A ponte é uma passagem...
Já cantavam os Jáfumega nos idos anos 80.
É verdade que as pontes são obras necessárias para acessos sejam pedonais ou de viaturas e comboios. A ponte 25 de Abril que atravessa o rio Tejo já perto da sua larga foz é uma daquelas obras hiper necessárias e movimentadas.
Quem por aqui vive ou como eu que vivi no Laranjeiro, freguesia de Almada e trabalhava em Lisboa, passei esta ponte milhares de vezes. E ainda passo pois tenho residência oficial na margem sul.
Certo é que com o tempo fui ganhando respeito a esta irmã (quase) gêmea da celebérrima Golden Gate de S. Francisco, nos Estados Unidos. Acima de tudo por um acontecimento há muitos, muitos anos! Vinha eu de autocarro no sentido Lisboa - Almada ou Norte - Sul, quando o trânsito parou no tabuleiro. Recordo que nesse tempo havia somente duas faixas para cada lado, quando agora são três.
Estivemos parados sem andar mais de meia-hora até que o motorista saiu e foi em busca de saber o que originara esta imobilização. Passado um bom bocado regressou e avisou que um caminhão se atravessara nas duas faixas e avariara. Não havia forma de sair dali tão depressa.
O final como imaginam resultou em sairmos do transporte e atravessar o resto da ponte... a pé! Era inverno e caía uma chuva forte. Assim que coloquei os pés no chão da ponte senti aquele tremor. Não gostei... mas segui os outros passageiros. Quando 500 metros mais à frente senti o chão fixo... respirei de alívio.
Hoje atravessei a ponte, mas de carro como faço tanta vez. A meio do trajecto parámos todos (ainda estou para saber porquê) e mesmo dentro da minha viatura voltei a sentir aquele tremor. Também é verdade que agora passa o comboio por baixo, mas seja como for não é uma sensação agradável. Eu, pelo menos, não gosto!
Por exemplo já passei a ponte de D. Luis a pé e sendo mais antiga e também com o Metro, não tive aquela sensação estranha que tive hoje.
Será da idade ou a ponte é uma passagem... para o outro lado?