O ditado é antigo mas cabe perfeitameente nas personalidades de Fernando Gomes e Paulo Bento.
Deste último sempre achei que nunca teve estaleca para o lugar que ocupou. Ser treinador de um clube é uma coisa, da selecção outra completamente diferente.
Também o actual presidente da FPF não esteve à altura do lugar de dirigente que ocupa. Nesta troca de acusações "diz-que-disse-mas-não-disse-queria-dizer-outra-coisa" fica a sensação que Fernando Gomes foi quase obrigado a dispensar Paulo Bento. É o que se infere das últimas declarações do antigo treinador do Sporting, ao jornal Record, que eu li. Acredito também que este último tenha falado a verdade na entrevista que deu à RTP.
No entanto e no que refere ao presidente da FPF já coloco muitas reticências, sobre as suas declarações.
Finalmente creio que todo este quase romance de "faca e alguidar" só prejudica o actual seleccionador Nacional e obviamente o futebol lusitano.
Paulo Bento deixou de ser seleccionador nacional. Algo que já se previa e que devia ter acontecido logo após a nossa má prestação, no Mundial do Brasil.
Critiquei neste e noutros espaços as escolhas de PB para o Mundial, brinquei com o resultado do último jogo, fui muito crítico no que se refere ao ex treinador da selecção Nacional. E acredito que a sua saída só pode dar numa melhoria.
O problema vem agora... Quem o substituirá? Fala-se de Fernando Santos, Manuel José e mais um ror de nomes. Porém é preciso que a FPF pense bem do que pretende do próximo seleccionador. Escolher só por escolher creio que não vale a pena.
É necessário um homem que perceba de futebol, que tenha vivido o ambiente de selecções, que tenha as necessárias competências técnicas para assumir o cargo. Seria bom, que de uma vez por todas, os dirigentes desportivos olhassem para o futebol como um desporto e não apenas como um negócio. Os empresários podem, a determinada altura, ajudar os clubes na aquisição de determinado atleta... mas com a selecção a bitola deveria ser outra.
Portugal tem capacidade para ter uma grande selecção de futebol. Basta os responsáveis quererem!
Após o jogo de hoje percebi qual o problema da nossa equipa e para o qual o meu caro Paulo não tem obviamente solução. Esse problema chama-se: equipa adversária. Isso mesmo que leu… a selecção contrária.
Não fossem os jogadores das outras equipas jamais os jogadores portugueses teriam problemas. Parece que os adversários quando jogam contra Portugal fazem-no para nos aborrecer. E nos ganhar! Uma chatice…
Num passado não muito distante foram Chipre e Israel. Hoje foi a Albânia. É realmente demais!
Repito o que disse atrás ao referir que o caríssimo Paulo tem um problema em mãos sem solução à vista…
Há uma remota hipótese, que passaria por a FPF apresentar à UEFA ou à FIFA, um novo modelo de futebol jogado pela equipa do meu caro seleccionador e que se resumiria apenas na entrada em campo de duas equipas: a (mal) treinada por si e a equipa de arbitragem.
Desta forma os jogadores lusos entretinham-se a atirar umas bolas de uns para os outros e de vez em quando lançavam uma para baliza, supostamente adversária, para ver se acertavam e marcavam golo…
Talvez não fosse muito emocionante, mas provavelmente seria eficaz!
No futebol, como na vida em geral, o segredo do sucesso reside a maioria das vezes num mero detalhe: um toque subtil, um remate inesperado, uma defesa fenomenal, uma decisão impensável.
O treinador é uma das personagens, que dentro do mundo do futebol, mais depressa passa de bestial a besta ou vice-versa. E grande parte das vezes sem grande culpa. Basta uma mão travesssa... para que tal aconteça.
Ontem no jogo Holanda - Costa Rica, Louis Van Gaal mostrou ao mundo como se gere uma equipa e como não se deve ter medo das decisões. Já no prolongamento o seleccionador holandês teve a ousadia de trocar de guarda-redes. Pensava já Van Gaal, nas grandes penalidades que se seguiriam.
Uma decisão que se provou ser acertada tendo em conta as duas boas defesas do guardião suplente dos Países-Baixos.
Ser treinador de futebol é essencialmente isto: conhecer como ninguém os seus recursos e nunca ter medo de mudar!
