Ter saúde para estar doente!
Há cem anos morreram na Europa entre 50 a 100 milhões de pessoas devido à “pneumónica” também conhecida pela gripe espanhola.
Um século passado sobre este tempo temos a medicina evoluída com um foco essencial na cura de doenças ditas incuráveis.
No livro “O Físico” de Noah Gordon, que conta a forma brilhante como a medicina era aprendida e aplicada na idade média, podemos outrossim identificar doenças que na altura seriam de mui difícil tratamento e hoje são de solução corriqueira. Um dos exemplosali referidos é a apendicite, que nos séculos do feudalismo, matava indiscriminadamente sem se perceber a razão do envenenamento do corpo.
A medicina actual debate-se todavia com doenças que não sendo graves do ponto de vista terapêutico são-no na vertente psicológica.
Os disturbios da mente surgem hoje como um problema muito mais premente do que alguns desajustamentos físicos. Talvez por isso há cada vez mais Psiquiatras.
Bom… no que a mim diz respeito, costumo dizer que não tenho tempo nem paciência para estar doente. E quando eventualmente me surge uma enfermidade (nada superior a um mero AVC ou uma simples gripe) tento rapidamente debelá-la.
Custa-me portanto entender aquela gente que anda (ou pelo menos diz que anda) sempre doente. Ou dói a cabeça, as costas, os rins, as pernas… Passam os dias a caminho dos Centros de Saúde ou dos hospitais, consultam todos os tipos de médicos em busca de um remédio milagroso, gastam recursos materiais e humanos de cariz público, para depois recorrerem a um qualquer homeopata de vão de escada, aconselhado por uma tia que é cunhada de uma prima em quarto grau e gastarem o triplo do dinheiro para tratarem de uma doença que não têm nem nunca tiveram e que só existe na cabeça deles.
São assim os considerados saudáveis doentes!
Que cada vez há mais…