Ano após ano tenho vindo a constatar que os restaurantes, snack-bares, bares e outras casas da restauração têm vindo a tomar conta do areal da praia. Nomeadamente aqui na zona das praias da Costa da Caparica. Não imagino como será da Costa em direcção à Trafaria, mas a partir da Praia Nova até à Praia da Bela Vista quase todos os acessos têm um estabelecimento associado.
Não estou contra este tipo de comércio. Até porque a maioria deles sustentam a suas expensas os nadadores-salvadores, apresentam casas de banho para uso livre dos banhistas e algumas até têm pequenos postos de socorro, já para não falar das taxas acrescidas que terão provavelmente de pagar à edilidade. Mas também é verdade que um café ali custa o dobro assim como uma cerveja e um qualquer refrigerante. Nem calculo quanto será uma refeição "normalérrima"!!!!
Este alastramento deve-se à necessidade de colocar mais camasxl e espreguiçadeiras seguindo a normal regra da oferta e da procura, pagas a peso de ouro por quem as usa. Ora este alargamento faz com que eu e muuuuuuuuitos outros banhistas nos tenhamos de apertar ainda mais na areia, já que certamente ninguém irá para a beira-mar estender uma toalha.
Isto não é uma crítica, somente a constatação de factos.
Em conclusão diria que estes estabelecimentos usam a praia quase como se fossem donos desta. Mas ao que sei a praia (ainda) é pública. Ou será que não?
A primeira vez que tive um verdadeiro contacto com uma feira de Natal foi em 2019 na bela cidade de Barcelona. Como na altura escrevi não tinha qualquer consciência do que seria uma feira de Natal.
Mas como estamos cá para aprender eis que este ano decidi visitar duas feiras que em nada se assemelham àquilo que me foi dado observar na capital catalã, há três anos.
A primeira foi a Cascais Christmas Village 2022 na bela vila da Costa do Sol. Um local bem aprazível com muitas ofertas para a criançada e que mereceria da nossa parte termos chegado mais cedo. Tem a vantagem de se só pagar um valor e depois os acessos às brincadeiras dentro do recinto são gratuitos.
Hoje repeti a dose de visitar mais um mercado de Natal. Desta vez coube ao Wonderland Lisboa situado na Parque Eduardo VII no centro da capital. Estacionei o carro no parque do Palácio da Justiça e desci até ao "Mundo Maravilhoso". A entrada é gratuita, mas os acessos às atracções são pagas, independentemente da idade.
Num espaço mais amplo, com muita diversidade e looooooongas filas de espera, nomeadamente para a roda gigante e para a pista de gelo, este mercado/feira caracteriza-se por uma grande variedade de pequenas lojas. Com muito artesanato giro e curioso.
Mas o que mais me surpreendeu foi a quantidade de casinhas a vender todo o tipo de comida. Calculei que uma pessoa que entrasse no recinto e pesasse 60 quilos, se iniciasse um périplo por todas as tasquinhas, no final da volta pesaria certamente 120.
Resumindo: a neta adorou os passeios e nós prometemos voltar para o ano com muuuuuuito mais tempo.
A gastronomia do Porto é conhecida pelas suas francesinhas, pelas tripas, pelo cabrito ou pelas fêveras.
Naturalmente não sou muito apologista de experiências gastronómicas. Deste modo prefiro comer algo que conheça do que abraçar alguma aventura.
Pelo que me deu perceber o Porto está recheado de pastelarias ou confeitarias/padarias (ainda não entendi bem se são confeitarias que fazem pão ou padarias que produzem bolos!!!).
Seja como for e pelo que nos foi dado observar, as monstras deste tipo de estabelecimentos são autênticas obras de arte de bolos e outras doçarias.
Mas iniciemos então um mui breve roteiro de três dias mal medidos que estive no Porto.
Sexta-feira
Chegámos ao Campo 24 de Agosto pelas 11 horas. Ainda a tempo de um segundo pequeno almoço na pastelaria “Presa Doce”. O primeiro contacto será sempre o mais marcante e este deixou marcas bem positivas. Até o preço foi simpático.
Após muitos quilómetros entre “vielas e calçadas” como cantou Rui Veloso fez-se tarde e na Rua das Taipas encontrei num rasgo de sorte o restaurante “O Caraças”. Um local singelo, sem luxos ou ementas “gourmet”, mas com alheiras.
Se na capital aquele enchido de origem transmontana é frito e acompanhado de batata frita e ovo estrelado a cavalo, foi com estranheza que a alheira grelhada nos foi servida com batatas, um ovo e uns grelos de nabos (daqueles que amarujam), tudo cozido. Tal como a foto documenta.
A sobremesa trouxe-nos pudins franceses que estavam excelentes.
Acreditem ou não o almoço já tardio estava divinal. Não necessito de grandes luxos num restaurante, mas tão-somente comer bem e sentir-me em casa. A simpatia do pessoal foi outrossim digna de registo.
A noite já caira havia muito. Não tinha muita fome mas a cara metade desejava somente uma sopinha para poder ir descansar dos quilómetros palmilhados e dfas escadas subidas e descidas. Assim na rua dos Clérigos, ali mesmo à beira do ex-libris da Invicta entrámos numa casa onde nos serviram sopa, dois pastéis de bacalhau com queijo, algo que jamais comera e que não sendo algo fantástico... não é mau de todo e umas sandes de fêvera.
