Ontem foi um dia especial
Quando éramos uns jovens imberbes, julgávamo-nos capazes de mudar o mundo. Apontámos então baterias para a escrita como veículo de transmissão das nossas ideias e desejos. Sonhávamos ser isto e aquilo, escrever grandes livros, publicar obras marcantes, colocar no mundo um pouco do nosso cunho pessoal através das palavras.
De todos os que em 1978 abraçaram um "Espaço Vivo", só mesmo o Pedro Correia fez da escrita a sua vida. Nem podia ser de outra maneira já que a competência estava lá. Depois o dinamismo, a tenacidade, o rigor, o profissionalismo fizeram o resto.
Fez-se assim jornalista e escritor, para além de bloguer, vai naturalmente espalhando a qualidade dos seus textos e das suas ideias por jornais e demais plataformas.
Contas feitas este meu amigo de longa data já publicou, desde 2014, quatro livros.
Por isso, ontem, ver o Pedro sentado naquela cadeira a observar uma sala repleta de gente, comoveu-me. Obviamente que o mérito daquele lugar é todinho dele. Unica e exclusivamente!
Só que, saber que partilhámos tantas aventuras juntos fez com que eu sentisse que valeu a pena!
Ontem, por mui breves instantes, naquele espaço repleto regressei àquelas reuniões na esplanada de um café, cujo nome já esqueci, ou os longos almoços e jantares no Pancão. Já para não falar das tardes e noites nas nossas casas onde ultimávamos os textos antes de irem para o jornal. Os nossos primórdios...
Depois a vida surgiu-nos com outras propostas e cada um, à sua maneira, foi trilhando o seu próprio caminho.
Hoje tantos anos decorridos estamos todos muito diferentes: mais velhos, mais pesados (pelos anos e não só!), ainda assim parece que foi ontem que nos lançámos à aventura... da escrita.
O resultado está à vista!