Agora é fácil sovar selvaticamente, nem que seja só por palavras, Paulo Bento. Tivessem os “deuses do futebol” como lhes chama José Mourinho com a selecção portuguesa, provavelmente o país acordaria hoje bem mais feliz e o treinador português seria quase endeusado. Pelo menos o país do futebol…
As críticas ao (ainda) actual seleccionador nacional são mais que muitas e chovem de todo o lado. Casmurro e incapaz de aceitar os erros, o antigo treinador do Sporting sai sem honra nem glória desta campanha. Mas a culpa provavelmente nem é toda dele…
Em tempos referi aqui a minha estranheza pelas escolhas do seleccionador nacional para este Mundial. Com um naipe de jogadores aptos e em boas condições, foi chamar atletas muito cansados, com imensos jogos nas pernas e com demasiadas lesões ou inactivos há muito tempo.
E se a polémica com Quaresma tinha razão de ser, então porque não se falou de Postiga ou Nani? Mas adiante… A geração de oiro dos finais dos anos oitenta há muito que deixou de existir. E não deixaram verdadeiros herdeiros. Ronaldo tem-se vindo a destacar no Real Madrid mas com uma seleção destas, amorfa e cansada (ele próprio fatigado!), dificilmente poderia ter feito melhor.
Finalmente o que poderia ser sido um belíssimo incremento financeiro para os empresários após este mundial, tornou-se um verdadeiro fiasco, pois houve jogadores que perderam muito do valor com que tinham chegado, CR7 inclusivé. Ou dito de outra forma o feitiço virou-se contra o feiticeiro… Se a desconfiança na escolhas dos jogadores para esta selecção esteve directa ou indirectamente relacionada com empresários, a verdade é que o tiro saiu mesmo pela culatra e os olheiros interessados em reforços viram-se para outros jogadores de selecções supostamente menos cotadas mas que provaram em campo serem grandes guerreiros. A selecção do Gana é disto um bom exemplo!
A pergunta do título tem uma razão de ser… E agora Portugal?
A resposta parece fácil! Há que mudar… Radicalmente!
Porque sem isso das duas, uma: ou o presente dirigismo velho, antiquado e assoberbado de vícios arrepia caminho, repensando o futebol português, passando por exemplo por obrigar os clubes da primeira liga a jogar com um mínimo de jogadores nacionais ou sem esta profunda reflexão teremos a nossa selecção a jogar ao nível do que foi nos anos setenta e oitenta.
E depois não há contractos de publicidade que nos valha.
Sou muitas vezes acusado, pelos meus amigos adeptos de outros clubes, de ser demasiado faccioso em relação ao Sporting e aos seus jogadores. Pura mentira!
Falo disto porque num destes dias, num almoço de colegas de trabalho, acabou-se por discutir se Ricardo Quaresma devia ou não ser convocado por Paulo Bento.
Na altura expressei a minha opinião dizendo que não obstante as boas exibições no Porto, Ricardo Quaresma ainda não era um jogador constante. E assim sendo não deveria ser primeira escolha. Falou-se então de Varela que achei ainda assim uma boa opção.
Curiosamente o que mais estranhei foi ninguém ter falado de Adrien, Cédric ou André Martins, já que William Carvalho é unanimemente aceite como tendo lugar na selecção.
Espanta-me que grande parte dos comentadores que oiço e leio aceitem naturalmente a entrada directa de Quaresma nos convocados só porque faz uns passes de trivela, e olvidem jogadores que durante toda esta época têm demonstrado qualidade de jogo muito acima da média e que claramente merecem uma chamada de Paulo Bento.
Não sei que critérios observa o actual seleccionador nacional para convocar jogadores. Mas só espero que os empresários nada tenham a ver com essas opções.
Estamos a iniciar a época Natalícia, tempo de prendas, boas comidas e doces. Bom, nada melhor então, para estragar a "dieta", que uma fava no bolo-rei do Europeu, no sapatinho de Portugal. POis é, omeçamos com os alemães e acabamos com os holandeses tendo a Dinamarca pelo meio. Pior grupo não podia ser...
Mas Portugal é próprio em ultrapassar adversários difíceis.
Paulo Bento, se for ainda nessa altura o seleccionador, vai ter uma tarefa herculeana para passar aos quartos de final. Mas com a tranquilidade que ele tanto costuma apregoar (leia-se jogar) até pode ser que haja uma surpresa.
Agora falta inventar um epíteto para os futuros seleccionados. Lanço daqui uma dica: e que tal "Os tranquilos"?