Quando há uns anos surgiu na capital o negócia da UBER, alguns dos meus colegas e alguns amigos, demonstraram a normal satisfação por um negócio, que parecia muito fechado, se abrir à sociedade originando uma concorrência que se pretendia competente e saudável.
Se nos primórdios a coisa surgiu bem feita e organizada hoje, por aquilo que vou constatando, tudo mudou. E para pior, obviamente.
Se antes os "fogareiros" (assim são ainda conhecidos os táxistas em Lisboa!!!) andavam na estrada como se fossem os únicos com direito a circular, hoje temos os UBER's a serem bem piores que os homens do táxi. Das duas uma: ou andam a morrer ou então colocam toda a gente em risco.
Quem anda pelas cidades sabe que geralmente o trânsito no seu interior é caótico. São os transportes públicos a pararem de 50 em 50 metros para largarem ou tomarem passageiros, são as terríveis cargas e descargas de mercadoria em plena via pública, são as entregas e agora os UBER's que atrapalham até mais não. Descobri que muitos dos condutores são imigrantes com pouco ou nenhum conhecimento da cidade e dos seus arredores criando ainda mais confusão.
Nunca soube o significado de UBER. Sei que é um negócio mundial, mas por cá poder-se-ia traduzir por "Um Básico EncaRtado"! Porque "TVDE" já sei o quer dizer!
São 16 horas e mais quarenta minutos e eu tenho consulta no Hospital de Santa Maria às 5 da tarde.
Chove! Logicamente trânsito está caótico. Penso ainda em apanhar o Metro pois estou no Marquês de Pombal e nem tenho de mudar de linha. Mas começo a imaginar no caminho que tenho de andar e o tempo que vou perder ao fazê-lo. Ainda por cima a chover.
Decido então apanhar um táxi.
Há um mesmo em frente do meu trabalho. Toco na janela que se abre e pergunto:
- Leva-me ao hospital de Santa Maria?
A resposta vem em modos de resmungo mas diz que sim.
Entro. A viatura dá a volta ao edífico para apanhar a rua Braamcamp e aceder à Rotunda do Marquês. Porém um pouco mais à frente uma senhora sai com o carro de uma garagem sem se preocupar com os outros que surgem do seu lado direito e acaba por bater no táxi, que mesmo travando não consegue evitar ser abalrroado.
Tudo normal para quem anda na estrada.
Só que eu tenho pressa e o senhor vira-se para mim e diz:
- Desculpe mas vou demorar. Se quiser sair...
A indicação fica no ar. E eu civicamente pergunto:
- Quanto devo?
- Três euros e trinta e cinco.
Dou ao motorista uma nota de cinco euros, recebo o troco e saio em busca de novo transporte. Apanho outro táxi que me leva ao meu destino ainda a tempo.
Porém hoje comecei a pensar no sucedido ontem em plena Lisboa e assaltaram-me duas questões:
- A primeira prende-se com o pagamento... deveria tê-lo feito já que não me levou ao local por mim solicitado? Isto é, o serviço não foi prestado;
- A segunda tem a ver com a distância percorrida. Segundo pude ler a primeira bandeirada são três euros e vinte e cinco mas tem direito a percorrer 1800 metros. A partir daqui são mais 10 cêntimos por cada 212,77 metros.
Ora a distância percorrida pelo táxi entre o lugar onde o apanhei e o sítio onde se registou o acidente não medeia um quilómetro, quanto mais dois que corresponde ao valor que eu paguei: 3,35 euros.
Começo a achar que este negócio de ter um táxi é muito rentável!