Sempre detestei os rótulos nas pessoas. Creio ser uma forma muito simplista de chamar nomes a alguém sem que esta se ofenda. Também não sei quem foi o "artista" que considerou que uma pessoa, dependendo dos rendimentos que aufere deveria ser colocada numa certa classe (alta, média, média-alta, média-baixa, baixa).
A vida que já vivi ensinou-me que a riqueza e a pobreza de uma família está directamente relacionada com a sua postura perante as diversas solicitações. Lembro a este propósito que tive colegas que ganhavam muito mais que eu mensalmente, mas que andavam sempre lisos e com calotes a outros colegas. Simplesmente porque não sabiam governar a sua vida. Do género maltês de bronze, como se dizia na aldeia: "ganha dez e gasta onze".
Mas se pegarmos na tal estatística de valores recebidos anualmente, aqueles meus colegas poderiam perfeitamente pertencer a uma classe alta. Porém... eram pobres!
O ter muito dinheiro não é sinónimo de se ser alguém rico. Tal como o pouco dinheiro não é sinal de pobreza.
A riqueza e a pobreza são factores que devem ser associados não só aos rendimentos, mas à forma como cada pessoa consegue gerir os seus infidáveis ou parcos recursos.
Dizia o meu sábio avô "dinheiro no bolso não consente misérias" numa alusão àqueles que no seu tempo tinham dinheiro no bolso mas que não era deles. Um prenúncio do que são hoje os cartões de crédito.
Ser muito rico não é para todos. Ou melhor há quem use o dinheiro que tem para mostrar poder que pode comprar, outros para exibir diversa excentricidade.
O recento caso do dono da Amazon, Jeff Bezos, é um exemplo dessa excentricidade imprópria e sem sentido.
Ao que consta, na cidade portuária de Roterdão na Holanda há uma ponte, dizem centenária, que terá de ser desmontada para que o iate do magnata norte-americano, ainda em construção, chegue ao mar.
Não me importa saber quanto custou o iate, mas quanto é que Bezzos terá pago às autoridadres holandesas para que o dito navio possa entrar no Oceano Atllântico.
A morte de Belmiro de Azevedo trouxe ao de cima o pior de alguns partidos políticos. Gostassem ou não da postura do antigo dono da SONAE, certo é que este criou fortuna à custa de muito trabalho. Seu e de muitos empregados que para ele trabalharam.
E é aqui que “a porca torce o rabo” já que vi escrito que Belmiro foi o patrão que mais violou os direitos dos trabalhadores. Não sei se esta acusação faz sentido, mas tomando-a como verdadeira mesmo assim não se pode nem deve tirar o mérito a quem criou milhares de postos de trabalho, fomentando com isso riqueza para as pessoas e consequentemente para o país.
No entanto, há ainda quem, na política, viva permanentemente agarrado a velhos dogmas e a teorias sem sentido como se ainda vivêssemos no século XIX, considerando que um empregador é sempre um alvo a abater.
O mundo evoluiu muito e a uma velocidade estonteante criando mais gente rica e ao mesmo tempo um maior e evidente desnível entre ricos e pobres.
Com estes dados é fácil perceber que o Mundo só poderá ser um local bem melhor quando acabarem… os pobres. Mas para isso serão necessários os ricos e os seus investimentos. Aproveitar a riqueza para criar mais riqueza.
Daí existirem Belmiros, Amorins ou Soares dos Santos.