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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

A democracia em perigo!

Por vezes tenho medo dos meus pensamentos. É verdade, tenho medo... pronto!

Receio essencialmente que alguém os oiça, até porque posso sem querer e mesmo que seja de forma quase silenciosa verbalizar algum deles.

Isto para dizer que daqui a dois meses estaremos a comemorar o meio-século daquele que foi um golpe de esatado. A revolução dos cravos foi apenas um epíteto aproveitado pelo PCP para dar nome à sua ideia política. Que como todos sabemos nunca vingou neste País de gente preguiçosa, invejosa e de brandos costumes.

Hoje tenho mais cuidado com o que digo e escrevo, não vá eu ofender algumas alminhas que há meio século ainda nem existiam, nunca souberam o que foi viver sob a ditadura e muito menos o que foi a censura. Falam e escrevem, eles e elas, considerando que têm sempre razão olvidando que há outras opiniões e visões e que podem não coincidentes com eles. Então ofendem-se com isso!

Tenho a certeza que a democracia lusa tal qual como foi criada ou inventada pode não ser perfeita. Como nenhum regime político o é! Mas até há uns tempos convivia bem com ele. Todavia sinto-me cada vez mais apertado num espartilho de pensamentos e acções que me leva a sentir que é a hora de termos um novo 25 de Abril.

Que até pode ser a 24 ou a 26 do mesmo mês! Ou de outro mês qualquer!

Consciência de finitude!

Quando somos jovens temos a parva ideia de que seremos eternos, que nada nem ninguém nos conseguirá destruir nem aos nossos sonhos e desejos.

Todavia e conquanto vamos crescendo percebemos que a tal certeza da juventude tem algumas (enormes) falhas. E é aí que surgem as primeiras dúvidas, para mais tarde, muito mais tarde, descobrimos que nada na vida é certo a não ser... o nosso próprio passado!

Só que há excepções!

O meu pai, por exemplo, tem 91 anos e um grave problema de insuficiência renal que o irá obrigar, brevemente, a submeter-se a hemodiálise. No entanto e não obstante a imensa idade que carrega nos ombros para além da doença, ainda pensa que está para durar mais uma imensidade de anos.

Por este lado já não penso assim e tenho consciência perfeita que a minha vida será muito mais curta que a do meu pai. Talvez por isso mantenho um ritmo de vida quase alucinante... pois o pior que me poderá acontecer é descobrir que tenho medo... da minha própria finitude!

O problema não será o fim pois a par do passado é uma certeza! Mas o trilho que terei de percorrer até lá chegar!

A gente lê-se por aí!

Amanhã: o ilustre desconhecido!

O melhor que o ser humano tem é aquilo que não tem. Parece confuso? Mas eu explico.

O que o nós humanos temos realmente de mais aliciante no nosso dia a dia é não sabermos como será o dia de amanhã! Se tivessemos cem por cento de certeza no futuro ainda viveríamos mais infelizes.

O que nos encanta é o desconhecido, é termos consciência que esta vida acarreta consigo um enormíssimo mistério e para o qual nunca temos uma explicação lógica. Fosse a vida uma ciência exactatal como é, por exemplo, a matemática e não teria qualquer graça.

Podemos no limite calendarizar alguns eventos, mas só chegado à hora é que temos a certeza de os viver. Quase diariamente chega-nos a informação  por vezes triste de pessoas muito mais novas que nós e que faleceram, enquanto há outras muito mais velhas e que continuam por cá. Umas mais sóbrias, outras menos cientes, mas ainda assim vivas.

Como animais lógicos e com conhecimento tecnológico ainda estamos reféns daquilo que não dominamos e que se chama simplesmente... vida!

A gente lê-se por aí!

Portugal: sangue novo precisa-se!

A visão miserabilista dos portugueses sempre me assustou e confundiu. Esta filosofia arcaica e bacoca acaba quase sempre por se plasmar naquela horrível expressão: "coitado"! Como se nesta palavra estivessem todas as mágoas lusas e as respectivas desculpas para aquilo que não somos.

Por isso quando temos alguém que por seu mérito consegue ir além desta mediocridade lusa ficamos logo a pensar não na competência, mas em factores pouco límpidos... No fundo, no fundo a tal de inveja a que se referia já Camões no fim dos seus Lusíadas!

