"Prontes" já cá estou! Mais um desafio superado com galhardia!
Agora a sério... esta tarde sujeitei-me a uma intervenção cirúrgica em regime de ambulatório. Entrei eram duas da tarde e saí às nove e meia desta noite com direiro a regressar a casa.
Tudo em consequência do meu já hiperconhecido problema de surdez. Há umas semanas o especialista propôs uma pequenina cirurgia para reparar o tímpano que tinha um pequeníssimo buraco com cerca de 1 milímetro (fui informado à posteriori que a perfuração era bem maior!!!). Parece realmente pouco, mas é o suficiente para me manter mais surdo.
Primeiro pensei agendar para 2025, todavia tomei em consideração que para o ano há um fedelho novo para tomar conta e assim arrisquei fazer agora.
Já está! Foi esta tarde/noite rodeado de competentíssimos especialistas médicos (anestesia e otorrino) e de enfermagem que retiraram gordura do lóbulo da minha orelha e colocaram a tapar a perfuração do tímpano.
Uma reparação que me custou já 3339 euros. Agora não sei se irei pagar mais ou receber ainda alguma coisa... Veremos!
Obviamente que fiz esta cirurgia num hospital privado que em cinco dias resolveu tudo. Se fosse num público, provavelmente nem daqui a dois anos... ou quiçá mais!
Seja como for estou de regresso à actividade da escrita, para em Novembro próximo voltar ao hospital para nova cirurgia, desta vez à próstata!
Já o disse algures que o pior que se pode desejar a alguém que gostamos muito... é que ela morra. Esta é uma daquelas assumpções que ninguém gosta de assumir, mas a realidade por vezes é tão horrível que apenas sentimos isso.
Neste momento a minha sogra está entregue aos cuidados paleativos e vai sobrevivendo nem se sabe como. Está profundamente demente, vai para uns anos largos ao que lhe adveio em 2022 um tumor maligno num peito. Sujeita a cirurgia esta não teve o resultado mais desejado e no início deste ano andei com ela em diversas sessões de Radioterapia, não para curar a doença, mas unicamente para lhe dar a mínima qualidade de vida.
Todavia as coisas estão demasido evolutivas e neste momento o melhor mesmo para ela e para a restante família é que partisse de uma vez por todas.
Hoje a filha foi, mais uma vez, visitá-la ao lar onde reside desde 2021. Profundamente prostrada aguarda apenas que Deus se lembre dela. A minha mulher quando saiu do lar não conseguiu evitar uma lágrima enquanto desabafava: porque não parte ela? Sofre ela e sofremos nós!
Este é um triste desejo.
Porque a morte não escolhe dia nem hora. E eu que ainda não estou convicto da eutanásia, aceitaria neste caso presente a sua administração.
Eu sei que a minha sogra de 93 anos é ainda um ser vivo, mas há muito que deixou de ser alguém vivente!
Hoje foi dia para mais uma consulta. Desta vez Dermatologia. Principiaram a surgir uns focos de pele levantada e quase escamada. Depois tenho alguns sinais mais estranhos e pronto enchi-me de coragem e lá fui ter com a médica.
Vesti o meu casaco azul Lacoste que me custou os olhos da cara, umas calças cremes da mesma marca e uma camisa branca de outra marca qualquer (provavelmente da boutique alcofa, já não ma'lembra).
Perante a médica disse ao que vinha e acto contínuo ordena-me: passe para ali dispa-se e deite-se na marquesa, se fizer favor.
Despi a roupa principal, mas deixei as boxers. Vai ela pergunta-me:
- Tem problemas com a nudez?
- Nenhum problema!
Acto contínuo tirei as ditas boxers e fiquei como vim ao Mundo. A médica inspecionou-me todo, mandou-me virar e depois descalçando as luvas sentenciou:
- Tens uns sinais que são queratoses seborreicas sem problema.
Após uns conselhos a ter no futuro e no Verão com a pele saí todo contente da consulta que, sinceramente, temia. Na verdade o "gadjo", como dizem os ciganos, anda por aí e aparece em quem menos se espera. Que o diga o meu amigo que aqui vai falando, e bem, sobre ele.
Tudo isto para falar sobre a... nudez.
