Lembro-me tantas vezes da nossa amiga Marta que lá onde estiver deverá rir-se de todos nós, porque já não terá limões para espremer!
"Se a vida te der limões faz uma limonada" era a frase essencial do seu blogue e da sua vida que foi muuuuuuuito mais curta do que deveria.
Todos os dias aparecem pela frente, neste nosso singelo passar de dias, semanas, anos muitos e diferentes limões. O que fazemos com eles só cada um de nós saberá. Há quem os esprema e faça óptimas limonadas, quem os utilize para uma saborosa salada ou temperar uma carne mais gordurosa. Outros ainda não querem saber e deixam que eles apodreçam deixando um pivete pouco agradável. E finalmente há aqueles que de forma quase violenta os pisem simplesmente arricando-se a sujar tudo em redor ou, pior ainda, escorregarem e magoarem-se.
Quando pensava que os meus limões eram daqueles óptimos e suculentos próprios para aquela limonada matinal, eis que surgem alguns azedos, ásperos e quase venenosos de tão amargos. Mas é na maneira como os tratamos que está o segredo de olharmos para um limão e rir-mo-nos dele.
Neste momento o limão que tenho entre mãos está demasiado verde para ser transformado em algo apetecível, mas ainda assim não o desprezo...
Andei em limpezas e arrumações. Há que aproveitar a neta estar de férias para dar uma volta à casa. Entre muita coisa que mexi andei de volta das fotografias... Muitas... Tantas...
Algumas bem arquivadas em pequenos albuns ou pastas próprias, outras a granel!
Peguei em algumas.
Umas dos anos 70 com colegas de escola, logo a seguir anos 80 com amigos da escrita. Para se seguirem fotos dos filhos pequenos, de algumas viagens, de encontros familiares, de inúmeros aniversários e mais não sei quantas coisas.
Revi gente que já faleceu, outros que eram pequeninos e agora são pais. Voltei a lembrar-me como era a minha avó materna. Vi fotos a cores e a preto e branco (não sei se o cinzento é cor!!!). Eu com meses, poucos anos, já crescido, mas com poucos quilos!
Foi bom rever e revisitar tanta gente que faz parte de mim e fez parte do meu longo caminho.
Será nostalgia? Não sei... Talvez a consciência que revisitar o passado é também salutar, porque percebemos que já fomos tanta coisa, que sonhámos outras ideias, mas mantemo-nos ainda por aqui!
Sempre gostei de andar de pasta no dia a dia. Dentro incluía para além da carteira e demais documentos, livroas papéis rabiscados e diversos blocos. Já para não falar de um incontável número de lápis e canetas.
Tive muitas... de diversos tipos cores e tamanhos.
Hoje uso menos até porque em casa não necessito dela, mas sempre que saio para longe, especialmente de carro, levo a minha actual pasta.
Numa busca que fiz (quando será que posso usar o Google para procurar "cenas" em casa?), acabei por encontrar duas pastas usadas mas ainda em bom estado.
A primeira estava vazia, já a segunda tinha ainda papéis e correspondência antiga que guardei. Pois... mas a segunda remonta aos anos 70 e chamava-mos uma mala à James Bond que eu levei diariamente para a escola.
Igualzinha a esta.
Foto retirada da rede
As coisas que eu guardo.
Ai, ai, ai... e as saudades que tive deste tempo de escola (o único que realmente gostei!!!)
Hoje deveria ter estado num churrasco com antigos colegas do último Departamento onde trabalhei. Mas uma série de condicionantes retiveram-me em casa sem poder sair.
Entretanto ontem à noite e após ter escrito este postal, encontrei algures a frase em entitula este texto. No fundo é um seguimento do texto anterior, pois após a morte física de alguém, deveria perdurar uma saudade ou no mínimo uma memória.
Só que há quem não deixe memórias quanto mais saudades... A sua passagem pelo Mundo foi uma longa travessia marcada por momentos e acções sofríveis para não dizer medíocres. São pessoas que quando partem levam consigo o corpo e não deixam rasto. São facilmente olvidadas e desaparecem em menos de nada da lembrança de quem com eles conviveu!
Entretanto e voltando ao início desta minha prosa fiquei deveras contente por ter sido (novamente!) convidado para um convívio com ex-colegas. Sinal evidente de que não me esqueceram, mesmo que já tenham passados dois anos desde que me reformei e acima de tudo que (ainda) gostam da minha presença.
