Pré-primária da Educação
Não imagino quem colocou em prática a obrigatoriedade das crianças com menos de seis anos frequentarem a pré-primária. Certamente que o fez somente por conveniência eleitoralista sem pensar sequer se a estrutura escolar comportaria tal desiderato.
Calculo que no interior do país onde a população infantil é cada vez menor, a coisa até tenha corrido razoavelmente bem, nem que para isso as Câmaras tenham colocado à disposição das crianças viaturas de transporte. Para mim... que sou da cidade, sem problema. Já basta a interioridade em que vivem.
Só que nos grandes blocos populacionais a ideia não tem corrido muito bem já que faltam escolas para receberem as crianças. Segue um exemplo:
- A minha neta mais velha fará no dealbar de 2025 cinco anos, o que justificaria a entrada numa pré-primária;
- Os pais inscreveram-na, já há muito tempo, numa escola a 300 metros de casa aguardando uma vaga;
- As inscrições acabaram por atingir as 900 crianças, quando a escola só terá lugar para 100.
Esta situação será anormalmente comum nestes grandes centros populacionais. O que leva a alguns pais a matricularem as crianças em escolas particulares, já que algumas serão até subsidiadas pelo Estado. Só que mesmo assim aquelas são ainda insuficientes...
Daqui resulta que muitas das crianças não irão ter acesso à tal pré-primária obrigatória e gratuita à qual tanta gente bateu palmas. Ou se os pais quiserem que os seus filhos não entrem com um ano de atraso na primária, irão inscrevê-los em escolas privadas, pagando do próprio bolso essa despesa.
Resumindo: a obrigatoriedade da frequência da pré-primária por parte de crianças com menos de seis anos só existe se... houver vaga!
Portanto temos mais uma medida feita para agradar a muitos, mas que atinge poucos. Nem imagino o que será quando for a primária. Provavelmente irá para uma escola a quilómetros de sua casa quando tem uma bem perto.
Termino com a incerteza dos critérios que levam a escolher umas crianças em detrimento de outras. Porque nestas coisas, infelizmente, nem sempre o que luz é oiro.
A maioria parece pechisbeque!