Há quem se relacione mal com a ausência de roupa. No meu caso que sempre fui de poucas vestes não tenho qualquer problema. De tal forma que sempre apareci nu defronte dos meus filhos e eles perante mim e a mãe. Durmo sempre sem roupa e nunca fujo a esconder-me se a minha neta me aparecer de repente estando eu sem roupa.
Sei que é uma questão cultural com alguns laivos religiosos. Todavia admito que nunca fui púdico e olho para a nudez como um estado natural do ser humano. Mais... frequentaria sem qualquer problema uma praia ou um local de nudistas, desde que este não fosse tendencialmente de cariz sexual.
Não sei nem imagino como as pessoas geralmente se relacionam com a nudez... a sua e a dos outros, mas por aqui a liberdade é total e não me sinto constrangido por ter de me despir perante uma médica. De certezinha absoluta que a doutora já viu mais gente nua que eu hei-de ver na minha restante vida!
Escrevi há muitos, muitos anos um poema que tinha o título deste postal. Na altura as minhas lutas, bravatas, demandas eram bem diferentes das que ouso hoje assumir.
Neste meu já longo caminho cruzei-me com muita gente e cada uma das pessoas via a vida e o mundo de forma diferente. O que para uns parecia ser um problema para outros seria uma solução e vice versa.
Lidei com seres bem corajosos outros menos. Uns mais afoitos outros nem por isso. Todavia com todos eles aprendi algo.
O meu amigo e colega Fernando foi um dos que me ensinou mais do que devia, mais do que aquilo que eu gostaria de aprender, mais do que ele teria gosto em ensinar-me. Aos 35 anos foi diagnosticado com Esclerose Múltipla. Durou quase vinte anos num caminho sempre em queda.
Ajudei-o muitas vezes, muitas, muitas. Mas dele recebi sempre uma força e uma coragem inesquecível, quando deveria ser o inverso. Fervorosamente católico disse-me uma vez: só tenho de agradecer a Deus por me dar uma doença que consigo suportar.
Há neste nosso mundo, demasiado truculento, muita gente assim corajosa e que perante uma doença má (como se existissem doenças boas!) parte para a luta como se fosse um duelo medieval. Se bem que com armas e métodos diferentes. Muitos outros, perante certas maleitas que lhe caem nas mãos preferem carpir mágoas, chorar muito e lutar quase nada.
Por tudo isto é que aqueles que perante um facto menos bom partem para a luta, não dão descanso a quem os atormenta, desafiam os limites da paciência e da coragem são uns lutadores, guerreiros da vida, samurais do impossível.
O Cúmplice é um destes homens. Tenaz e teimoso (no melhor sentido!) enfrentou a sua doença com tudo quanto tinha e não tinha. E venceu!
Com o estoicismo dos que nunca deitam a toalha ao chão. Companheiro... és um vencedor, daqueles que o mundo gostar de medalhar e eu gosto de homenagear!
Sempre pensei que com o Covid as pessoas ficassem mais cuidadosas com a limpeza. Das mãos, dos objectos, da comida etc. etc. etc.
O asseio pessoal foi sempre algo que valorizei. Mas há quem não pense assim ou no mínimo se sinta assim.Eu explico.
Hoje fui fazer um exame que constava em saber em que medida a minha rinite alérgica (coisa que até há uns meses, nem sabia que tinha!!!) influencia a respiração e consequentemente a minha pobre audição.
A rinitometria era às nove da manhã e dez minutos antes já lá estava. À hora certa chamaram-ne a um gabinete onde fui recebido por uma técnica especializada na área. Não imagino (também não perguntei) se era médica, enfermeira ou uma técnica especializada naquele tipo de exame. Era ainda jovem, mas um tanto forte. De forma competente e assertiva explicou-me o que iria fazer e como decorreria o exame, que não sendo doloroso, poderia tornar-se... aborrecido. Aceitei as explicaçõe e lá fui para uma espécie de cabine telefónica das antigas.
Quando a técnica se aproximou para me explicar com mais detalhe o que teria de fazer, veio ao meu sensível nariz o perfume nauseabundo de um sovaquinho. Aguentei! Mas custou apreciar aquele aroma. Ainda pensei que fosse impressão minha, mas de cada vez que a senhora se aproximava... lá vinha o pivete.
