No grupo de uotessape que administro constituído só por amigos que também escrevem, o tema dos blogues e da blogosfera é diversas vezes atirado para cima da mesa das conversações onde cada um dá a sua ideia.
Para alguns deste restrito grupo a blogosfera tem, desde há uns tempos, vindo a perder força em detrimento de outras redes sociais. É por todos sabido que um blogue requer, entre muitas outras coisas, saber escrever e outrossim disciplina de escrita.
Só que nas mais comuns redes sociais o que conta mesmo é a imagem. Na praia, na montanha, no campo, no Burkina Fasso ou no arquipélago de Tuvalu. Tudo serve para... mostrar!
Certo é que os blogues são ferramentas claramente diferentes das redes sociais. Para muitos são autênticos diários abertos ao Mundo. Para outros espaços de partilha de opinião como será o meu caso e de muitos outros bons blogues.
Só que a malta já não quer ler... dá demasiado trabalho juntar as letras para fazer uma palavra que junto a outras fará uma frase. Mas pior que tudo é a sofrível interacção em alguns blogues, que desmotiva os autores. Se juntarmos a isto alguns comentários imbecis de gente anónima, cria-se uma situação pouco agradável originando evidentes abandonos!
Já uma vez aqui evoquei a tristeza que tenho em observar tantos blogues abandonados. Eu sei que diversas situações podem originar este abandono, mas tenho a estranha sensação de que muitos o fazem por não conseguirem dar resposta às anormais exigências desta forma de publicação.
Posto isto e para terminar reconheço que os blogues não vivem os seus dias mais luminosos, mas ainda estão muuuuuuuuuuuito longe de desaparecerem.
Na minha aplicação uotessape tenho, entre diversos grupos, um deles em que somos todos escritores de blogues. Obviamente uns a escrever mais que outros, mas ainda assim com presença assídua.
A blogosfera seja nesta plataforma seja em qualquer outra tem que saber adaptar-se às constantes mutações que vamos vendo diariamente.
Se a SAPO altera com frequência (e bem) o seu visual, ao invés de outras plataformas, a verdade é que as diferenciadas redes sociais têm ganho algum ascendente sobre a blogosfera.
É certo que as pessoas querem ler menos, saber menos, pensar menos. Preferem uma quadrilhice barata ou um “Big Brother” menos Orweliano e mais afoito. Tudo para os fazer esquecer das agruras desta vida.
Mas quem ainda (e bem) teima em escrever num blogue como eu e alguns outros, sabe que está a investir no futuro. No entanto, escrever e publicar assim de forma livre e aberta acarreta responsabilidades para as quais muitos novos bloguers não se encontram preparados. A saber:
- a disciplina que a escrita (quase) obriga;
- as interacções com os comentadores podem tornar-se verdadeiros campos de bons diálogos ou de bravas discussões;
- a capacidade de escrever… bem, já que sem isso poderá estar irremediavelmente condenado ao fracasso.
Cada vez estou mais convencido que a blogosfera, não obstante poder estar a viver momentos menos brilhantes de outrora, ainda terá muito para oferecer à sociedade.
Saibamos todos nós, escritores, leitores, comentadores manter este universo de escrita livre, atento e assertivo. Para que todos os que por aqui passam não dêem o tempo por mal empregue e levem daqui sempre qualquer coisa.
Desde há uns meses que escrevo mensalmente sobre esta malta, correspondendo a um desafio de escrita. Um conjunto de personagens que juntos originaram uma família estranha e... desconfigurada.
Só que as personagens sendo obviamenânciate ficcionadas, foram criadas a partir do que vou vendo por aí e ao mesmo tempo de retratos familiares que me chegam.
Tudo porque aquela família inventada assenta as suas relações em algo que tem vindo a ocupar espaço nas nossas vidas. Chama-se telemóvel ou mais commumente "smart phones"! Estes aparelhos ganharam tal relevância que quase não se consegue viver sem ter um deles ali mesmo "à mão de semear!"
Não fujo à moda... O raio do aparelho faz tudo o que antigamente uma enorme agenda faria e tem ainda o condão de nos relembrar das coisas...
Se hoje estes equipamentos são verdadeiras ferramentas de trabalho ou actividade (como é o meu caso, que não trabalhando, não páro um segundo!), também em alguns casos tomaram, literalmente, conta da vida das pessoas.
Há quem viva dependente daqueles aparelhos de tal forma que são capazes, por exemplo, de entrar num supermercado, fazer as compras, pagar, arrumar os produtos nos sacos sem nunca, repito nunca, deixarem de falar ao telemóvel. Tal como nos jogos de futebol, no teatro, num concerto há quem não consiga despegar-se das redes sociais e afins! Uma tristeza!
Receio que o futuro dos meus netos fique desde já hipotecado a estes pequenos aparelhos tão giros, tão curiosos, mas demasiado donos das vidas.
A tecnologia é uma arte fantástica. O que antigamente parecia só ser possível em filmes de ficção ciêntifica, está agora disponível à distândia da nossa mão.