Sempre disse a quem me quis ouvir que um dia quando saísse da empresa bastaria uma pessoa só lembrar-se de mim uma vez num ano que eu, mesmo não sabendo, ficaria feliz. Esta ideia pode ser também transposta para quando formos na derradeira viagem.
Assim podemos ser famosos, sermos imensamente ricos, mas se ninguém se lembrar de nós após a nossa morte, revela que fomos pouco ou nada importantes nesta vida.
A pobreza não é não ter, mas tão-somente ... não ser!
Como tenho vindo a escrever por aqui há muito que desisti de ver televisão. Nada me alegra, nada me seduz actualmente no pequeno ecrán.
Mas um destes dias a minha mulher num desses canais de "streaming" apanhou uma série que nos longínquos anos 90 passou na RTP, denominada... ALF e que tanto, mas tanto nos divertiu cá em casa!
Não resisti e estive 23 minutos a olhar para aquele simpático, teimoso, arrogante extra-terrestre, oriundo do planeta Melmac. Um enlatado americano que fez as delícias de miúdos e graúdos.
Receio bem que já não se façam séries como esta...
Não sei se o título deste postal é feliz, mas não me lembrei de outro. No entanto não pense que tenho saudades do tempo em que:
- tinha um horário a cumprir;
- todas as manhãs lutava contra um trânsito caótico;
- aturava uns chefes que tinham medo da própria sombra;
- comia num refeitório repleto de outros colegas, na maioria chatos;
- nunca podia ir de férias quando queria pois havia quem tivesse mais prioridades que eu.
Como reformado que sou a segunda-feira é agora igual à sexta-feira e esta semelhante ao Domingo. Portanto nada daquele sentimento apetecível e que culminava quase sempre num violento desabafo: FIM-DE-SEMANA COMPRIDO!
As minhas saudades prendem-se assim com os dias, como o de hoje, onde o fim de semana que ora inicia terá o dobro do tamanho (especialmente se trabalhar em Lisboa!).
Por fim desejo a todos, reformados e activos, um fantástico e longuíssimo fim de semana.
Divirtam-se e sejam felizes que a vida é um instante!
Assim de repente diria que tenho saudades... da minha cadelita falecida em 2019.
Uma amiga, companheira e profundamente fiel!
Provavelmente estariam à espera que falasse de alguém próximo. Porém a saudade é a porta de entrada para o esquecimento.
Deste modo, como não quero esquecer quem conheci ou fez parte da minha vida, prefiro não ter saudades de ninguém. Assim vivem para sempre no meu coração!
Não obstante ainda não ter gozado umas férias como nos outros anos, com muita praia e muitas horas num "dolce far niente" já começo a ter reais saudades:
Tanto tempo passado desde a última vez que o fiz...
A verdade é que as novas tecnologias têm essa coisa boa de não me deixarem errar e poder instantaneamente corrigir o erro.
Mas escrever assim de forma antiga, isto é, manuscrever é um sentimento tão diferente, tão genuíno que apetece não mais acabar.
Digitar num qualquer computador ou outro equipamento corta de certa maneira a evolução da escrita. Ou pelo menos a sua consciência!
Por exemplo: provavelmente o texto que publicarei será naturalmente diferente a este original que ora vou “esgalhando” (acreditem que ficou mesmo!). Não terá emendas e a letra será perceptível a todos. No entanto poder-se-á observar futuramente a diferença entre este original e aquele que será publicado.
Alguns puristas da escrita e da língua vêem nesta evolução, do papel para o teclado, quantas vezes virtual, um retrocesso. Porque não se tem a verdadeira percepção da passagem do papel para o monitor. Ou melhor não se percebe como o autor escreveu o original e quais as emendas subsequentes que operou.
Escrevi muitos anos numa máquina de escrever (a mesma que surge no cabeçalho deste blogue), mas reconheço que são muito mais confortáveis as tecnologias informáticas.
Deste modo, com os actuais processadores de texto, deixei de ter passado.
Quando esta manhã o telemóvel tocou, já eu estava acordado, havia algum tempo. Foi a chuva que me acordou. E querem saber uma coisa? Já tinha (muitas) saudades...
de ouvir a chuva cair;
dos dias cinzentos;
do guarda-chuva;
de vestir roupa quente;
de ouvir aquele fervilhar dos carros a passar pela água.
E melhor que tudo, esta água vem regar a minha horta acabada que foi a plantação dos tomateiros e a sementeira do feijão.