Reconheço que o meu Sportinguismo é uma doença. Nãos sei se grave, mas mortal talvez, já que morro de amores por este clube.
Já escrevi que ser adepto é uma coisa, assim, inexplicável. Porque este e não aquele clube.
A minha primeira razão é familiar: pai, padrinho, tios, primos... todos do Sporting. Portanto só poderia ser deste enorme clube. A segunda é que para se ser do Sporting são necessários determinados valores que outros clubes não gostam de exibir.
Hoje estive em Alvalade onde o Sporting carimbou o seu bicampeonato. Mas não fui ao Marquês porque amanhã é dia de eleições e eu preciso de estar fresco para perceber em quem irei votar.
Dito isto... gosto desta alegria, deste sentimento de euforia que eu tento controlar. Mas a doença está cá...
E já disse a quem me escuta, quando morrer quero uma bandeira do Sporting por cima da urna. Daquelas grandes, enormes do tamanho da minha paixão por este clube!
Hoje estive a ouvir na plataforme youtube uma conversa entre Herman José como convidado de Rui Unas naquele seu programa "Maluco Beleza"! Chamo a atenção que a entrevista já tem sete anois.
Tenho, sobre Herman José, a ideia de que será um dos artistas portugueses mais cultos. E talvez daí o seu enorme sucesso que advém dos anos setenta onde apareceu ao lado de Nicolau Breyner como o senhor Contente e o senhor Feliz. Depois o "Tal Canal" e o "Tony Silva" que tantas vezes vi no programza de Júlio Izidro.
Desde essa altura até agora muito mudou. Na televisão, no país, no Mundo, nas mentalidades, nas aceitações. Mas Herman maturou! Percebe-se que olha para a vida, para o seu bonito passado e para o futuro da mesma forma... Pudera os anos também contam.
Mas de tudo o que disse há uma frase de Herman que destaco pela sua assertividade. Disse ele que alguém que lê trezentos livros num ano não será mais culto que as outras pessoas pois cultura é estar disponível para absorver tudo.
É isso mesmo Herman. Tudo ao nosso redor faz parte da cultura e não apenas saber somente o que nos agrada.
Repito uma entrevista com alguns anos, sem papas na língua, por vezes cruel e muito, muito divertida.
Li ontem que a campanha eleitoral de hoje vai ser interrompida por causa de um jogo de futebol!
Isto é...parece ser mais importante para o país (e para os nossos políticos!) o próximo derbi lisboeta que a falta de casas, o desemprego, a desertificação do interior, a segurança e obviamente a nossa saúde.
Também é verdade que não será por parar umas horitas que o povo perde alguma coisa...Mas enfim...
Tenho de admitir que esta coisa de se ser adepto de um clube desportivo, ainda por cima se envolver futebol, é de doidos. Completamente!
Ontem fui ao futebol já que o Sporting jogava em casa e eu tenho lá a minha cadeira reservada. Não sei porquê ia pouco confiante para o jogo e, como é mais ou menos sabido, tive razão nas minhas desconfianças.
O estádio estava cheio com 44666 espectadores. Uma multidão assaz ruidosa no melhor sentido da palavra.
Como disse uma vez Carlos Queirós o futebol não é uma ciência exacta! Exactamente, não é! Daí o Sporting, líder da liga portuguesa, aos 20 minutos de jogo encontrar-se a perder. Um escândalo, um horror, uma tragédia. Pois... tudo isso, mas o jogo só termina quando o juiz da partida assim o indica e até lá...
Quando na segunda parte aos 82 minutos, o Sporting empata, a esperança, quase a roçar a reserva, reancendeu. Perto de mim vi alguns adeptos, minutos antes, a abandonar os seus lugares estranhamente descrentes de uma reviravolta no resultado. Que aconteceu já nos descontos.
A vitória estava agora ali à mão de semear! O fim do jogo colocou mais de 40 mil em delírio. E só havíamos ganho um jogo e não o campeonato!
Agora quem não esteve presente no estádio não consegue entender o que foi aquele sentimento quando o jogador Eduardo Quaresma fez o segundo golo. Em breves segundos as vozes ficaram roucas de tão alto gritarem GOOOOOOOOOLO. Os corações batiam acelerados e as lágrimas não foram só dos jogadores de campo, mas também dos milhares de adeptos presentes.
