Mais uma vez o actual Presidente da edilidade da Figueira da Foz deixou a televisão pendurada. Já o havia feito há uns anos quando no estúdio o interromperam para passar a emissão para o Aeroporto onde chegara José Mourinho após a saída deste do Chelsea de Londres.
Digam o que disserem Santana Lopes ainda será dos poucos políticos que tem coragem para enfrentar as televisões. Não se acobarda e diz o que tem a dizer sem receios, assumindo os custos e os proveitos de tal atitude.
Esta postura frontal não é muito do agrado dos canais televisivos pois preferem aqueles políticos brandos e que não criem ondas.
Porém percebo e admiro a postura de Santana Lopes…
Este bisar de saída extemporânea em directo deve ser suficiente para nunca mais ser convidado para falar na televisão, mas também acredito que tal não o afectará até porque a bela cidade da Figueira da Foz deve dar-lhe imensa "água pela barba"!
Em 2007, quando ocorreu a primeira situação li muitos aplausos à atitude corajosa de Santana Lopes, da Direita à Esquerda da nossa política. Agora não vislumbrei qualquer comentário… Quiçá porque uma envolvia futebol (e sabe-se como há uns fundamentalistas contra este desporto), enquanto no segundo caso falava sobre o direito à privacidade dos políticos e de uma promessa que lhe haviam feito pelo próprio canal e que não fora cumprida.
A polémica ao redor de uma festa onde a Primeira Ministra da Finlândia, Sanna Marin, participou parece ser mais uma daquelas confusões estúpidas e parvas com o único intuito de retirar da situação parcos dividendos políticos.
Se o caso tivesse passado na zona sul da Europa, muito mais sensível a estas situações do faz-de-conta ainda (quase) que aceitava. Só que na Finlândia a cultura política e social é, ao que sei, diametralmente oposta… Ou era, digo eu!
De uma forma desapaixonada diria que a PM finlandesa terá direito à sua normal privacidade enquanto cidadã. Não é por chefiar um governo que nos seus momentos de lazer deverá manter uma postura demasiado formal. Bem pelo contrário…
Acrescento o que fez nem foi crime, mas pura e simplesmente um acto de libertação pessoal numa festa de cariz privado, pois imagino que ser PM num país tão geograficamente próximo da Rússia não deve ser fácil. Ainda por cima com o processo de adesão à NATO a decorrer!
Entretanto e por aquilo que tenho lido, Sanna Marin parece ter “os ditos-cujos” no lugar, onde muuuuuuuuuuuuuuuitos homens não os têm! Talvez por isso e não só, ande muita gente a tentar estragar a sua imagem. Nem mesmo uma foto mais ousada de outras damas num acto mais íntimo me parece ser um caso relevante.
Recordo a alguns esquecidos da nossa praça, sempre tão ávidos a apedrejar os outros, que em Portugal já vi o actual deputado e líder do PCP, Jerónimo de Sousa, a dançar (e dançou até bem!) numa campanha para a Presidência da República, assim como vi o actual PR a colaborar também numa dança em Moçambique. Ambos fizeram-no no âmbito das suas funções políticas.
Tenho perfeita consciência que a senhora PM da Finlândia nunca lerá este meu texto, mas deixo-lhe uma frase de profunda solidariedade e que reza assim: os cães ladram, mas a caravana passa!