Em termos meramente teóricos os filhos serão a obra perfeita do amor dos pais. Amor puro e incondicional, muitas vezes de uma só via e quase sem retorno.
Não há filhos perfeitos. Da mesma maneira que não há pais perfeitos. Mas é nesta imperfeição permanente que todos têm de viver e conviver! Se souberem e quiserem, claro!
Hoje, por mera concidência, dei conta de duas famílias com filhos, todavia com relações assaz diferentes com os mesmos. A primeiroa é de um velho amigo que tendo dois rapazes mais ou menos da idade dos meus nunca conseguiu educá-los de forma segura e competente no sentido de lhes municiar com lastro para lidar com a vida. A outra assenta num casal que há um quarto de século decidiu adoptar uma criança pequena. Foi um processo moroso, mas conseguiram assumir a seu cargo a responsabilidade de criarem um rapaz.
Se no segundo caso o jovem ainda anda em busca do seu caminho, no primeiro as coisas estão completamente desconfiguradas. Ociosos e sem rumo vivem quase das esmolas dos pais. Mas preferem isso a ter de trabalhar. A verdade é que nenhum deles foi ao esmeril da educação e nunca sentiram o peso de uma verdadeira responsabilidade.
Com estes exemplos fico com a certeza de que há muitos pais que nunca tiveram competência nem discernimento para imporem regras básicas, enquanto outros que aceitaram de livre vontade uma responsabilidade mostraram muito mais sabedoria e acima de tudo valeram-se de uma boa pedagogia.
Ser mãe ou pai não é ser somente procriador, mas formador e educador que curiosamente ou talvez não, até rima com amor!
Hoje necessitei de indicar a uma entidade responsável pelos postes públicos de telecomunicações a localização certa da minha casa pois é encostada a esta que se encontra um poste danificado pondo em perigo acima de tudo pessoas.
Através de uma aplicação super conhecida lá encontrei a posição geográfica da minha humilde casa. Mas esta pesquisa deu-me uma outra noção que vou passar a expor. Todavia há que fazer uma breve introdução explicativa.
Da minha casa à praia mais perto (não é a que frequento!!!) serão, no máximo, três quilómetros. Outras são ligeiramente mais distantes, mas nada de muuuuuuuuuuuuito longínquo. Posso dizer que a praia que vou diariamente neste tempo de férias fica a quatro quilómetros, mal medidos.
Ora bem, o que constatei com a pesquisa que referi no início deste postal é que a maioria das casas deste enorme bairro exibem de uma mancha em azul claro nos seus logradouros, sinal evidente da existência de uma piscina. Se algumas foram feitas de raiz outras nasceram à posteriori e há muitas redondas que calculo sejam das desmontáveis.
Como amante que sou de praia até nem me importo nada com isso pois será menos gente na estrada, nos estacionamentos, no areal.
Muitos destes visados desculpar-se-ão com os filhos e netos pequenos, mas sinceramente questiono esta opção... Até porque não acredito que uma verdadeira criança troque um divertido mergulho numa onda por um salto para uma água carregadinha de cloro! Depois há a areia, outros miúdos e muitas aventuras que um belo areal pode efectivamente dar às crianças.
Em forma de remate diria que me cheira a comodismo por parte dos mais velhos (sejam estes pais, avós, tios ou amigos), olvidando que os afogamentos de crianças nas piscinas são muito superiores aos das praias. Na verdade as piscinas não têm ondas... e muitas nem supervisão adulta!
Educar nunca foi uma tarefa fácil. Nem hoje, nem ontem, nem será amanhã! Que o digam os professores desde o ensino básico até, certamente, à faculdade.
Se antigamente a educação era feita muito à base da ideia tirana de quero posso e mando, hoje é aplicada com o conceito de deixá lá são crianças! É óbvio que as crianças não são adultos em tamanho pequeno. São seres frágeis com uma visão muito própria da vida e é necessário saber respeitar isso.
No entanto educar uma criança sem um mínimo de disciplina é, acima de tudo, arranjar-lhe sarilhos para o futuro, já que habituada desde sempre a fazer o quer, um dia mais tarde, provavelmente tarde demais, perceberá que os outros também têm vontade e haverá evidentes choques.
