A notícia desta semana foi o sismo que ocorreu esta semana na zona de Lisboa. Eu não senti nada pois a minha vida não deixa espaço a esses sentidos. Mas ainda bem porque ainda tenho assaz presente o sismo de 1969.
Se na bela cidade da Amadora as coisas não foram sentidas como noutros locais ao redor da capital, venho agora comunicar que na minha casa na Aroeira no concelho de Almada o sismo deixou marcas, nã0o diria profundas, mas reconhecíveis.
Quando ontem aqui cheguei pelas seis da tarde tudo me pareceu impecável. Só à noite é que encontrei o meu quarto cheio de coisas tombadas. Se no início pensei que fora a Aparecida que fizera das suas logo achei estranho que outras coisas não tevessem tombado.
Foi nessa altura que me lembrei do sismo desta semana já que encontrei uma moldura com fotografia das minhas netas tombada assim como um vestuto Santo António que nem sei de onde veio.
A moldura ficou bem mas o Santo de Lisboa perdeu a cabeça com a queda. Vou agora tentar restaurar a peça enquanto penso na maneira da estória não se repetir.
Desde aquela madrugada de 28 de Fevereiro de 1969, tinha eu 10 anitos, que a minha relação com os tremores de terra não é das melhores. Diria mesmo que é um tanto tremida! Literalmente!
A razão principal não advém unicamente do perigo que são os sismos e suas consequências, quantas vezes devastadoras, mas acima de tudo da maneira como essa assustadora madrugada ocorreu.
O meu pai estava ausente e assim quando a terra principiou a tremer a minha mãe acordou-me a correr e lá fomos nós escada abaixo em busca da rua. Só que a dona V. tinha a mania (ainda hoje a tem!!!) de fechar as portas com chaves e ferrolhos, originando com a precipitação da fuga que se atrapalhasse em abrir as fechaduras. Quando saímos já todos os vizinhos estavam na rua. Não aconteceu nada, mas nessa noite aprendi uma lição: nunca deixar a porta fechada à chave. Ou se fechar que esteja lá a chave.
Mas coincidências da vida ontem fazia por aqui muuuuuuito vento. De tal forma as portas, que têm alguma folga, batiam com o trinco. Ora como o meu rapaz maila a família foram de férias estou sozinho e daí pensei fechá-las com chave de forma a evitar aquele irritante batuque de origem ventosa.
Felizmente não acordei esta madrugada com o sismo, pois se tivesse provavelmente acontecer-me-ia o mesmo que à minha mãe há mais de 50 anos. Uma bizarra coincidência que me deixou todo o dia irritado!
Esta noite as portas ficam apenas no trinco... não vá o Diabo tecê-las!
A Mãe Natureza não necessita de fronteiras terrestres, de guerras imbecis para destruir cidades e matar milhares de pessoas.
Em minuto e meio a terra tremeu na Turquia e Síria originando um número (ainda) indeterminado de vítimas e cenas horrorosas e apocalíticas de destruição.
Por muito que se tente aprender, por demais tentativas que se façam ao estudar fenómenos ainda há muita coisa que o homem não consegue controlar, nomeadamente relacionadas com a Natureza. Os sismos são um destes casos.
Se com outros fenómenos há uma explicação e até uma real previsão (os tufões serão um bom exemplo), com os tremores de terra há uma imprevisibilidade enorme. Note-se o caso recente da Ilha de S. Jorge... Durante semanas, meses preparou-se a ilha para uma eventual evacuação, baseado nos consecutivos abalos. Porém de forma lenta estes foram diminuindo. No entanto nada nos afiança que de um dia para o outro tudo possa voltar a reactivar.
Seria, quiçá, aconselhável que alguém em Portugal sensibilizasse a população para um eventual sismo de alta magnitude. Com indicações de como proceder em caso da terra tremer principalmente como e onde se protejer. Ou para onde deveremos fugir.
Não é por não se falar no assunto que as coisas não acontecem.
As imagens correram Mundo. Prédios desmoronavam-se como verdadeiros castelos de cartas à frente de todos. Entre aqueles uma escola com crianças lá dentro.
Foi mais um sismo no México de grande intensidade. Com muitas vítimas mortais, perto das três centenas. Demasiadas.
Mas o que mais foi sobressaindo desta tragédia prendeu-se com a possibilidade de uma menina de 12 anos estar ainda viva debaixo dos escombros da tal escola.
Televisões, rádios e jornais iam fazendo crer que a menina ainda estaria com vida. Eu próprio vi alguém a fazer descer garrafas de água no meio dos escombros.
Porém de repente... tudo não passou de uma mentira. Não havia criança, nem nunca houve e ainda se está para perceber como começou este enredo.
Sendo o México a capital das telenovelas de "faca e alguidar", não me admirou que um qualquer canal televisivo do país tivesse criado um evento deste tipo. O pior é que muitas outras cadeias de televisão, na maioria estrangeiros, também tivessem caído nesta espécie de armadilha televisiva.
Parece que alguns elementos do próprio governo mexicano chegaram a confirmar a existência da dita criança.
Resumindo, não bastava já a desgraça que a Mãe Natureza ofereceu ao pobre povo, ainda veio esta não notícia ensombrar, de forma vil e infame, os mexicanos.
Não imagino qual a origem deste caso, mas seria bom que as televisões em futuras reportagens deste tipo confirmassem "in loco" a existência de algum acontecimento mais estranho.
É desta maneira que se perde credibilidade. E nada é pior, para o jornalismo, que a desconfiança.