Fico "piurso" quando leio algures por aí que nos próximos dias vamos ter um tempo seco e muito agradável.
O problema não serão as previsões atmosféricas, mas a maneira como se comunica esta informação de tempo quente tendo em conta que estamos em Outubro e em pleno Outono. A julgar pelo que escrevem parece que voltámos ao início do Verão.
Entendo que as pessoas em geral prefiram o tempo quente, sem chuva, mais apetecível à rua, à chuva ou o frio. Mas olvidam aquelas, certamente, que a chuva é assaz necessária e que jamais ficará lá em cima nos céus anilados. Quando menos se esperar a pluviosidade virá de repente com demasiada força e a fazer muitos mais estragos se viesse de mansinho e espaçada no tempo.
Recordo que no ano da (des)graça de 2017, precisamente no dia 15 de Outubro, morreram cerca de meia centena de pessoas devido a incêndios devastadores.
O ambiente está muuuuuuuuuuuuuuito diferente. E cada ano noto, com alguma tristeza, que está pior, muito pior. Mas claro... o que convém mesmo são pés na água salgada e fundilhos na esplanada.
Porém, a letra deveria ser um poucachinho alterada porque aquele final "no fim de dia, bem abraçados, a ver o pôr do Sol" deveria ser "no fim de dia, bem abrigados a ver a areia no ar".
Esta é naturalmente uma brincadeira, mas hoje fui olimpicamente corrido da praia por causa de um vento tonto e desgovernado. O mais curioso é que quando saí do parque de estacionamento não havia, pasmem-se, uma única viatura para entrar, quando a semana passada a fila entrava pela estrada principal.
Estranhei esta manhã ventosa porque ontem a praia da parte estava com um sabor tropical, com calor, sem uma brisa sequer e a água tépida com uma temperatura como jamais senti nas águas atlânticas da Praia da Raínha.
Durante sete preguiçosos dias vivi momentos únicos.
Já conhecia a Praia de Porto Santo. Há 30 anos estivera lá duas semanas com os meus filhos. Temi que passado todo este tempo tudo estivesse muito diferente. Mas não... Apenas mais algumas unidades hoteleiras sem chocarem com o areal.
A matriz para estas férias tinha uma opção fantástica: "tudo incluído". Ui... o que foram colocar à minha frente. Eu que se pudesse comeria e beberia este Mundo e o outro, imaginem com esta opção.
Obviamente que bebi mais do que é costume, até porque tinha tempo, coisa que não há na cidade. Provei bebidas que jamais experimentara e o resultado rapidamente se pôde comprovar na balança. Recordo a este propósito que no primeiro dia, no bar da praia, encontrei um colaborador de nome F. bem simpático e competente, natural de S. Tomé e que servia uns cocktails fantásticos (assumo que houve coisas que nem soube o que eram, apenas que eram frescas e sabiam bem).
Como sou geralmente afoito nas conversetas acabei por lhe perguntar, assim que o conheci, como é que era das bebidas. Ao que me respondeu que poderia beber o que quisesse e na quantidade que me apetecesse. Apenas respondi: não me tente! Devolveu-me uma enorme gargallhada.
Não imagino quantas pessoas leva aquele hotal apenas percebi que ao almoço servia 650 refeições, apenas num dos restaurantes... Não soube quantos serviam nos outros dois.
Mas ali nada falha! Quando falta algo logo vem a segunda remessa e o que sobra não vai fora e é distribuído pelos diversos bares para serem devorados mais tarde pelos comilões. Uma organização fantástica tendo sempre a felicidade do cliente como foco.
Não é muito barata uma viagem destas reconheço, mas se fizer bem as contas provavelmente gasto mais dinheiro em porcarias sem utilidade, enquanto ali o lema deveria ser: "Um paraíso à beira mar!"
Fica infra uma fotografia da praia. Tal como ela é!
Faz muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitos anos que não comprava um diário. Fi-lo hoje à entrada da praia. Mas verdade verdadinha ainda só li, a bem dizer, as gordas.
Portanto... são dez e meia da noite e vou dedicar-me à leitura do meu jornal.
É "poucachinha" escrita hoje, mas é de boa vontade.
Ano após ano tenho vindo a constatar que os restaurantes, snack-bares, bares e outras casas da restauração têm vindo a tomar conta do areal da praia. Nomeadamente aqui na zona das praias da Costa da Caparica. Não imagino como será da Costa em direcção à Trafaria, mas a partir da Praia Nova até à Praia da Bela Vista quase todos os acessos têm um estabelecimento associado.
Não estou contra este tipo de comércio. Até porque a maioria deles sustentam a suas expensas os nadadores-salvadores, apresentam casas de banho para uso livre dos banhistas e algumas até têm pequenos postos de socorro, já para não falar das taxas acrescidas que terão provavelmente de pagar à edilidade. Mas também é verdade que um café ali custa o dobro assim como uma cerveja e um qualquer refrigerante. Nem calculo quanto será uma refeição "normalérrima"!!!!