Provavelmente a senhora nem nota que cheira mal. Mas não haverá ninguém no serviço capaz de a chamar à atenção? No fundo fiquei sem saber se aquilo seria falta de higiene, pura e dura, ou somente alguém que já se habituou de tal maneira ao seu odor que nem percebe como incomoda os outros?
Na minha vida conheci diversas pessoas com este problema. Umas era mesmo falta de higiene, outras até tomavam banho, mas por alguma razão ficavam logo com um odor pestilento a suor. Todavia nenhum dos que conheci trabalhava com público, nem eram agentes da saúde... como é a senhora que me atendeu hoje!
Não sou monárquico. Melhor seria dizer que nem republicano já que quando nasci não tive direito a escolher o regime.
No entanto, sempre olhei para o Reino de Inglaterra como um excelente exemplo da forma como a monarquia vive e convive bem com a democracia. Algo que alguns republicanos (ainda) não crêem.
Eu, que nunca estudei, muito cedo percebi que muito do que se dizia nas ruas, tv's, rádios e jornais não correspondia à verdade, o que me obrigou a aprender a separar o trigo do joio. Esta aprendizagem fez com que rapidamente começasse a pensar pela minha cabeça e a não seguir a manada.
Tudo isto para dizer que desde cedo e com a oportunidade que tive segui com interesse a vida da Rainha Isabel II. Nada de revistas cor-de-rosa, mas as diversas bravatas que a monarca, entretanto já falecida, teve de travar durante o seu longo reinado. E foram muitas...
Dou agora o salto para a nova realidade. Em poucos meses dois elementos da família real Inglesa foram diagnosticados com cancro. O primeiro foi o Rei Carlos III, seguindo-se a sua nora, Kate Middleton, esposa do Principe William.
Mais uma vez a coroa Britânica a mostrar ao Mundo que a família real é constituída por gente quase normal! Que têm problemas e doenças como qualquer um dos seus mais pobres e reles súbditos.
O Mundo ficou em choque com a divulgação pública feita pela Princesa de Gales da sua doença, dando com isso coragem a quem estará a passar por situação semelhante.
Bem... depois vêm aqueles que, do alto da sua douta sabedoria, consideram que Kate deveria ter divulgado a sua situação há mais tempo evitando especulações. Uma ideia que a meu ver não fará sentido, tanto mais que Kate deve ter mais em que pensar (e sentir) que vir logo à rua dizer que estava cancerosa.
Ao invés destes comentadores de meia tigela, a Princesa de Gales fez o que devia e quando achou por bem fazê-lo. Esquecem-se alguns que nas Monarquias as eleições são para os súbditos elegerem os seus representantes e não os reis e rainhas, principes ou princesas.
Só desejo a ambos (Rei Carlos III e Princesa Kate) que recuperem rápido destes novos desafios, de forma a mostrarem à saciedade de que massa é feita a monarquia britânica.
Na plataforma do SNS que tenho no telemóvel estava, até há uma semana, a indicação para tomar reforço da vacida contra o tétano.
Conheço uma enfermeira que trabalha aqui perto numa USF (Unidade de Saúde Familiar) que me disse que poderia levar essa vacina onde quisesse. Não há obrigatoriedade de ser no posto de residência.
Posto isto há oito dias fui ao pavilhão pré-fabricado onde está instalada uma subdelegação da USF da zona e perguntei se poderia ali apanhar o dito reforço. Tudo acertado ficou marcada para as 13 horas a tal... pica!
Cheguei a horas mas só perto das 14 horas fui atendido por uma enfermeira. Cuidados especias a ter e sintomologia associada: não fazer esforços com o braço esquerdo, poderia advir uma ligeira febre que deveria ser tratada com Ben-u-ron e pouco mais.
Não sei se o meu corpo está biologicamente atrasado ou se será mesmo assim, certo é que até terça à tarde andei mais ou menos bem. Tinha unicamente uma dor de lado. Andei razoavelmente bem durante quatro dias...
Na passada terça-feira, fim da tarde, comecei a sentir-me mal e acabei por escrever aqui um postalito miserável sobre o dia do Pai e fui até vale de lençóis. Com uma bomba no estômago.
Certo é que na manhã seguinte estava muito melhor.
