estão lá;
- a curiosidade terceira tem a ver com os terrenos agrícolas que nos é dado observar de forma aérea e que se apresentam todos cultivados, ou dito de outra forma, raros são os campos que estão abandonados.
Vamos entrar na última semana do Tour. Independentemente de quem ganhar seria bom que ninguém, especialmente em Portugal, esquecesse Joaquim Agostinho que foi alguns anos um dos heróis desta prova velocipédica!
Há uns amantes de desporto que preferem fórmula 1, onde foram raros os portugueses a particpar. Outros gostam de ralis. Eu adoro ciclismo.
Talvez por ter visto Joaquim Agostinho a correr nas nossas estradas e saber dos brilharetes que fez no "Tour" de França.
Deste modo a Volta à França é um daqueles momentos (quase) imperdíveis de televisão. Com as normais e anormais vicissitudes decorrentes deste desporto.
Agora que o "Tour" está a terminar (será no próximo Domingo a consagração do vencedor nos Campos Elísios em Paris) recordo belos momentos que pude assistir "on-line". Belos sprints, muitas fugas e algumas complicadas quedas, então aquela de Phillipe Gilbert foi de arrepiar...
No entanto o que eu realmente percebi é que lá em França, tal com cá em Portugal, o público respeita pouco o ciclista e o seu enormíssimo esforço.
Devido à sua curiosidade e pouco civismo os espectadores podem estragar a corrida de um atleta, que durante meses se treinou para o evento. Sei que será quase impossível conseguir manter o público longe da estrada. Mas vê-los encostados aos atletas, parece-me um exagero.
Agora que se aproxima a Volta a Portugal seria bom que os responsáveis lusos avisassem o público português para apoiarem os nossos atletas, mas deixando uma distância razoável de forma a não prejudicar os corredores!
Iniciou-se no passado sábado uma das mais emblemáticas provas desportivas do Mundo: a Volta à França.
Este ano na sua bem idosa centésima edição.
Envolta em brutal polémica, especialmente devido às declarações de Lance Armstrong e da impossibilidade de se vencer o “Tour” sem recurso ao dopping, esta prova é, ainda assim, um exemplo do esforço, da coragem e acima de tudo do espírito de sacrifício de um atleta.
Desta prova lembro-me com alguma saudade dos duelos entre o belga Eddy Merckx e Luis Ocaña, que nos anos 70 davam cor e brilho àquela competição. E de Joaquim Agostinho e da sua chegada aos Alpes D’Huez. E de tantos outros enormes ciclistas que evoluíram nas estradas gaulesas para alegria de milhares de apaixonados do ciclismo.
Todos os anos nesta prova, ascendem ao lugar de vedetas novos corredores, mas nenhum deles apresenta a excelência dos antigos atletas, que com máquinas muito mais pesadas, subiam e desciam os íngremes Alpes ou os Pirinéus com garra e carregados de coragem.
Todavia, e independentemente das facilidades colocadas hoje ao dispor dos ciclistas, o “Tour de France” é ainda assim uma prova profundamente dura e carregada de surpresas onde a tenacidade, o esforço, a alegria da vitória ou a tristeza de uma derrota ainda têm imenso valor humano.
Um exemplo para muitos atletas nomedamente do futebol, principescamente pagos!