Adeptos: gente de muitas origens, de muitas culturas, de muitas idades, de muitas profissões, de muitos extractos sociais. Mas todos, todos, todos (como disse Papa Francisco) imbuídos do mesmo amor pelo futebol fervorosamente plasmado num clube de futebol.
Muitos estudos tentam explicar este sentimento.
E nenhum deles a conseguir racionalmente desmistificar este fenómeno humano!
A minha sogra morreu em Julho passado o que equivale dizer que este é o primeiro ano que as filhas passam sem desejar bom dia da Mãe, a uma mulher que foi mãe, avó e bisavó mesmo que na final da sua vida nem tenha dado conta.
Como se vive a ausência? Como nãose comemora este dia?
Cada um tem formas diferentes de lidar com a inevitabilidade da morte. Uns consideram natural, outros não conseguem, de todo, lidar e há ainda quem não ligue nenhuma a isso.
Uma mãe, como já o escrevi, é uma força da Natureza. Seja na raça humana, seja na restante Natureza! Mas só o Homem dá um valor imenso e posterior à sua própria mãe. Daí a diversidade de reacções quando uma mãe parte!
Porque será? Porque nós temos alma, espírito ou somente porque pensamos e sentimos? Não sei de todo responder, mas o que sei que o amor de mãe é, sem dúvida, o amor maior do ser humano.
Posto isto desejo um dia fantástico a todas as mães. Que mantenham esse profundo foco de amar sem contrapartidas.
Abril já lá vai. Estamos já em Maio e não tarda nada chegam as férias.
Mas o que fica do mês anterior não são as comemorações (ou não!) do 25 de Abril, nem a morte do papa Francisco, mas tão somente o apagão na passada segunda feira.
Se há uma semana alguém viesse a público dizer que um dia poderia haver um apagão geral, muitos viriam a terreiro chamar de imbecis ou outros epítetos do mesmo calibre.
A verdade é que por doze horas o país quase parou. Faltando a luz, os nossos equipamentos não trabalham. Desde a simples torradeira ou mais complicado sistema e obviamente as comunicações. Tal como a internet deixou de "bombar" informação. Isto é daqui a uns tempos alguém pode usar uma t-shirt dizendo "Eu sobrevivi ao APAGÂO de 2025...". Mais... a mensagem anterior ficará na frente para no verso poder ler-se "... sem internet".
Escrevo este postal à laia de brincadeira, mas nem sequer me passa pela cabeça como ficaram os nossos jovens quando não puderam publicar aquela foto parva, nem falar da última farra. Muito menos imagino o que a juventude deve ter feito... durante mais de 12 horas (em alguns locais foi muito mais!!!).
Quando tanto se fala da eventual proibição do uso de telemóveis nas escolas, eis que acontece este esporádico episódio. E pelo que soube ninguém se imolou pelo fogo, nem houve qualquer suicídio colectivo. O que quer dizer que aqueles que defendem a proibição dos telemóveis na escolas provavelmente terão toda a razão.
Nada como situações bizarras para percebermos que se calhar vivemos muito bem... sem...
Para mim pelo menos e arrisco mesmo dizer para ninguém!
Eu que ainda me recordo de viver sem luz na aldeia, pergunto-me como tal era possível?
A questão não se prende com a falta de luz para a televisão ou internet, mas acima de tudo para aquelas pequenas e tão corriqueiras acções diárias.
O passar da sopa, o picar da carne para o pequeno, ou o simples aquecer de leite. No fundo a quantidade de acções que diariamente fazemos usando a electricidade, mas sem (quase) percebermos.
O país ontem parou completamente. Se alguns edifícios se socorreram dos geradores, a maioria das empresas e equipamentos não os têm. Porque nunca foi necessário... até ontem!
O estranho é que tendo eu placas solares e estando um dia de Sol, não consegui obter energia para a minha casa. Disseram-me que a legislação portuguesa não o permite, apenas autoriza o carregamento de baterias.
Finalmente não escrevi ontem o meu postal da ordem e por isso hoje terei de escrever dois.
Hoje 25 de Abril do ano da Graça de 2025 andam nove homens a trabalhar para mim (cinco a cortar mato na aldeia e quatro a pintar a casa e os gradeamentos).
