Porquê e para quê?
Como gosto pouco de dormir (e não, não considero que dormir pouco seja sinal de fraqueza!!!), uma destas noites dei por mim a passar cada canal que a operadora lá de casa me oferece. Nunca me dera para tal, mas naquela noite… calhou!
De todos os que tive oportunidade de ver meia dúzia de segundos, houve um que se destacou pelas piores razões.
Àquela hora tardia um canal português tentava perceber como fora o trágico acidente de viação que vitimou Sara, filha de Toni Carreira. Simulavam o acidente virtualmente repetindo-o até à exaustão. Havia alguns, ditos especialistas a esmiuçar cada movimento cada “frame” virtual, tentando arranjar razões para tão grave e mortal acidente.
Mas o que realmente me espanta é perceber para que interessa publicamente saber como se deu o acidente ou de quem foi a culpa. No mínimo poderá interessar às companhias de seguros e para isso eles têm certamente peritos próprios.
Li também algures que o próprio pai da vítima não quer saber como tudo aconteceu até porque a vida da filha jamais lhe será devolvida. O que como pai que sou parece-me o mais correcto e sensato.
Obviamente que as televisões, e não só, têm o direito de informar e de procurar, em alguns casos dúbios, a verdade, mas nunca devem fazer da desgraça alheia assunto de primeira página.