Somos um povo estranho. Mistura de muitas raças e credos, escorraçados de muitas terras acabámos por ficar aqui porque... havia o mar! Este mar que muuuuuuuuitos séculos mais tarde haveria de ser partido e dividido entre Portugal e a nossa vizinha Espanha. Outras ideias!

Mas desse tempo áureo restou apenas uma tristeza profunda ao qual deram o pomposo nome de Sebastianismo. Que tem perdurado até à actualidade.

Portugal necessita de gente nova, que sonhe coisas novas que nunca foram sonhadas. Que coloque a palavra esperança no seu espelho todas as manhãs. Necessitamos de gente corajosa que prefira perder um milhão de euros a abdicar de uma boa ideia.

Não troquemos um lugar no Mundo por um Mundo no seu lugar!

 

Em Sábado de Aleluia...

Quando pensamos que a nossa boa vida de antigamente iria regerssar à normalidade, eis novo acontecimento para adiar aquela nossa vontade.

Há uns anos Portugal acorda com uma geringonça política que criando alguma estabilidade social, deixou o país economicamente pior do que estava, pelo menos os estudos de entidades isentas assim o afirmam.

Ainda não refeitos desta solução governativa, o PS ganhou as eleições em 2019 rasgando então o acordo com a esquerda que mais tarde devolveria esse não acordo com o chumbo do orçamento para este ano, obrigando na eleições antecipadas e originando uma maioria absoluta por parte do partido liderado por António Costa.

Entretanto a esquerda caiu nas eleições para valores mínimos o que traduz um pouco a ideia de que o povo não gosta muito de jogos políticos.

A meio deste trajecto surge uma pandemia, desvalorizada no dealbar pelas nossas entidades de saúde para logo a seguir pararem o país. Portanto desde 2020 que vivemos muito ao sabor das linhas vermelhas e verdes da pandemia. Com as óbvias consequências a nível económico, social e laboral.

Entra 2022 e no dia 24 de Fevereiro a Rússia entra na Ucrânia. Não bastava os últimos anos atípicos já referidos e somos brindados com uma guerra sangrenta, estúpida e aberrante, quase às nossas portas.

Chegámos à Páscoa e a guerra parece não dar tréguas. O Mundo vive suspenso sobre o que virá a seguir e nós mantemos a nossa postura procupada, não por aquilo que se passa lá fora, mas por aquilo que não se passa nas nossas vidas.

Somos um povo genuinamente obnóxio.

Santa Páscoa!

Calculo que para muitos de vós a Páscoa seja apenas um conjunto de dias que culminam numa espécie de boda... com a família, Mesmo com esta pandemia tenho a certeza que o almoço de hoje será naturalmente diferente.

No entanto para mim a Páscoa convida-me ao pensamento e à introspecção. Como católico esta é altura em que a vida Eterna vence a Morte terrena, simbolizada pela cruxificação de Cristo (a Morte) e a sua Ressurreição (a Vida Eterna).

Não tenhos grandes dotes teológicos para explicar a aplicação destes dois conceitos nas nossas vidas de hoje. Mas ainda assim tentarei algo.

Há gente que passa pela vida de forma quase incógnita. Nada fez pelo outros, nada construiu, por nada lutou. Assim quando desaparecer jamais será lembrado (a Morte terrena).

Entretanto há aqueles que vivem a vida num frenezim. Ajudam, falam, refilam, estendem a mão a quem precisa (na maioria das vezes nem é de dinheiro que se fala!), bravatam por uma ideia, constroem, assumem-se, enfim, como gente viva. Um dia quando deixaram este mundo terreno serão ainda lembrados por muito tempo por aquilo que fizeram, que foram, pelo exemplo e postura.

Terão então ganho a Vida Eterna.

Posto isto desejo a todos que aqui vieram uma Santíssima Páscoa.

Todavia não se esqueçam de serem alguém.

Para conquistarem e Eternidade.

Pensamentos para um fim de tarde!

Está um dia triste.

Há um capelo de nuvens a tapar o Sol brilhante e o céu anilado. Da rua vem um bafo quente incomum nesta altura do ano.

Vou à janela da minha sala e penetro o olhar na paisagem urbana que se espraia na minha frente.

