Uma "Nóvoa" partida para "Belém"?
O político Irlandês Edmundo Burke que viveu no século XVIII e defensor de grandes causas terá dito um dia: "Quem não conhece história está destinado a repeti-la".
Esta última frase parece assentar que nem uma luva ao PS e às actuais danças de candidatos a candidatos à Presidência da República.
Se bem que o líder do PS já tenha dito publicamente que vê com bons olhos a cantidatura de António Sampaio da Nóvoa, a entrada nesta "engrenagem" de Maria de Belém, antiga Presidente do Partido do Largo do Rato, não surgiu na melhor altura. E criou divisão!
É sabido que o antigo Reitor da Universidade de Lisboa não é bem visto por alguns sectores socialistas. Especialmente os mais moderados e menos radicais. Ou dito de outra maneira, os "Seguristas" que não esquecem as ligações de Sampaio da Nóvoa a uma esquerda radical, não obstante já no mandato de Jorge Sampaio, ter sido consultor para a Educação, do ex-PR.
Ora este é um problema que se repete no partido de António Costa. Relembro que nas eleições de 2006 Manuel Alegre e Mário Soares colocaram-se em trincheiras opostas dando a Cavaco Silva a possibilidade de ganhar folgadamente, tendo em conta a divisão que ambos geraram dentro do próprio PS.
Se excluirmos Henrique Neto, outro dos históricos do PS também ele candidato já assumido à PR, temos que os socialistas não aprenderam rigorosamente nada com a sua história recente. É que duas candidaturas dentro do mesmo sector político parece-me demais, sendo que Maria de Belém tem mais a ganhar que Nóvoa.
Enquanto no PSD/CDS as figuras mais proeminentes andam (ainda) a contar espingardas (leia-se apoios!) numa tentativa de saber quem será o verdadeiro candidato, no PS é divisão partidária é evidente e, quiçá, fraturante.
António Costa tentou antecipar ganhos em apoiar Sampaio da Nóvoa mas ao fazê-lo com tanta antecedência enveredou por caminhos (muito) apertados dos quais não deverá sair sem mácula.
Os eleitores em seu tempo o dirão!