Há quem nunca se tenha preocupado com a sua imagem... física. A sua indumentária resumia-se a umas roupas mal-amanhadas, uns sapatos quase sempre rotos ou mesmo uns meros sapatos de ténis adquiridos nalguma boutique de alcofa. Fosse para trabalhar ou para ir a uma festa a diferença era mínima.
Já eu que não sendo a beleza de homem que provavelmente gostaria de ser, sempre gostei de andar bem vestido e calçado.
É verdade que nunca me impuseram quaisquer regras ou obrigações de vestuário enquanto trabalhador por conta de outrém, mas ainda assim sempre gostei de andar minimamente apresentável.
Entretanto com a reforma libertei-me de muuuuuuuuuuuuuuuuita roupa, ganhando muito espaço, especialmente nos guarda-fatos e roupeiros. O que equivale dizer que passei a preocupar-me menos com a minha imagem. Ainda por cima com a pandemia raramente saí de casa.
Por outro lado as minhas conquistas amorosas encerraram há muitos anos e deste modo prefiro conquistar as pessoas por aquilo que sou genuinamente e não por aquilo que pareço (como diria Aleixo!).
Mas será que ainda valerá a pena continuar a investir na minha imagem?
Comecei a usar gravata muito cedo, ainda miúdo. Obviamente por escolha familiar.
Depois atravessei aquela fase parva da adolescência e gravatas... nem vê-las. Fazia parte...
Todavia quando comecei a trabalhar a tempo inteiro, no pretérito ano de 1979, passei a usar, diariamente, fato e gravata. Daí até ao dia 13 de Março de 2020 usei centenas de gravatas em centenas de dias de trabalho e não só. De todas as cores e padrões. Ainda tenho uma que toca o "gingle bells".
Ora bem... a gravata não é, ao inverso do que muitos cavalheiros da nossa praça assumem, nada simbólica. É unicamente um acessório masculino e serve para enfeitar a indumentária masculina. Nada mais.
Durante muitos e muitos anos pretendeu-se associar esta peça de vestuário a diversas opções políticas, Repare-se a este propósito que quase todos os homens de esquerda do nosso país mesmo que andem de casaco não usam gravata, quiçá associando aquela a outros regimes. Um (quase) mito tolo!
No entanto continuo a achar que a exclusão do uso de gravata só porque sim, parece-me um tanto parvo. É como usar meias... há também quem não as use. Lembro-me até que quando fui a Londres ter encontrado no Metro um cavalheiro já com alguma idade vestido com um fato de tweed (estávamos em pleno Verão, imagine-se), camisa, gravata e... sem meias. Portanto...
Assim sendo cavalheiros, não se acanhem que não perdem virilidade por usarem uma gravata nem que seja somente ao almoço num qualquer Domingo de Páscoa.