Uma refeição (quase) ligeira antes do merecido descanso.
Sábado
Pequeno almoço no hotel, café no Majestic como já havia aqui falado e lá fomos nós dar uma volta pela cidade. Com o passe "Andante" acabámos por ir até ao Castelo do Queijo e por fim a Matosinhos.
Foi nesta terra de pescadores que saboreei um dos melhores almoços dos últimos tempos. Foi um acaso encontrar o Restaurante Dom Zeferino. Poderei mesmo dizer que foi o melhor momento do dia.
O estabelecimento é muito agradável. o senhor Zeferino irradia simpatia e boa disposição que acaba por alastrar aos próprios clientes.
A sala é ampla, bem iluminada e sem cheiros desagradáveis a comida.
Logo de entrada fomos brindados com umas mini pataniscas acabadas de fritar e soberbas... a lembrar cozinhas e sabores muito antigos.
Optamos a seguir por robalos grelhados, que haviam sido pescados nessa manhã pelo senhor Francisco, que tive o privilégio de conhecer.
O peixe veio bem acompanhado de umas migas de bacalhau que estavam, simplesmente, divinais.
À sobremesa um pão de ló de Ovar que estava espectacular merecendo da minha mulher larguíssimos elogios que ecoaram durante diversos dias.
O vinho verde branco com chancela da casa era muito bom e estava estupidamente fresco.
O preço não foi barato, mas para quem já havia pago nessa mesma manhã 10 euros por dois cafés, também facilmente perceberia que aquele repasto merecera o dinheiro gasto. Local a repetir!
Ao fim da tarde alguém nos falou dos celebérrimos cachorrinhos da Casa Gazela ali bem perto da Praça da Batalha.
Nessa noite e ao mesmo tempo que decorria um jogo de futebol que originava menos gente nas ruas e nos restaurantes, fiquei eu adepto do petisco, não obstante não ter muita fome.
Domingo
Este foi o pior dia para comer. Num dia de chuva miudinha não tive grande ensejo de escolher outros restaurantes. Entrei numa churrascaria na Rotunda da Boavista onde comi frango assado (o cozido parecia ser optimo, mas decididamente não estava para ali virado). Serviço demasiado lento e sem qualquer motivo de interesse que não fosse matar a fome. Restou o preço... menos mau!
Regressei ao Campo 24 de Agosto, debaixo de uma chuva mais intensa, para apanhar o expresso para Lisboa, não sem antes voltar à pastelaria "Presa Doce" para um último café Portuense. Soube divinalmente!
Hoje fui a Évora. Uma cidade que vale sempre uma visita mesmo que já tenhamos estado lá mais que uma vez. Há sempre algo novo ou diferente para (re)ver.
Desta vez também não foi excepção.
Após uma manhá de campanha acabei por ir almoçar com os restantes colegas a um restaurante que desconhecia, mas do qual fiquei com a melhor das impressões.
Nunca tive muito jeito para crítico gastronómico até porque os meus gostos são geralmente simples e sou naturalmente de "boa boca". O que equivale dizer que só algo muito diferente me poderia fazer escrever sobre um restaurante.
Mas vamos lá... Ali numa transversal da célebre Praça do Giraldo mais propriamente no número 5 da rua do Raimundo encontra-se o Café Alentejo. Um lugar sereno. de bom gosto e melhor comida e bebida.
O repasto inicou-se com as entradas, como é ususal. Mas os espargos com ovos mexidos estavam uma autêntica delícia. Depois veio um bacalhau assado com batatas e grelos salteados muito bem servido. Também ele excelente. Finalmente rabo-de-boi estufado com puré de batata. Um prato simples mas claramente muito genuíno e que se apresentou de forma divinal.
Os doces maioritariamente conventuais são também eles de enorme qualidade.
Quanto aos vinhos, foi-nos comunicado que haveria um stock de 350 vinhos diferentes.. Perante tanta variedade acabou-se por escolher vinhos da Quinta da Calada - branco e tinto - que me pareceram devidamente apropriados para o almoço.
O preço não é barato, mas a relação qualidade/preço justifica-se muito bem.
Como disse no início deste texto Évora merece sempre uma (re)visita.
Gostam daqueles restaurantes de quase vão de escada, onde se come em dez minutos e nem tempo temos de apreciar convenientemente a comida? Se sim então não venham aqui...
Quase Café é um lugar fixe! Muito fixe mesmo... Daqueles em que sabe bem estar... só ou acompanhado e onde a comida tem sabor ao que é genuíno e saudável.
Este projecto ancabeçado por duas jovens é ainda um bebé. Mas tem tudo para dar certo!
Bem perto temos as Portas do Sol onda a paisagem entra pelo rio... Um lugar priveligiado encravado entre a Graça, Alfama e o Castelo, repleto obviamente de imensos turistas. Mas não interessa... Na Rua do Salvador nº 12 a serenidade reina!
Para a Cati e para a Joana vão daqui os meus sinceros votos de sucessos.
Adorei visitar-vos.
Têm tudo para correr bem!
E agora meu caro leitor... é tempo de sair de casa e ir ao Quase Café!