Desta pequena crónica resulta esta conclusão: fui vacinado mas contrariado. Saí magoado e destinado a nunca mais sujeitar-me a qualquer vacina! Livra!
O meu corpo não aprecia, de todo, a introdução de bichinhos estranhos!
Foi no, já longínquo, dia 11 de Fevereiro de 1999 que me sujeitei à primeira cirurgia ao meu olho esquerdo, vítima de um descolamento de retina. Um problema assaz frequente, especialmente em altos míopes como eu sou!
A cirurgia correu bem e as coisas aparentemente andaram bem até... ao início de Abril quando tudo se reverteu. Programou-se nova cirurgia, mas sem grandes resultados e acabei por ficar internado uns dias no Hospital Gama Pinto. Também sem melhoras...
Para não me alongar acabei em Junho por ir a Barcelona ao IMO (Instituto de Microcirurgia Ocular) onde fui novamente operado com melhores resultados, se bem que sem visão suficiente. A única coisa que fiquei foi com aquilo que os ingleses chamam de "count fingers". Que é neste momento aquilo que tenho.
Portanto entre Fevereiro e Junho de 1999 a minha vida resumiu-se a ficar quieto, sem poder fazer qualquer esforço, sem poder ver televisão, ler ou sequer escrever. Recordo a este propósito que o meu filho mais novo sentava-se a meu lado na cama e lia-me em voz alta o jornal.
Para piorar as coisas, já de si pouco famosas, tudo isto aconteceu no ano em que iniciei a construir a minha casa. Quem já passou pela aventura ou desventura de construir uma habitação sabe que todos os tostões contam... Agora imaginem o meu azar!
Não tenho vergonha de assumir que pedi ajuda até aos meus filhos pequenos, especialmente para a cirurgia em Barcelona que custou na altura 650 mil pesetas, mais ou menos 800 000 escudos ou quatro mil euros. Cheguei a recorrer aos seus mealheiros para comprar as pesetas necessárias.
Como escrevi no dealbar deste postal, fez ontem 25 anos que tudo começou. Mas ao invés do que seria suposto pensar foi um ano de enorme aprendizagem! Principalmente nos quatros meses que mearam entre a minha vinda para casa e o regresso ao trabalho. Já que tinha de estar permanentemente de cabeça para baixo foi neste tempo, que... tive tempo:
Para pensar!
Para chorar!
Para rir!
Para sentir!
E finalmente:
Para mudar!
Definitivamente hoje não sou o mesmo daquela época, nem penso da mesma maneira. Talvez por isso agora não pare... especialmente dentro da minha cabeça onde tudo fervilha a enorme temperatura, querendo fazer tanta coisa...
Finalmente este texto não serve como lamechice nem como desabafo, mas tão somente como mais uma estória da minha vida e da luta que tantas vezes tive dentro de mim mesmo, até acordar para uma realidade tão diferente daquela em que acreditava.
Como nota à margem posso confessar que paguei tudo e a toda a gente!
No final do ano passado fui a uma consulta de alergologia. Feitos alguns logo ali fiquer ciente de algumas alergias... A mais curiosa que descobre foi de que sou alérgico aos... cães. Logo eu que sempre tive cães em casa...
Outra coisa que me foi recomendado foi uma vacina específica. Longe, muito longe de saber para o que seria fui hoje apanhá-la no braço esquerdo, já que sou dextro. O farmaceutico disse-me que esta vacina seria única e daí o seu preço (cerca de 70 euros). Acrescentou ainda que era a melhor vacina contra a pneumonia.
Ora este ano fugi às vacinas... Não é que tenha medo de agulhas, mas os efeitos secundários das vacinas são sempre terríveis. Não apanhei a 32ª dose contra o Covid nem a 436ª contra a gripe.
Os meus pais, por exemplo, apanharam vacinas contra a gripe, covid e pneumonia, mas no final deste ano, se estiverem vivos, terão de levar o reforço, enquanto eu estarei livre para sempre de levar mais doses.
A problemática das vacinas leva-me muitas vezes a pensar nos interesses que estarão por detrás deste negócio. Hoje a saúde não é somente um bem que todos nós pretendemos preservar, é também um estranho poder...
Que cresce diariamente! Mas nunca para nosso verdadeiro benefício!