Haverá pior destino?
Creio já ter escrito neste espaço que a Terceira Guerra Mundial já teve o seu início há muito tempo. Se não, vejamos:
De um lado os Estados Unidos com uma dívida colossal, quase toda ela nas mãos dos chineses, continuam, ainda assim a imprimir notas de dólar. Até que um dia Obama ou um outro qualquer presidente declare que deixa de pagar… Aí a China, India e outros países chamados emergentes, vão acordar de um pesadelo.
Do outro lado observamos uma Europa, renascida das cinzas após a II Guerra Mundial, que teve até à queda do Muro de Berlim uma postura de alguma forma cuidada, muito devido à Guerra Fria e, acima de tudo, à bipolarização bélica, plasmada à época na NATO e no Pacto de Varsóvia.
Com o subsequente desmembramento da “Cortina de Ferro”, a unificação Alemã e a destruição da União Soviética – com as actuais (más) consequências –, a Europa passou a ser uma zona comercial demasiado apetitosa para uma China e outros países orientais, economicamente em crescendo.
A criação do Euro veio dar ao Mundo uma nova alma e uma opção na escolha de uma outra moeda como referência. Só que tudo não passou de um “flop”. E assim que o Lehman Brothers faliu, a economia derreteu-se deixando à mostra as fragilidades do Velho Continente. É aqui que entra então a Alemanha, que do alto do seu pedestal financeiro, vai alimentando os países mais frágeis (especialmente do sul da Europa) com as evidentes e obrigatórias contrapartidas.
Austeridade e mais austeridade, dívida impagável, economia destruída foram as formas dos Alemães, de forma subtil, dominarem a seu bel-prazer os países mais débeis.
Temos assim de um lado a China, senhora de muita dívida americana e alguma europeia, e do outro a Alemanha proprietária dos orçamentos dos países da zona euro com enormes dificuldades económicas. Entre esta balança ficou, todavia, a Grã-Bretanha que não estando na zona Euro, também não ficou imune ao descalabro económico europeu e mundial.
Assim sendo a Terceira Guerra Mundial não se joga nos velhos campos bélicos, mas nos corredores de um Banco Central Europeu, num Federal Reserve ou num Bank of China. E este jogo, em vez de eliminar milhões de pessoas, elimina milhões e milhões de empresas, expurgando a economia mundial de mui pequenos negócios que vão sendo placidamente absorvidos por empresas (muito) maiores.
Estamos (todos???) presos a acordos assumidos por governos democraticamente eleitos, sem hipóteses de renunciarmos a eles.
Deixámos assim de ser donos do nosso próprio caminho.
Haverá pior destino?