Telefones, tablets, portáteis, televisões, monitores e toda uma série de apetrechos surgem nas nossas vidas como algo indispensável.
Vou ao futebol e vejo adeptos a preferirem o telemóvel ao espectáculo que está a decorrer. No teatro enquanto se espera que o pano se erga vamos dedilhando mensagens em vez de falar com a companhia ao nosso lado. Numa qualquer sala de espera de um consultório já não revistas puídas e desactualizadas. Para quê? O telemóvel diz-nos tudo o que queremos ou gostamos de saber.
Também estou preso a estes equipamentos, mas reconheço que devo libertar-me deste jugo tecnológico que quase comanda a minha vida, quanto antes. Porque não devemos ficar reféns de ninguém e muito menos de máquinas.
É certo que a informação corre hoje muito mais depressa. As mentiras antigamente espalhadas podem ser agora denunciadas, os factos reais são mostrados sem filtros, numa efemeridade atroz, pois num segundo tudo muda.
As redes sociais são assim um campo minado recheado de desinformação, que só serve para algumas figuras surgirem na ribalta e verem o seu nome proferido por quem nunca os conheceu!
A verdade não é mais interessante! O que conta mesmo é a consciência de saber se cada um de nós existe! Para outrém ver!
Há infelizmente neste Mundo diversas doenças que não sendo graves no sentido de colocar a vida em perigo, podem ainda assim ser limitadoras.
Por exemplo hoje comemora-se o Dia Mundial do Vitiligo. Uma doença que se esconde por detrás de muita roupa e perante a qual muitos doentes se sentem inferiorizados.
Tenho um amigo, peregrino de Fátima e na vida como eu, que sofre desse síndrome. Mas que numa rede social escreveu simplesmente este texto:
Tenho Vitiligo identificado há 20 anos. No início foi uma caminhada dura no esconder, no preocupar-me com a reação que poderia criar nos outros, na aceitação. Com 30 anos nessa altura, confesso que não foi fácil. Procurei vários tratamentos, numa ânsia infundada que tudo voltaria ao "normal". Até que ao 3°dermatologista que visitei ouvi o melhor conselho possivel: "E que tal VIVER?". Senti uma estalada na cara e pensei:"Se calhar esta médica tem razão."
Hoje não falo por mim.
Hoje falo pelas pessoas que ainda não conseguiram resolver a situação.
Falo pelas crianças que são discriminadas pelos pais de outras crianças, que não querem que os seus filhos brinquem em conjunto, que por ignorância têm medo que se pegue essa maldita maleita.
Ou então falo pel@ adolescente, que @s seus amig@s mandam a piadinha sobre os defeitos da sua pele, que não está nos standards tradicionais de beleza instituídos.
Ou então pelo adulto no autocarro, que as pessoas se afastam como se tivesse lepra, com asco.
Ou pelo idoso, que nem lhe tocam num simples momento de afeto, não vá alguém ficar contagiado.
Todas estas situações têm um elo em comum: Derrubam a autoestima.
E usar a empatia?
Fala-se tanto em "Não Discriminação“ ... Deixem as palavras e simplesmente passem aos actos.
Hoje saúdo quem é como eu.
Muitos parabéns P. grande texto onde a coragem e o alerta para uma realidade tantas vezes escondida se juntam para um bem maior.
Ontem à noite passei os olhos pelo feicebuque. Apareceu uma mensagem no chat que me enviou para pornografia pura. Achei estranho, vindo de quem vinha, mas enfim fiquei por ali.
Só que mais tarde comecei a receber mensagens de outras pessoas a perguntar-me o que era aquele link. Ora se eu não havia enviado para ninguém como podia aparecer noutras pessoas? Fiquei profundamente irritado.
Bom, antes de mais, fiz aquilo que já deveria ter feito há muito tempo... Fechei a minha conta do feicebuque e enquanto me lembrar disto jamais terei outra conta.
Peço desculpa a todos quantos me conhecem por algo que eu possa ter enviado sem a minha real aprovação.
Tenho uma conta no feicebuque. Uso-a essencialmente para dar os parabéns aos amigos ou para divulgar os meus pobres textos que aqui vou esgalhando.
Uso o "Gosto" quando algo me atrai naquela plataforma ou quando considero que o meu texto tem algum valor. Fora isso não uso aquela forma de expressâo para mais nada.
Curiosamente hoje foi partilhada uma triste notícia: alguém que eu conheci muito bem havia acabado de falecer.
Realisticamente foi uma esmola. A pessoa em causa estava há uns anos enferma e completamente dependente dos outros. Parece que já não conhecia ninguém... enfim vegetava.
Mas o que achei mais estranho é que esta notícia colocada na rede social tenha quase três centenas de "Gosto". Como se toda aquela gente gostasse realmente que a pessoa tivesse perecido.
Faz-me espécie este tipo de partilhas... Há algo aqui, neste mundo das redes sociais, que claramente não entendo. Da minha parte apenas coloquei uma frase a dizer quanto lamentava a sua partida. Porque para ser sincero nem gostei de escrever aquilo!