Por tudo isto é que a liberdade de uma criança não pode ser plena pois há limites que não deverá ultrapassar. E estes limites deverão ser ministrados em casa pelos educadores, sejam eles pais, avós ou outros, baseados na mesma filosofia..
Tive dois filhos mas eduquei quatro. Nenhum deles me deixou embaraçado fosse onde fosse pois desde pequenos perceberam que a sua liberdade também estava limitada, acima de tudo por respeito com os mais velhos.
É frequente ver crianças na rua a exibirem da sua teimosia rapidamente transformada em birra apenas porque alguém não os deixou fazer ou comprar algo. Não se pode, em teoria, culpar apenas a criança dessa atitude mas claramente os seus (não) educadores.
Disciplina e liberdade são faces contrárias de uma mesma moeda que se chama educação. Saber aplicar ambas com o peso e a medida certa será provavelmente o trabalho mais difícil dos educadores. Mas quanto mais cedo conseguirem explicar ambas as regras aos miúdos, mais depressa as crianças se tornam mais responsáveis e pessoas mais tolerantes.
Estou há uma semana com os meus pais. Desde Sábado passado!
O meu pai tem 91 anos, feitos recentemente, e começa agora a ter problemas de saúde mais graves indiciado a iniciar hemodiálise.
A minha mãe, quatro dias depois do meu pai, fez 85 anos. Pouco mais de metro e meio de uma genica única, diria eu que herança da mãe! Todavia a cabeça começa a falhar essencialmente com alguns lapsos de memória. Repete amiúde as mesmas questões e percebe que já não é a mulher de outrora.
Portanto constato um pai triste e quase inerte - o exemplo encontra-se na sua total ausência da apanhana da minha azeitona, algo que nunca aconteceu - e uma mãe que chora o seu novo estado intectectual.
Deste lado temo pelo futuro deles... Como irá o corpo do meu pai receber um tratamento tão forte? Ou como acordará amanhã a minha mãe?
Estava eu na praia a ler um livro quando uma certa passagem da leitura acordou-me para esta questão: até quando deveremos educar os nossos filhos? Sendo eu já velho ainda deverei tentar educar trintões, ainda por cima já com descendentes?
Normalmente quando coloco aqui algumas perguntas trago comigo... algumas respostas. Se bem que sejam apenas as minhas ideias e nunca verdades absolutas, como muita gente assim considera, desta vez não tenho nenhuma resposta pronta para qualquer das dúvidas formuladas.
Educar, formar, ensinar poderá ser )ou deveria sê-lo!!!) um acto permanente na nossa vida, mas para isso temos de estar cientes e disponíveis para aceitar o que nos é depositado na mão.
Felizmente ainda tenho pai. Tem 90 anos e ainda sendo autónomo, há já coisas que não se desembaraça. Assim sou eu que remota ou presencialmente vou tentando resolver algumas situações pontuais. Mas será que ele, com a idade que tem, ainda me educa, me ensina, me aconselha?
A resposta é fácil: sim! Ainda encontro no meu pai o farol que tantas vezes me tentou alumiar nos caminhos da vida. É na família... o exemplo!
Termino com a ideia de que educar será sempre a melhor e a maior herança que deixamos aos nossos filhos, mesmo que a determinada altura eles julguem que nada vale.
Um dia, possivelmente, compreenderão o que acabei de escrever!
Entre diversas coisas que aprendi nos meus relacionamentos com as crianças (filhos, sobrinhos e outros petizes!), uma delas prende-se com a capacidade que os miúdos têm na resposta que devem dar à estúpida pergunta: gostas mais de quem?
Obviamente que o questionado percebe sempre que resposta deve dar e assim contentar quem lhe lançou a questão. Muitas vezes com direito até a prémio.
Nunca gostei deste estratégia para ganhar o carinho e a atenção das crianças. O melhor mesmo é descermos ao nível deles e participarmos nas suas brincadeiras, por muito parvas que sejam para nós (nunca são para eles!). Sermos um deles!
