Eram 12 e 30 desta tarde quando entrei num supermercado de uma grande superfície. Passara de carro perto, liguei para casa a perguntar se seria necessário alguma coisa e pediram pão.
Fui para a padaria, tirei uma senha que era a número 63 e esperei. No marcador indicada 59. Pensei para mim:
- Quatro pessoas à frente... deve ser rápido...
Entretanto à minha frente encontrava-se um casal jovem cuja senha depressa percebi ser a anterior à minha. Não entendi do que falavam, mas só quando foram chamados pela operadora é que se puseram, por fim, a dialogar sobre o que queriam.
Não estava de todo interessado no que pretendiam, mas achei aquela atitude de uma falta de organização pesssoal. E nomeadamente do tempo.
E este camelo à espera que os meninos decidissem o que precisavam. Resultado: durante dez minutos a operadora esteve de serviço ao casal, sem que este se preocupasse minimamente com quem estava atrás.
Este caso que me aconteceu hoje é o exemplo de como em Portugal poucos sabem gerir o seu próprio tempo, seja no trabalho, seja na vida pesoal. Depois há quem se queixe que não consegue fazer as coisas que pretendia num só dia. Pudera...
É certo que detesto visitar estes estabelecimentos, acima de tudo porque mesmo em tempo de pandemia as famílias continuam a passear-se nos corredores das compras. Aquilo é o pai, a mãe e a restante família até à 10ª geração... tudo devidamente acompanhado pelas crianças hiperactivas e traquinas.
Para no fundo comprarem somente meia dúzia de coisas, mas empatarem quem tem mais que fazer e que comprar!
Ontem foi dia de compras. Estes momentos revestem-se quase sempre de muito tempo gasto entre comprar, pagar e arrumar. Onde resido não há uma loja, um mero supermercado… nem mesmo um café.
Tendo em conta que em casa vivem sete pessoas, mais a malta que já saiu para outras (a)venturas, necessitamos de ter a dispensa composta. Assim sendo a visita a uma grande superfície torna-se necessária em média de dois em dois meses. Munidos de uma longa lista de produtos eis-nos a tarde/noite passada em pleno supermercado.
Como já estamos habituados a este tipo de compras nunca adquirimos coisas que não necessitamos, só o que realmente faz falta. Éramos três a percorrer quilómetros de corredores em busca dos produtos. A mim coube-me, como sempre, as bebidas, o leite, os queijos e a charcutaria. Uma hora e quatro carros depois dirigimo-nos à caixa para pagar.
E foi aqui que o insólito aconteceu… A determinada altura fui inibido de levar o leite que pretendia. O jovem caixa, sem qualquer culpa no caso, justificou-se dizendo que o produto estava em promoção e por isso havia limite de embalagens por cada pessoa. Fiquei varado com esta estúpida ideia. Voltei então para trás e troquei os pacotes de leite por outros para os quais não havia qualquer limitação. Confrontei uma colaboradora, daquelas que andam sempre com chaves na mão, e que me mostrou em letras muito pequenas o aviso da limitação de pacotes.
Isto é, a campanha de supostos descontos – ainda estou para perceber se eles existem mesmo – é colocada à vista de toda a gente em letras garrafais, mas o limite de embalagens aparecem num corpo de letra muito pequeno.
Por minha vontade as compras tinham ficado nos carros e jamais regressaria àquela superfície comercial. Todavia o bom-senso das mulheres que me acompanhavam prevaleceu e acabei por trazer os produtos.
Assumo desde já que dificilmente voltarei àquela rede de supermercados.