Astrid et Raphaëlle - dupla imbatível
Há umas semanas um familiar próximo aconselhou-me vivamente a ver uma série policial que passava na televisão por cabo. Assim fiz!
As figuras principais são duas mulheres que por serem diferentes acabam por se complementar.
Quão diferentes como pode ser alguém com um espectro de autismo e uma mulher completamente desorganizada, porém neurotípica.
Vi os nove episódios que constituiram esta série (desconheço entretanto se será emitida uma segunda série). E eu que há muito deixei de ver televisão acabei por, às segundas feiras, procurar ver mais um episódio.
Astrid e Raphaëlle, assim se chama a série deu-me uma visão mais assertiva de como uma pessoa com sindrome de Asperger vê o nosso mundo neurotípico e se comunica e interage com ele.
Não importa referir os casos, mas tão somente perceber como alguém diferente da maioria da população pode ser uma mais valia para quem com ela convive.
Ao metodismo e memória fabulosa da criminalista Astrid contrapos-se sempre o repentismo e desorganização da agente policial Raphaëlle. Os olhares esquivos de uma opunham-se aos afectos sinceros de outra que aprendeu a demonstrar. Mas na resolução dos crimes acabavam por se complementar.
Grande trabalho de ambas as actrizes, mas Sara Mortensen (Astrid) teve uma actuação de grande mérito.
Num video que vi "á posteriori" a actriz franco-norueguesa assumiu que contactou muitos pais com crianças autistas e até mesmo alguns autistas de forma a rentar encarnar melhor o papel.
A série terminou ontem, mas fiquei a salivar por mais.
Merece ser visto!