Este alastramento deve-se à necessidade de colocar mais camasxl e espreguiçadeiras seguindo a normal regra da oferta e da procura, pagas a peso de ouro por quem as usa. Ora este alargamento faz com que eu e muuuuuuuuitos outros banhistas nos tenhamos de apertar ainda mais na areia, já que certamente ninguém irá para a beira-mar estender uma toalha.
Isto não é uma crítica, somente a constatação de factos.
Em conclusão diria que estes estabelecimentos usam a praia quase como se fossem donos desta. Mas ao que sei a praia (ainda) é pública. Ou será que não?
Já por aqui referi o meu imenso gosto pelo tempo de praia. O Sol e o mar são as principais forças que me levam até um areal para desfrutar desta relação. Gosto de longas caminhadas à beira mar, de sentir o astro-rei a aquecer-me, de ler um livro e acima de tudo de dormitar estendido numa toalha.
Só que, como tudo na vida, há na praia situações que não aprecio, diria mesmo que detesto. Se algumas ninguém consegue controlar, outras há que não posso fazer nada mas que me irritam na mesma.
Eis ora a lista:
- Vento. Esta é daqueles fenómenos naturais que ninguém manda, mas chateia-me estar a ser sovado selvaticamente pela areia;
- Os fumadores. Sei que há a tal de liberdade. Mas se há liberdade para os fumadores conspurcarem tudo em seu redor eu também deveria ter a liberdade de não ser fumador passivo;
- Os jogadores de bola. Esta maltinha são daqueles que jogam em qualquer metro quadrado. E nem se preocupam na possibilidade de magoar alguém;
- O chapéu de Sol com vida. Este ano foram diversos os casos de chapéus que sairam do seu lugar e alguns até foram parar dentro de água. Um desses acertou-me, por sorte, no pé... E se fosse num olho? Pois;
- O luso-francês. Aquele emigrante que há um par de anos partiu para terras gaulesas e agora chega cá de "vacances" e só sabe falar a língua de Victor Hugo, olvidando a sua lusa origem.
Portanto sem esta mão cheia de eventos a praia seria um local perfeito.
Até que correu bem! Não comi muito, bebi mais do que é costume, mas sem exageros e fiz pratos novos (obrigado MJP!).
Portanto estou na segunda semana já com convocação para amanhã de um almoço de aniversário. Depois seguir-se-á segunda e quarta com consultas médicas de rotina!
Portanto uma semana que se prevê mais atribulada que a anterior, acima de tudo devido ao trânsito que irei apanhar na Ponte. Todavia não tenho pressa de chegar! Quero é chegar bem!
A praia de manhã tem estado muito boa mas conforme avança nas horas há um vento parvo. Um Sol fantástico mas a água continua a ser importada directamento do Polo Norte. Já era tempo de se mudara de fornecedor.
Fiquem bem... Portem-se mal e a gente lê-se por aí.
Conquanto vamos envelhecendo vamo-nos tornando cada vez mais cuidadosos com o que dizemos, ou na forma como falamos e mais que tudo passamos a ser mais responsáveis com o nosso corpo (leia-se saúde). Mas a realidade é que muitas vezes com a idade chega alguma incapacidade de perceber que há coisas que não cabe nos anos que já temos.
Sempre fui muito aberto às diferentes matrizes que cada geração acarreta. Posso não assumi-las para mim até porque a minha idade não me permite algumas dessas veleidades, mas aceito quem gosta de se mostrar mais... "in"! (Sinceramente não percebo o porquê do uso desta expressão inglesa, mas entendo o sentido).
Pois bem! Nas minhas costumadas caminhadas matinais passo por muitas praias, frequentadas obviamente por diferentes pessoas, idades e estratos sociais. Algo que à beira mar ninguém percebe realmente a diferença.
Todavia há algo que tenho vindo a constatar. Não é de agora... mas de há alguns anos e que se prende com a quantidade de pessoas, algumas muito mais velhas que eu, cheias de tatuagens. E até poderiam ser pequenas, no entanto há algumas enormes e que cobrem todo o corpo.
Não estou com este meu texto criticar quem o faz. Longe disso. Até porque como alguém me diz amiúde (a idade é apenas um número!) e se as pessoas se sentem bem... óptimo. Porém ainda estou para perceber o que leva estas pessoas a oferecerem o corpo a esta activivade. Realce-se que com a idade a pele tem uma normal tendência a ficar engelhada e mais frágil.
Finalmente e enquanto a minha cabeça trabalhar como até agora jamais terei na minha pele algo que não seja de origem... (já há coisas que vieram de fábrica e já saíram). Mas amanhã já não sei... A tonteria pode-me abraçar e embalar para a parvoíce!