Penso muitas vezes nesta ideia... Qual seria a primeira decisão que tomarias e que ainda ninguém tomou?
Sinceramente diria que acabaria com todos os institutos. Alguém faz ideia de quanto se gasta para manter todos os institutos a funcionar e que são na sua maioria verdadeiros elefantes cor de rosa...
Peguem num qualquer instituto público e vejam quantas pessoas a ele estão adstritas. Quem paga aquilo, o que fazem, quanto gastam para além do orçamento?
Há quem diga que os ditos Institutos são locais para abarcar os amigos dos diversos governos. Nomeadamente aqueles que deram a cara nas campanhas eleitorais e agora necessitam de algum repouso, abichando bom dinheiro.
Recordo que houve um PM (creio que foi o Dr. Durão Barroso) que ainda tentou minimizar estes custos fundindo algumas destas entidades. O problema é que fundiram no papel mas a realidade anterior manteve-se igual.
Termino com a questão em aberto para os meus leitores; se fosse PM por um dia que primeira decisão tomaria?
Pelo que li, ontem discutiu-se o Estado da Nação da Assembleia da República. Felizmente passou-me ao lado e sinceramente, mesmo que tivesse tempo, não o perderia a ver esta gente.
Há muitos anos um amigo referindo-se a outro e em tom de brincadeira dizia: o tipo é um mentiroso de primeira que cada vez que diz uma verdade cai-lhe um braço… e ainda tem os dois!
Olho para os nossos políticos e apetece-me aplicar a mesmíssima frase. Só que em tom sério!
Creio já o ter referido que temos um senhor PR a fazer de PM, um PM a fazer de PR com o governo em total roda livre, nunca se responsabilizando por nada do que acontece em Portugal. Só se for uma coisa óptima… E aí chegam-se logo à frente.
Já nem falo da pandemia, porque desta o governo não tem mesmo culpa nenhuma. Falo dos inúmeros casos que envolvem alguns dos ministros (e não só!) deste governo. Obviamente que seria até fastidioso enumerá-los pois são tantos, mas a realidade é esta mesmo.
Piamente quero acreditar que o senhor PM tem entre mãos uma espécie de rebanho para o qual não tem cães de guarda à altura de colocar os animais no sítio certo. Pelo que vou lendo cada ministro(a) diz o que quer e lhe apetece. Decide a seu bel prazer e nem dá conhecimento a ninguém.
Tudo isto acontece, no fundo, porque andam todos muito preocupados com a evolução da economia deixando para trás problemas de somenos! Ou provavelmente até não!
Entretanto o tal estado da Nação foi discutido no hemiciclo de S. Bento por um conjunto de deputados que não representam metade dos eleitores lusos. E ainda acham que podem falar pelos portugueses.
É por estas e outras que vejo a democracia cada vez mais em perigo! Uns porque não fazem, outros porque querem fazer...
"Desencadeou-se" foi a feliz expressão que o irredutível Astérix aplicou aquando da luta tribal entre os Godos que ele próprio tinha fomentado.
Aquela palavra pode agora ser outrossim aplicada no mais recente magistério do Presidente da República.
É sabido, tornando-se quase tradição, que os segundos mandatos de Belém são muito mais interventivos que os primeiros, já que não podem, constitucionalmente, ser reeleitos e por isso já nada têm a perder.
Antes das eleições de Janeiro passado para a Presidência da República, falou-se desta forma de estar presidencial que se viu em Eanes, Soares, Sampaio ou Cavaco (talvez este menos devido à Geringonça). Ouvi alguns a afirmar que Marcelo seria seguramente diferente dos seus antecessores, enquanto outros defendiam o oposto, fazendo crer que, logo que pudesse, o antigo líder do PSD iria mostrar-se tal como é, opondo-se ao actual governo socialista.
Paulatinamente fui percebendo alguns recados vindos de Belém direccionados a S. Bento.
Mas o caso tornou-se mais evidente com a recente aprovação pela Assembleia da República de uma série de leis com ajudas sociais devido à pandemia e à revelia do Orçamento do Estado já aprovado. E que o Senhor Presidente promulgou...
António Costa viu-se de repente metido numa disputa com Belém que há um ano seria, de todo, impensável.
Tenho por isso a forte sensação que o ambiente entre PR e PM tenderá a deteriorar-se. O que numa altura como esta seria de todo desaconselhável.