Por causa deste texto lembrei-me do que foi a minha luta contra os cigarros e cachimbo.
Teria 25 anos... e era um daqueles fumadores de permanente cigarro na boca. E quando não era o cigarro era o cachimbo. Recordo que na altura (em 1984) gastava diaramente 3 maços de cigarros. Não era só o dinheiro que derretia, como a minha saúde que ficava em risco, já para não falar do cheiro que provavelmente eu exalaria devido ao fumo. Tudo somado... uma desgraça.
Um dia estava na esplanada numa das praias da Costa da Caparica a acabar de almoçar com um velho amigo quando pego num cigarro e este pergunta-me:
- Quando é que deixas de fumar?
A questão posta assim de chofre e vinda dele que também fora fumador deixou-me meio atarantado e não lhe dei logo resposta. Coincidentemente o maço tinha apenas um cigarro que fumei com calma. Depois de apagar a beata comuniquei:
- Foi o meu último cigarro!
Obviamente que o meu amigo deve ter-se rido por dentro. Certo é que desde esse dia nunca mais fumei!
Todavia e durante alguns meses tive de alterar a minha vida social, nomeadamente no que referia a almoços e jantares e ao que bebia. Conhecendo-me bem logo percebi que duas ou três coisas teriam de ser temporariamente banidas. Creio ser aqui que reside parte do sucesso para deixarmos de fumar: na capacidade de percebermos que factores externos nos levam ao cigarro.
Assim deixei de beber café, às refeições não havia nem vinho nem cerveja e nos bares bebia apenas 7up (passe a publicidade).
A verdade é que paulatinamente fui calcorreando o caminho dos "cambada de saudáveis" como se dizia na altura, para hoje, muitos anos depois estar completamente livre do tabaco.
Deixar de fumar é fácil? Não é! Mas basta o próprio convencer-se a si mesmo de que é capaz e tudo se consegue. Repito a si mesmo e não aos outros!
Não serve este texto de manual de nada, até porque cada pessoa é uma pessoa e reage de forma diferente às situações. Mas há uma certeza feroz e da qual me valho para atacar os fumadores: ninguém nasce com um cigarro na boca, ninguém!
Nota final para dizer que meses depois já bebia café e bebia os meus copos... mas sempre sem tabaco!
Durante alguns anos fui fumador. Se no dealbar fumava daquilo que cravava porque não tinha dinheiro para mais e portanto consumia pouco, anos mais tarde, e a partir do momento que comecei a ganhar dinheiro, passei a fumar muito mais. Natural...
Cheguei a consumir diariamente três maços de cigarros. Mais o tabaco de cachimbo que também marchava...
Entretanto em 1984, estava eu numa esplanada na Costa de Caparica com um (agora) velho amigo, quando peguei num cigarro e aquele me pergunta:
- Quando é que deixas de fumar?
Coincidentemente aquela era o último cigarro do pacote. Fumei-o normalmente, mas quando o acabei devolvi ao meu amigo:
- Não volto a fumar!
Nem ele nem eu próprio acreditámos piamente na minha promessa, mas...
A verdade é que deixei mesmo! Nunca mais peguei num cigarro nem no cachimbo (que ainda guardo). Todavia para que o tabaco passasse a fazer parte do meu passado tive de perceber que teria de deixar de beber café e de beber álcool às refeições e fora delas.
Hoje recordo aqueles tempos não com saudade, porém como prova provada de que se quisermos, repito se quisermos mesmo, tudo conseguimos. Até deixar de fumar. A partir desse tempo passei a alinhar numa luta para tentar que os meus mais próximos deixem de fumar. Há quem me chame fundamentalista anti-tabagista, mas eu apenas quero o bem das pessoas.
Trago este meu exemplo porque ontem recebi a notícia que um ex-colega e muito meu amigo, fumador inveterado, foi internado com um grave problema pulmonar que logo se descobriu ser um cancro.
Ele é muito mais velho que eu, mas a amizade que nos liga foi sempre enorme, cimentada com o andar dos anos. Muitas vezes tentei convencê-lo a deixar de fumar. Nunca aceitou a minha ideia convicto de que tudo não passava de um mito urbano.
Infelizmente não foi nem é. O tempo de vida que lhe restará será claramente pouco. Quando poderia ter sido tanto...
Numa caixa de supermercado pude ler hoje o seguinte aviso:
"Proíbida a venda de alcool a menores".
Este aviso parece-me desnecessário já que custa entender como alguém seja capaz de vender um decilitro que fosse de alcool a alguém com menos de 18 anos.
Depois há o tabaco. Outro flagelo que cada vez mais começa em pessoas mais novas. E neste caso já tenho visto alguns avisos, mas é muito mais raro.
Porém fica a ideia que os avisos só lá estão porque é obrigatório por lei e não por evidente motivos de lucidez.
Cada um de nós tem normalmente os seus pequenos ou grandes vícios. Uns quase passam despercebidos, todavia há outros que se vêem à légua. Mas pronto... não me cabe criticar, constato apenas, até porque eu próprio já pertenci ao clube...
A manhã desta sexta feira acordou assim para o gelado. Tão fria que estava que eu, que até nem sou muito friorento, reconheci a fresquidão matinal. O problema nem era propriamente o frio mas unicamente um vento irritante e persistente que gelava toda a gente.
