Parece que foi há dezenas de anos, mas só passaram três anos desde que o virus Covid19 principou a entrar nas nossas casas e a fazer parte integrante do nosso agregado familiar, mesmo contra nossa vontade.
Foi neste dia 2 de Março de 2020 que surgiu a confirmação dos dois primeiros casos da tal gripe chinesa que uma Directora-Geral da Saúde assumiria em Janeiro desse mesmo ano "um bocadinho excessivo" a possibilidade de contágio entre humanos" acabando por acrescentar "não existir "grande probabilidade" de o vírus chegar a Portugal".
Certo é que morreram milhares de pessoas (cerca de 28 mil pessas) e mais de metade da população portuguesa foi infectada (aproximadamente 5 milhões e meio de infectados).
Muito se escreveu durante o tempo que esta pandemia durou a até um arco-iris surgiu como símbolo da esperança em novos dias.
No entanto, e passado o tempo das fortes restrições emanadas por S. Bento e avalisadas por Belém, voltámos ao nosso rame-rame de antigamente, olvidando os meses que todos passámos em casa sem poder sair, afastados de tudo e todos.
A verdade é que o "dito-cujo" continua por aí a atacar. Quiçá menos, mas continua!
Noto este ano maior afluência às praias. Não é uma critica a ninguém, unicamente a constatação de um facto.
Nos outros anos algumas praias enchiam-se, mas algumas continuavam quase vazias. Neste Verão encontro quase todas as praias repletas.
Enquanto fazia a minha costumada caminhada matinal pelo extenso areal dei por mim a tentar perceber as razões de tanta gente... Só que a resposta estava ali à minha frente e aos olhos de toda a gente.
Na realidade toda a polulação enquanto estiver fora do areal temá que usar máscaras, tem de manter o distanciamento social e deixar-se de beijos e abraços. Porém junto à beira-mar todas estas regras superiormente emanadas deixam de fazer qualquer sentido ou melhor ninguém as respeita.
Assim consigo andar quilómetros sem ver ninguém de máscara colocada (há quem as utilize no braço - faz sempre jeito - ou debaixo do queixo - lugar também muito próprio para a dita!!!), constato grupos de pessoas todas muito juntas em alegre confraternização e assim como aqueles beijos e braços entre amigos que ocasionalmente se encontraram na praia, atletas a jogarem qualquer coisa parecido com futebol, pares a arremessarem bolas uns aos outros, escolas de surf em profusão com muitos alunos... Sobram por fim as esplanadas alargadas a ocuparem indevidamente grande parte do areal!
Por tudo isto entendo a fuga das pessoas para a orla marítima: é a pura liberdade ao dispor de todos.