Fiquei estusiasmado quando percebi que o jogador maiato Nuno Borges alcançara a quarta ronda do Open dos Estados Unidos, que se está a realizar em Flushing Meadows. Problema: o adversário era somente o 5º cabeça de série, o tenista Daniil Medvedev.
Assim sendo preparei-me para ver a partida no canal da Eurosport. Que não chegou a durar duas horas.
Ao primeiro minuto já o tenista português fizera duas duplas faltas e perdia o seu serviço. A partida correu quase sempre assim: Nuno Borges demasiado nervoso contra um Medvedev que jogou quanto baste para levar de vencida o atleta português comr um significativo três a zero com os parciais de 6-O, 6-1 e 6-3.
Uma coisa já percebi nos atletas nacionais de ténis: têm pouca calma! Vi muuuuuuuitas partidas de ténis, especialmente na televisão e em quase todas elas os tenistas têm quase todos ums série de preceitos que eles próprios engendraram de forma a não se precipitarem. Nuno Borges não os tem e deste modo fiquei com a ideia que jogou demasiadas vezes de forma repentina sem cuidar de que deveria usar da serenidade antes de lançar o serviço.
O atleta tem qualidade e a sua esquerda tem valor. Mas necessita de treinar mais o seu serviço, que raramente entrou à primeira. E quando no terceiro set conseguiu fazê-lo por algumas (poucas) vezes, o adversário teve algumas dificuldades.
Sabemos que os latinos são muito emotivos. O inverso dos nórdicos. Mas o controlo das emoções também poderia e deveria ser treinado.
Enfim, Nuno Borges poderá vir a subir no ranking ATP. Mas aconselhava-o a refrear os seus impetos de jogo.
Foi pena não ter conseguido ir mais longe. Mas haverá certamente mais partidas para jogar!
Sempre apreciei o tenista Novak Djokovic. Não só pelas vitórias, mas pela postura que sempre foi a sua vida e pela forma, muitas vezes divertida, como jogava o seu ténis sem nunca perder o foco.
Admirei-me por isso com a recente polémica que o rodeia sobre a sua participação no primeiro torneio do Grand Slam de 2022 e que se realiza em Melbourne, na Austrália.
Independentemente de ser campeão e uma estrela na modalidade isso não deveria de impedir de se mostrar mais realista com o que se passa no Mundo no que respeita a esta pandemia. Se há regras para cumprir se quisermos entrar num determinado país, o mínimo que deveremos fazer é aceitar e não dar azo a uma polémica que se está a transformar num incidente diplomático. Se é que não se transformou já...
Definitivamente não há desculpa para a postura que o atleta sérvio está a ter perante os condicionalismos impostos pelos australianos. Tal como Nadal afirmou publicamente há muito que os atletas sabiam aquilo que lhes seria exigido no que se refere a vacinas contra a covid-19. Ora se Djokovic não pretendia aceitar os preceitos impostos pela Austrália bastava assumi-lo e desistia do torneio ou então na pior das hipóteses "inventava" uma lesão.
Assim não!
Perdeu credibilidade, simpatia e como diria um humorista luso: "não havia necessidade!"
Vi ontem a partida dos oitavos de final entre João Sousa e Novak Djokovic. E não obstante a vitória por três sets por parte do antigo número 1 Mundial, o tenista luso mostrou-se à altura da competição e do adversário.
Gostei do seu jogo, da sua garra e até da discussão com o árbitro.
O campeão do último Estoril Open continua a mostrar que é um enorme tenista. E campeão!
Maria Sharapova veio segunda feira passada, a público assumir a ingestão de uma substância proíbida pelas entidades competentes desde 1 de Janeiro. Resultado: a atleta encontra-se suspensa, a Nike também suspendeu o patrocínio e a tenista vai passar por uma enorme travessia de deserto enquanto as autoridades competentes não analisarem devidamente o caso.
Eu sei que o desporto profissional tem cada vez mais exigências e os atletas nele envolvidos pretendem chegar cada vez mais longe. Mas sinto que nem tudo é válido, nem tudo é necessário!
Mas nestes (e noutros) casos de doping, até que ponto vai a responsabilidade médica de quem cuida dos atletas? Porque evocar desconhecimento acaba por ser "pior a emenda que o soneto"
Sinceramente tenho pena que Maria saia desta maneira do ténis, pois dificilmente regressará. Mas se o fizer jamais será levada a sério. Mesmo que tudo isto seja um anormal erro de gestão atlética.
Eu gostava de ver Sharapova em campo: aquela concentração, aquela postura davam-lhe um ar compenetrado no que tinha que fazer para ir ganhando os sucessivos "set's".