Por amor tudo é válido?
Este texto é, por assim dizer, uma continuação deste meu post, escrito há uns dias. Desta vez abordo não a relação de duas pessoas mas o sentimento que as une ou desune e as respectivas consequências. E este sentimento tem sempre um nome primeiro: amor!
Por amor tudo se suporta, ouvi eu há muitos anos, dito por alguém próximo. Mas será mesmo assim? Será mesmo o amor o único sentimento que mantém a chama de uma relação?
Reconheço e aceito que por amor se fazem muitos (por vezes demasiados) sacríficios. Mas terá obrigatoriamente de ser sempre assim? A resposta é obviamente difícil e depende da capacidade de cada um tem para aguentar, fisica e psicologicamente, o que lhe vai sendo apresentado.
Há quem ao primeiro embate desista de uma relação só porque não está para se sacrificar e há quem nunca desista porque entende que o amor tudo aceita, tudo aplaca mesmo que com isso perca toda a sua identidade. Ora o mais certo seria explicar à outra parte que algo está mal e que está a sujeitar a um sacrifício anormal. Para isso é necessário que o diálogo franco e aberto seja o lastro da relação. Isto é, se alguém pedir sacrifícios ao outro sem disso ter verdadeira consciência, é bom que seja antecipadamente avisado do que está a pedir e que poderá terá custos... Se assim não for alguém deixa de ser quem é, para passar a ser escravo de outrém! E isto não me parece bem. De todo!
O amor deve ser um sentimento mútuo muito à imagem do "eu dou mas também recebo". Mas neste dar e receber não é necessário quantificar nem qualificar. Basta estar permanentemente disponível. E é esta disponibilidade ou não que naturalmente define o amor que se tem pelo outro.
Nos tempos que correm só vive numa relação pouco disponível quem quer!
Porque por amor nem tudo é válido.