Se há entidades em quem não confio essas são certamente as companhias de seguros. Quando somos potenciais alvos tudo surge como facilidades, cuidados e com preços fantásticos.
Mas basta assinarmos o primeiro contrato e pagar a primeiro recibo e rapidamente tudo se desmorona, qual castelo de cartas.
Também sei que as seguradores têm sempre muitos clientes desejosos de se aproveitarem das companhias, mas nem todos serão assim, obviamente.
Hoje andei a ver a quantidade de seguros que tenho. Desde os carros às casas são quase uma dezena deles. Depois é assim... se acontecer alguma coisa aos meus bens, as companhias vão tentar sempre arranjar maneira, naturalmente de forma legal, de não restituir o bem ou o seu valor.
Remetem-me para as tão conhecidas letras pequenas, onde estão as excepções, que nunca li porque achei aquilo uma maçada e tenho mais que fazer.
Mas entretanto paguei - e principescamente - por algo a que jamais irei ter direito e que se traduz numa só palavra: respeito!
Raramente vejo televisão. Um filme aqui e outro ali são para mim suficientes. Mas naquele início de noite estava acompanhado e fiquei a escutar as notícias que outros queriam ouvir. E de repente falou-se de um acidente de viação em S. Jacinto junto a Aveiro. A notícia parecia não ter grande interessse quando percebi que o veículo se despistara e caíra na ria de Aveiro.
O condutor conseguiu salvar-se com a ajuda de um pescador mas o pendura acabou por morrer afogado preso ao carro pelo cinto de segurança, desesperadamente solicitando por ajuda que chegou demasiado tarde. Morreu tragicamente consciente do seu destino.
Sou há muito radicalmente contra o uso de cinto de segurança, especialmente no trânsito citadino, já que aceito que nas grandes distâncias convém usar esse acesssório.
Aquele evento deu direito a debate familiar. De um lado estava eu a lutar contra uma lei que considero absurda, do outro a defesa intransigente do diploma que me obriga a usar o cinto.
Vencido mas não convencido, considero que estes tipos de leis servem outros interesses que não os dos condutores. Por acaso não terão sido as seguradoras a apertar o cerco aos constantes governos para publicarem tal lei? Uma questão para a qual nunca teremos uma resposta válida.
Falam-se dos custos sociais que acarretam as mortes em acidentes de viação. Até posso aceitar... No entanto está provado cientificamente que fumar faz mal e mata prematuramente. Mas não há governo que proiba as pessoas de fumar. Porque será? E agora já não há custos sociais com estas mortes?
Bom, detesto que o governo mande na minha casa e na minha carteira mais do que já manda. Mau feito, eu sei!