Como habitualmente tenho sítio certo para tomar o meu pequeno almoço. Já de regresso ao trabalho passo por uma pastelaria que tem uma esplanada.
Corria o tal frio gelado, as pessoas passavam apressadas procurando o calor dos gabinetes, os carros teriam os aquecimentos ligados, com toda a certeza.
Com tudo isto há uma jovem que tomava o pequeno almoço na tal esplanada. O empregado vem lá de dentro e perguntou-lhe:
- Não quer ir lá para dentro?
- Não, obrigada. Fico aqui fora porque posso fumar...
Rapidamente tiro a minha conclusão: vício a quanto obrigas...
Fumei durante anos. Terei começado aí pelos 12 / 13 anos até aos 25, altura em que em boa hora decidi parar de fumar. De modo próprio sem qualquer ajuda médica, psicólogo ou medicamentos para...
Antes desta minha decisão, queimava cerca de três maços de tabaco e ainda fumava algum cachimbo. Dinheiro queimado... pura e simplesmente! Mas um dia, na praia, seguindo o apelo de um bom amigo decidi parar. Já lá vão quase trinta e cinco anos.
Hoje em dia todos ou quase todos os jovens e menos jovens têm acesso a um manancial de informação na ponta de um dedo, algo que não havia naquela altura. Todavia já se sabia que o tabaco fazia mal. Muito mal.
Como faz hoje, E fará, com toda a certeza amanhã.
E é por tudo isto que me admira que esta juventude continue a usar o cigarro como demonstração de estatuto. São capazes de dar a cara por campanhas pelos animais, pelo ambiente, por melhores condições de educação, para depois estragarem tudo ficando dependentes de um pequeno cilindro, cujo intenção ainda estará por descobrir.
Mesmo que andem com os cigarros electrónicos parece pouco saudável a dependência física e psicológica do tabaco.
Talvez até esteja errado, mas cada vez vejo mais jovens a fumar. E é pena!
Um homem ou uma mulher não se avaliam pelos cigarros que fumam, mas pelos que evitam!
Hoje é o Dia Mundial do Não Fumador. Isto é dito (e escrito) com tanta pompa e circunstância que quase parece anti natura ser-se não fumador.
Fumei durante muitos anos, mas um dia decidi que não fumaria mais. Sobre esse momento já passaram mais de trinta anos.
Eu que cheguei a fumar três maços por dia e uma onça de cachimbo, tornei-me um fundamentalista contra o tabaco. Assumidamente contra!
Não me venham cá com histórias de que não se consegue deixar de fumar sem ajuda. Esta é uma ideia absurda ou uma mera desculpa de quem não quer deixar de fumar. Decidi deixar de fumar de um momento para o outro sem qualquer indicação médica ou outra. Foi assim pura opção! Deste modo nunca tive desejos, ensejos e outros traumas, como muitas vezes vem referenciado.
A causa antitabagista é neste momento quase uma moda... Fica bem ser-se contra os fumadores e daí a criação destes dias quase tão inúteis na sua função quanto as campanhas contra o uso do tabaco.
Numa altura em que tudo se sabe, que se tem acesso a todo o tipo de informação médica e não só, quem fuma fá-lo deliberadamente, consciente do mal que está a fazer a si próprio e indirectamente aos outros.
Todavia nem sempre fui assim. Tempos houve em que comia e bebia alarvemente, fumava desalmadamente e jogava freneticamente. Modos de vida...
Depois vieram os anos, as responsabilidades e com os filhos à mistura, e foi aí que comecei a ganhar algum (pouco) juízo. Mas enfim, o suficiente para parar de fumar, comer e beber menos e jamais jogar.
Foram tempos duros. Não se muda assim uma pessoa do dia para noite com um estalar de dedos. Foi necessário sacrifício e capacidade de sofrimento.
Mas valeu a pena. Hoje posso dizer o que disse no início deste texto: não tenho vícios.
Este preambulo é apenas um desabafo perante algo que vejo com frequência e que me faz pensar.
As transformações profundas que Portugal ora atravessa, as vidas desfeitas que invadiram os lares dos portugueses, com o desemprego a ser a causa principal, os cortes evidentes na massa salarial da maioria dos trabalhadores, ainda assim todas estas razões e outras não referidas não serviram para ensinar os lusitanos a poupar.
Custa-me perceber como é que as pessoas fazem opções sem precaverem o futuro. E pior... quanto menos ganham mais coisas pretendem e desejam.
Lanço assim para esta "mesa" o caso do tabaco.
Não sei quanto custa actualmente um maço de cigarros mas sei que é caro. Mas para além do mal que faz, o pior é que a maioria das pessoas que fumam nunca colocam o deixar de fumar como algo que se deva fazer, antes das outras coisas, no sentido de poupar alguns euros. Bem pelo contrário: o cigarro é algo que vai sempre ficando custe o que custar. Corta-se na carne. no leite, no peixe ou no pão mas nos cigarritos é que não pose ser nada...
Que valores são estes em que cada um se preocupa mais com o seu umbigo, do que com a barriga do filho esfomeado? Que egoísmo é este? Que sociedade temos vindo a criar?
O desenvolvimento de um país também se vê nestes detalhes. Ou será que não?