Finalmente um dia de Sol. Um Sol criador como se costuma dizer na aldeia!
Após muitos dias de chuva daquela que molha e tudo alaga, este dia soube-se a mel!
De tal maneira que me sentei nos degraus de casa e durante uma boa meia hora apanhei com este Sol do qual já tinha saudades.
Os campos que apanharem com este astro-rei vão crescer de verde. Daquele verde símbolo de vida que se renova a cada gota de chuva,
As últimas semanas têm sido pluviosamente anormais para um país já habituado a pouquíssima chuva. Mas renovo a ideia de que esta água, nãos obstante os estragos que fez trouxe muitos benefícios, Especialmente aos níveis freáticos e às barragens.
A Ribeira do Ocreza nasce das entranhas da Serra da Gardunha e desagua no Tejo já como rio afluente e não como ribeira. Algures pelo caminho sobe de nível...
Cruzo-me muitas vezes com ele na aldeia beirã mais atrás ou mais à frente na sua descida, dou por mim demasiadas vezes a parar e a mirar aquele correria que me dá uma serenidade.
Depois das últimas chuvas a ainda por aqui ribeira, esta tem já um caudal assinalável. Dá vontade de perguntar: onde vais tu com tanta pressa?
Portugal é um país de contrastes. Pelo Norte do país podemos encontrar rios a correr com um caudal fantástico, diria mesmo com demasiada força.
Na aldeia de França no distrito de Bragança o rio Sabor tem já um caudal bem razoável e ainda se encontra no início da sua longa caminhda até ao Douro, perto de Torre de Moncorvo. No encontro com o Douro, este rio cresce com as águas "saborosas".
Outro rio que percebi com imenso caudal foi o Tua que atravessa a bela cidade de Mirandela vem da junção de dois rios mais pequenos (o Tuela e o Rabaçal).
Refiro estes dois rios porque foram aqueles que percebi com maior caudal. Todavia Rio de Onor, Rio Maçãs, Rio Baceiro, Rio Azibo e outros são outros exemplos de linhas de água fortes.
Mais abaixo já perto de Castelo Branco há uma barragem (barragem de Santa Águeda) que não obstante a dita seca generalizada continua com um nível de água muito acima do que seria esperado ao fim de uma série de meses sem chuva.
Conforme se comprova nestas fotos.
A água é um bem cada vez mais escasso, o que equivale dizer que deve ser poupada ou gerida com muita parcimónia.
Entretanto a sul os recursos hídricos continuam a escassear e não parece haver política adequada para uma gestão cuidada e atempada da água existente. Porque o Alqueva não chega para tudo (leia-se todos) e há alguns sectores que usam e abusam da água do Guadiana sem preocupação de parcimónia!