Quando em casa oiço a palavra "supermercado" todos os meus alertas internos se acendem naquela luz vermelha, quase sempre assinalando perigo.
São diversas as razões que me levam a detestar uma ida... "às compras".
Mas antes de esplanar as minhas razões assumo que se for sozinho até nem será mau de todo, pois se me pedem para trazer três coisas, por exemplo, pão, leite e cenouras é óbvio que é isso que trago e não 3333 coisas.
Bom... a primeira razão tem a ver com a hora do acto, geralmente acontece numa altura em que a fome se aproxima. O resultado parece óbvio e acaba sempre por se comprar coisas a mais, não necessariamente desnecessárias (passe o pleonasmo!).
A segunda prende-se com os produtos e a sua duvidosa qualidade. A quase obrigação de comprar produtos da marca da casa, porque não há de outras marcas irrita-me olimpicamente.
A terceira razão advém daquela subtileza das pessoas das caixas em tentarem vender... solidariedade. Calculo que os "caixas" a isso sejam obrigados, mas a carteira é minha. Pois... mas há quem vá sempre nesta conversa dos... coitadinhos!
Finalmente o povoléu que adora passear-se no estabelecimento, acompanhado da família até ao 35 grau. Nada gastam, mas enpatam...
Há por aí uns supermercados que começaram a vender um pão a que deram o pomposo nome de "Pão de Rio Maior". O pão não é mau, pelo menos é melhor que a maioria dos que se vendem por essas pagarias, mas é pequeno e fico com a ideia de que tem muida venda. Antes assim!
Um destes dias fui a desses estabelecimentos para comprar o dito pão e quando me aproximo dos cacifos com diversos tipos dou com a seguinte mensagem: Por questão de higiene use as pinças e luvas para mexer no pão.
O aviso faz todo o sentido. Mais... fez com que eu olhasse para as minhas próprias mãos. Ora como não considerei que estas estavam imaculadas fui arrancar uma luva muito fina e que se encontra nesta zona. Retiro uma só luva, calço-a na mão direita, retiro o pão e enfio-o no saco de papel. Não costumo cortar na maquina porque quando está muito quente fica desfeito.
Vou pagar na caixa! No instante seguinte dou por mim a olhar para a minha mão destra tentando lembrar-me do que havia feito.
Revi tudo e no final não consegui evitar uma quase gargalhada.
É verdade que fui pegar no pão com uma luva de plástico, mas esta foi retirada do expositor com a mesma mão (suja ou não). O que equivale dizer que se a mão estivesse muito suja, a sujidade passaria para a luva que pegou a seguir no pão... Digo eu...
Ou será que estou a ver mal?
Portanto a pinça será sempre melhor... para pegar no pão. Mas sem luva.
Se há local onde eu não aprecio ir é ao supermercado, vulgarmente denominado de grande superfície. E não gosto por diversas razões.
A primeira prende-se com a forma como tentam ludibriar o consumidor, já que aquele esquema de mudar as coisas de lugar não é feito por questões logísticas de espaço, mas unicamente para o cliente andar em busca do que quer e acabar na maioria das vezes por comprar produtos dos quais não necessita só porque… passou por eles.
A segunda razão baseia-se na quantidade de produtos com a “marca da casa” em vez daqueles que costumo usar e que são obviamente de outras marcas, mas sei de antemão qual a qualidade. Irrita-me a atitude do tentar impingir o que não queremos.
A terceira revela-se nos clientes que passeiam por entre carros vazios de compras e prateleiras repletas desejosas de ocuparem o espaço no carro. Mas o pior de tudo é a quantidade de pessoas que entram num supermercado para acompanharem um só comprador. Aquilo é a árvore genológica toda presente, começando no idoso e rabugento avô, acabando no também rabugento bisneto acabado de nascer.
Os supermercados são locais para fazer compras e sair, não é o Museu de Arte Antiga!
Já nem falo dos nossos sempre tão "jolies" emigrantes...