Pergunto-me quantas pessoas naqueles prédios que observo estarão em casa presas, rodeadas de dilemas que não conseguem resolver? Ou olimpicamente sós...

Eu também em casa, como muitos confinado, tenho tudo ao meu dispôr e vivendo serenamente cada dia. Até uma neta para me preencher os dias mais nostálgicos... Assim como livros, muitos livros. Por fim a escrita... esta que aqui vou lançando diariamente e que me devolve sempre em triplicado o que aqui coloco.

Viver obriga-nos sempre a actos de enorme coragem. Porque nem tudo corre como gostaríamos e por vezes não estamos preparados para um desaire.

Olho para esta urbe e reconheço que sou um homem feliz. Por que o Mundo, ao invés do que dizia o poeta, não é uma bola colorida, mas uma pedra cinzenta para a qual é necessário perícia para lhe pegar.

A ditadura do “não-pensamento”

O homem é um ser pensante. Isto é, somos os únicos animais que usamos o cérebro para além das funções primárias de sobrevivência da espécie.

Alguém pensa numa ideia, amadurece-a, verbaliza-a com outros ou então escreve-a unicamente. O passo seguinte servirá para debater, discutir, contrariar ou aceitar. E finalmente, se for caso disso, colocar a ideia em prática.

Porém este Mundo de muitos teres e poucos ou nenhuns seres, originou que muitos, deixassem, somente para alguns, a louca responsabilidade de pensarem… por eles.

Se formos a ver, pensar uma ideia dá um trabalho descomunal, essencialmente se ela for bem definida e anormalmente assertiva. Já para não falar da coerência que se deseja entre o desejo para a ideia e a acção individual.

Portanto endossa-se a outros a tal função…

Só que há quem goste de pensar pela sua própria cabeça, independentemente daquilo que possam dizer. Enfrentam, por isso, diversos inimigos que detestam este tipo de… seres humanos.

E esta postura antagónica observa-se nos locais de trabalho, na política, na religião, na sociedade civil.

Assumo sem rodeios que sou um desses indivíduos pensantes, já que não procuro seguir as ideias que me são propostas sem as entender primeiro. E na maioria, reconheço, não as entendo...

Talvez por isso e como católico seja, por exemplo, contra o celibato obrigatório dos padres ou a favor do uso do preservativo. Tal como na política, onde também tenho pensamentos muito próprios sem estarem associados a quaisquer partidos ou ideologias.

Seremos quiçá poucos os que, como eu, olham a vida com pensamentos bem definidos. Essencialmente numa época em que o Mundo é inundado por uma profusão de “fait-divers” com o único intuito de desviar as atenções dos assuntos realmente importantes.

É neste limbo estranho de demasiados equívocos e de pouquíssimas verdades que vive a maioria das pessoas. Ainda por cima acreditando piamente em bizarros conceitos.

Portanto paira sobre todos nós uma espécie de ditadura do “não-pensamento”, imposta por políticos, televisões, rádios, jornais, redes sociais, “opinion makers”, revistas e sei lá quem e o quê mais. Estes serão assim os únicos donos da verdade... (dizem eles!!!)

Concluo este desabafo com a noção perfeita de que quem tenta abrilhantar a sua vida (e de outros!) com novas ou diferentes ideias arrisca-se a ser massacrado por aqueles que usam a cabeça unicamente para transportarem o cabelo.

E alguns, coitados, nem isso…

Busca!

Nunca fui pessoa para buscar fora de mim desculpas para os meus erros. Como nunca fui capaz de buscar louros nas vitórias dos outros. Porém estes pensamentos nem sempre me tm sido favoráveis... Não importa!

Gosto de me deitar todas as noites numa almofada onde repousará a cabeça e o espirito, consciente de que durante o dia dei o meu melhor. Nunca prejudiquei ninguém nem desejei mal a quem quer que fosse. Mesmo que muitas vezes olhassem para mim de soslaio. Ou me invejassem e dissessem mal de mim.

Estou bem comigo mesmo. Sei que não sou o melhor do mundo, muito menos santo mas também há por aí bem pior que eu...

Finalmente assumo que da vida busco somente a paz de espírito e a serenidade para a minha alma.

Por vezes não tem sido fácil, acreditem!

 

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