Após um velório da mãe de um grande amigo, tinha todas as razões e mais algumas para não vir aqui desabafar. Só que escrever é a minha causa, o meu vício.
Há quem fume, beba, jogue ou faça compras apenas por vício. Eu escrevo. Mal é certo, mas ainda assim tento todos os dias emendar, melhorar, dar outra ênfase ao que escrevo.
Em casa a televisão é um rectangulo sem gosto nem piada, os jornais falam todos da mesma coisa com palavras diferentes, os livros simplesmente já me pesam. Sobra assim este espaço. Somente meu!
Por vezes releio o que escrevi e sinceramente... não gosto. Mesmo nada!
Cometo quiçá o erro de me tentar comparar com outros que escrevem em espaços semelhantes a este, só que muito mais novos e amplamente mais competentes que eu.
assumo que a matriz da minha escrita não será esta, por muito que tente adaptá-la. Serei sempre um rústico, um homem que gosta de sentir a terra nas mãos, de respirar o pó levantado pela charrua, de cheirar o primeiro odor da terra molhada após um Estiio abrasador.
Esta é por assim dizer a minha verdadeira génese.
Gosto do Sol quente e da chuva forte, do vento gelado trazido da encosta da serra e da brisa quente de suão que queima a cherneca.
Antagonismos bizarros eu sei.
Mas é destas coisas que sou feito. Um naco disto, outro pedaço daquilo e a minha escrita reflexo disto mesmo: Pobre como o chão que me viu crescer. Tão arida como a terra que sujou os meus sapatos velhos.
De quando em vez dá-me um impulso de acabar com tudo. De não mais escrever. Mas radimaente mudo de ideias...
Nunca me atormentei com a falta de comentários ou opiniões aqui neste meu espaço. Essa será sempre a (livre) opção de cada um. E não posso nem devo obrigar ninguém. É uma mera questão de princípio!
Assim, escrever acaba por ser quase um tormento, tal a exigência que tento colocar na minha escrita...