Desde aquela madrugada de 28 de Fevereiro de 1969, tinha eu 10 anitos, que a minha relação com os tremores de terra não é das melhores. Diria mesmo que é um tanto tremida! Literalmente!
A razão principal não advém unicamente do perigo que são os sismos e suas consequências, quantas vezes devastadoras, mas acima de tudo da maneira como essa assustadora madrugada ocorreu.
O meu pai estava ausente e assim quando a terra principiou a tremer a minha mãe acordou-me a correr e lá fomos nós escada abaixo em busca da rua. Só que a dona V. tinha a mania (ainda hoje a tem!!!) de fechar as portas com chaves e ferrolhos, originando com a precipitação da fuga que se atrapalhasse em abrir as fechaduras. Quando saímos já todos os vizinhos estavam na rua. Não aconteceu nada, mas nessa noite aprendi uma lição: nunca deixar a porta fechada à chave. Ou se fechar que esteja lá a chave.
Mas coincidências da vida ontem fazia por aqui muuuuuuito vento. De tal forma as portas, que têm alguma folga, batiam com o trinco. Ora como o meu rapaz maila a família foram de férias estou sozinho e daí pensei fechá-las com chave de forma a evitar aquele irritante batuque de origem ventosa.
Felizmente não acordei esta madrugada com o sismo, pois se tivesse provavelmente acontecer-me-ia o mesmo que à minha mãe há mais de 50 anos. Uma bizarra coincidência que me deixou todo o dia irritado!
Esta noite as portas ficam apenas no trinco... não vá o Diabo tecê-las!
Hoje fui até à Praça do Império em Lisboa, ali paredes meias entre os Jerónimos e o Centro Cultural de Belém! Levei pela mão a minha neta mais velha já que esta sabia de antemão da existência de pequenos lagos com patos.
Àquela hora da manhã a temperatura era já insuportável, mas a miúda não estava preocupada com o calor, só queria mesmo os marrecos!
Na verdade as aves por lá andavam todas contentes a chapinhar numa água verde... quase castanha. Também lá se encontrava um funcionário que supus ser da junta de freguesia, a tentar limpar a água dos lagos de penas e folhas e quiçá de alguns restos de peregrinos das JMJ... digo eu!
Tagarela como poucos meti conversa com o jardineiro e logo percebi aquele sotaque de um "português com açúcar" como escreveu Eça de Queirós, referindo-se à variação brasileira do luso idioma.
Ora já se sabe que as conversas são "como as cerejas" de tal forma que passado poucos minutos, enquanto a cachopita se entretinha a dar milho e pão aos patos, mantinha com o brasileiro de 42 anos um diálogo interessante.
Disse-me ele que estava em Portugal havia poucos meses, que no Brasil era gerente de um Departamento, mas que desde que chegara ao nosso país já conseguira juntar algum dinheiro. Mandou vir a mulher e os três filhos do outro lado do Atlântico e vivem agora felizes perto de Mafra. A tagalerice continuou para no fim o Júnior me contar como é viver no Brasil.
Confidenciou-me que o mais grave problema do maior país da América do Sul é a segurança da população. Lá é impossível alguém sair de casa e ir até a uma paragem de autocarro sem arriscar a ser assaltada. O perigo de roubos e assaltos é permanente e nem importa qual a hora do dia.
Referi que já vira alguns depoimentos de brasileiros em videos, mas julguei que podia ser apenas má publicidade. Este irmão de língua assumiu que é tudo verdade. E pior... tem a sensação que aquilo nunca mais terá cura!
Não pensa voltar tão depressa ao Brasil e está encantado com o nosso país onde pensa ficar por muito tempo.
Acabei por me despedir deste quase amigo ciente de que, afinal de contas, Portugal não é tão mau como alguns pretendem passar a vil mensagem!
Imaginam quantos anos medeiam entre a cassete e a pen? E quanto espaço cada um arrumava?
Diria que em termos de história da humanidade pouco mais de 20 anos é um micro segundo. Mas em termos de tecnologia será muuuuuuuuuuito tempo.
Na minha casa guardo estas preciosidades. A cassete que serviu (não esta obviamente) para jogar por exemplo no Sinclair no dealbar dos anos 80, a disquete de 8 polegadas já estava descontinuada quando abrecei a informática, mas a de 5 e 1/4, ainda utilizei.
À direita da disquete mais pequena está um disco SATA de um velho computador contendo 250 Gigabites de espaço de memória. Note-se que a disquete de 8 polegadas da foto arrumava cerca de 800 Kbites de informação.
Já a pen creio ter apenas 128 Gigabites, mas note-se o espaço que ocupa.
Hoje ninguém necessita disto. Anda tudo nas nuvens a pairar por aí, mesmo com este calor, que guardam tudo e mais alguma coisa sem a necessidade de levarmos algo no bolso ou no computador.
Problema? A segurança...
Actualmente há máquinas dedicadas a tentar obter todas e quaisquer senhas. Nomeadamente nos acessos a contas bancárias. Portanto cuidemos dos nossos acessos porque o que se vê na foto supra já só serve para museu!
Se há alguma coisa que preocupa seriamente o cidadão português é a sua saúde.
Hoje estive com um familiar na urgência de um hospital público. O doente teve direito a pulseira laranja o que, em princípio, teria direito a ser despachado em pouco tempo.
O que quero chamar à atenção é sobretudo aos familiares e acompanhantes dos doentes que por aqui aparecem por "dácáestapalha". Na maioria são pouco pacientes e nem querem saber dos outros que chegaram primeiro ou que estão em poor estado.
Mas deixem-me assumir isto: se eu trabalhasse num hospital deste tipo nem que me pagassem o triplo eu estaria aqui a atender gente deste calibre.
É preciso muita coragem, mas muuuuuuuuuuita coragem para estar num serviço de Urgências deste tipo, sejam médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar ou seguranças.