Desculpa querida amiga Ana
Por andar assim tão afastado
Mas foi uma cá uma semana
Em que andei muito ocupado.
Há demasiados dias assim
Tão repletos como um ovo
Não entendo se é só a mim
É que não sou muito novo.
Mais uma vez aqui estou
Para animar este pessoal
Todavia não imagino se vou
De todos ter o mesmo aval!
e para a Ana.
Eis mais um novo ano
A somar a muitos que já vivi
Será o próximo mais profano
Daqueles que lembro e revi?
Desejo pouco desta vida
Só viver um simples dia
Ter a minha mão estendida
Nem a pedir nem arredia.
Gostaria que fosse o Mundo
Um lugar perfeito e atento
Porém e indo mais ao fundo,
Este Mundo é um tormento.
Termino esta pobre saga
De escrever quadras sem tino
Talvez seja esta a triste paga
De escrever sem destino.
Para a Ana ler...
À noite de vez em quando
estranho, que dá-me para isto
escrever simples sem mando
todas as palavras num misto.
Sem estória nem romance
nem risos patetas nem choros
Talvez a bela noite alcance
o som brando de novos coros.
Escrevo estas e outras
palavras de um só sentido
São como as belas potras
de bravo galope incontido.
Dois mil é um numero belo
Para as reacções em cadeia.
Foi a Ana de Deus a faze-lo
Já tenho texto para a ceia.
Ó meu querido Santo António
Padroeiro da minha cidade.
Não te peço grande génio
Só quero metade da idade.
És santo e casamenteiro
Diz a velhinha tradição
Não te esqueças companheiro
Que quem manda é o coração
Em Pádua também és adorado
Como santinho milagreiro.
Só te peço antepassado
Que não me falte o dinheiro.
Termino estas pobres quadras
Dedicadas ao Santo Franciscano
Aventurei-me nestas estradas
De poeta das palavras, cigano.