Ainda os avisei deste dia de comemoração da Liberdade, mas a resposta que recebi foi de que, para eles, seria um dia normal de trabalho.
Passaram 51 anos desde essa quinta-feira de 1974. Hoje a maioria das pessoas vêem este dia apenas com mais um feriado, ainda por cima este ano à sexta-feira...
Da mesma forma que olho para o 5 de Outubro sem ponta de euforia, muitos portugueses olham para o 25 de Abril sem qualquer reacção.
Será o peso da história sobre os anos ou o povo está cada vez mais distante dos verdadeiros factos?
Defronte da casa na aldeia beirã que amiúde visito, mora um casal de estrangeiros. Não é que sejam mesmo, mesmo estrangeiros "de fora" como diria alguém, mas não têm qualquer ligação familiar à aldeia.
Pelo que me contaram viveram em diversos locais do nosso país, para aterrarem finalmente por aqui. Não perguntei se havia descendência, mas percebi que são ligados aos animais, especialmente gatos, mas também cães.
Nunca os havia visto e pareceram-me... boa praça!
A senhora deu aulas na faculdade e agora estava dedicada a um doutoramento. Obviamente que a conversa acabou por ir parar à minha actividade como reformado e aos diversos desafios que fui abraçando, uns involuntarimente como será o caso dos netos, outra de modo próprio como é a escrita plasmada em livros.
Supreendida, a senhora avançou com o desejo de ter um livro meu. Porém ficou semi desiludida quando lhe disse que os meus livros não servem para alguém ganhar dinheiro com eles. Prometi-lhe oferecer um exemplar para depois me questionar o porquê de não entregar o livro a uma editora com distribuição.
Foi então que lhe expliquei o porquê desta minha opção. Ela escutou-me interessada e percebeu as minhas razões e achou curiosa a minha ideia.
Para que a ninguém reste dúvidas sobre as minhas opções deixem-me então explicar o porquê de oferecer os meus livros. Faço notar que nunca pretendi ser rico, até porque a riqueza pecuniária pode ser um mal muito maior que a pobreza humilde.
Bem... avancemos para a explicação.
A primeira razão é que já não tenho idade nem paciência para novas responsabilidades. Imaginemos então que eu até entregaria os meus projectos a uma qualquer editora mais pujante e esta até considerava interessante publicar o livro. Imaginemos ainda mais que o livro tornava-se num mar de vendas com mais que uma edição. O resultado deste sucesso seria a editora pedir que escrevesse rapidamente outro livro.
Portanto depois de 41 anos a assumir contratos e responsabilidades, terminaria estes meus dias a correr atrás das palavras para corresponder ao que me fora pedido. Nem pensar!
Deste modo sou livre de escrever quando me apetece ou a veia surge e faço dos meus livros verdadeiras provas de amizade e de carinho para com os meus amigos e alguns conhecidos... que também merecem. Como será o caso do casal supra!
Há muita gente da minha família que não sabe desta minha pobre valência. Também não me importa... prefiro o humilde anonimato à euforia de ser conhecido!
Há uns tempos largos vi um cartoon, onde um homem com muitas malas a abarrotar de dinheiro se apresentava a S. Pedro e onde este dizia:
- Não vale a pena trazer isso para cá, pois não irá ter necessidade.
Na verdade anda por aí muito pessoal a encher a carteira à custa dos outros para um dia, quando morrerem, deixarem cá tudo. Também sei que haverá quem se julgue eterno apenas por aquilo que tem. Outros ainda estão convencidos que com o seu dinheiro comprarão a eternidade. E nem estou a falar pelo prisma religioso que este tem também muito que se diga.
A eternidade Não é nem nunca será negociável e ganha-se com homens como Leonardo Da Vinci, Miguel Angelo ou Gaudi. Como Camões, Shakespeare ou Dumas. Ou até como Mozart, Beethoven ou Strauss.
Todos os que referi acima ganharam a verdadeira eternidade entre os homens. O valor de toos eles estava muito acima das riquezas que não tinham, mas haveria quem tivesse.
Assim sendo o nosso valor não está no que temos, mas no que somos para os outros. Como exemplo, como força da natureza, como alguém com bons princípios.
Um dia à porta do Céu o rico e o pobre irão encontra-se e terão ambos mortalhas iguais!