Educar hoje uma criança não é fácil (creio mesmo que nunca o foi!), mas quem educa deve ter sempre em atenção que nenhuma criança é igual à outra. Mesmo que filhos do mesmo pai e mãe! As crianças requerem dos educadores muita atenção, genuíno carinho e uma enorme resistência psicológica. Diria que sem estes três vectores um miúdo pode facilmente desviar-se do bom caminho.
A disciplina deve ser ministrada, mas outrossim explicada e nunca olvidada... Uma criança que não saiba respeitar a disciplina que lhe é apresentada nunca singrará convenientemente na vida. Porque desde cedo aprendeu que o Mundo rodava à sua volta. Por isso tem de se habituar a escutar a palavra Não. A chantagem psicológica que muitas crianças utilizam para conseguirem os seus intentos nunca deve ser valorizada.
Por fim há que dar a perceber a eles que todos somos precisos... independentemente da idade e da capacidade intectual!
Hoje são eles que precisam de nós! Amanhã somos nós que precisaremos deles!
Desde o fim do Verão de 2020, em plena crise pandémica, que passei a ser cuidador de uma neta que na altura tinha apenas alguns meses de idade.
De um momento para o outro acrescentei à figura quase sempre simpática de avô a enormíssima responsabilidade de cuidador e ao mesmo tempo de educador, pelo menos enquanto está comigo.
Diz o povo: os pais educam e os avós deseducam.
Esta máxima tão popular é a prova teorica de que os avós servem unicamente para os momentos doces da relação com os netos. Porém a prática tem outras nuances.
Na verdade todos os que já foram pais percebem que há com os filhos um momento de dúvida e que se prende com a ideia daquilo que vale mais: o amor de pai ou o amor de educador? No fundo os pais e os avós de uma criança pequena vivem permanentemente neste velhíssimo dilema.
Entretanto eu não fujo à regra
Disciplinar uma criança de tenra idade não é fácil. Fazer aquela entender o que pode ou não pode fazer, comer ou simplesmente mexer requer de uma certa pedagogia que não está ao alcance de muita gente. É necessário muito amor e muita paciência para se levar "o barco a bom porto".
Resumindo reconheço que amar e educar uma criança são faces opostas de uma só e estranha moeda cujo nome nem imagino qual seja, mas que existe certamente!
Há uns 10 anos publiquei este conto num espaço dedicado para o efeito e onde um nome seria sinónimo de uma certa maneira de ser. Obviamente que é apenas um conto e muito longe da realidade, já que nem todos os Franciscos são boas pessoas como será o Papa, nem todos os Vladimir são Putin.
Se ao nome não se cola uma determinada personalidade, aquele poderá criar uma personalidade diferente daquela que teria se tivesse outro nome. Muito por culpa dos outros.
Escrevo este espécie de preâmbulo, mas reconheço que sou grande apreciador de designações bizarras. Tenho até uma lista que uso amiúde nas minhas estórias. A maioria são nomes que encontro nas aldeias de gente que conheço ou não conhecendo soube da sua existência. Na minha própria família há alguns exemplos estranhos.
Um mau nome poderá originar um começo de vida enviesdo, já que logo aos seis anos o dono pode ficar nas mãos das outras crianças. Relembro a este propósito que um nome será para sempre, para os bons e maus momentos.
Conheci muita gente na minha vida que detestava o seu próprio nome e muitas vezes ou a maioria desenvolviam um diminutivo de forma a amansar possíveis ataques.
Portanto... cuidem os próximos pais de escolherem o melhor possível, um nome para os seus infantes. Evitando assim canções como esta.
Com o crescer constante da minha neta as idas a um parque infantil tornaram-se frequentes. Ali ela procura os equipamentos de mais gosta que são essencialmente o escorrega e o baloiço.
Ultimamente o parque está mais preenchido com crianças que vão acompanhadas de pais ou avós (como é o meu caso!!!).
Mas se nos avós percebo mais cuidado e atenção, já nos pais - não em todos, obviamente – encontro algum descuido, para não usar uma expressão mais dura. Abrem a cancela do parque e largam lá as crianças que, sozinhas, vão descobrindo coisas engraçadas, mas outrossim os perigos.
Entretanto os paizinhos e mãezinhas destas crianças apenas se preocupam em falar ao telemóvel ou em fumar aquele cigarro, descuidando os seus infantes presentes.
Ainda esta semana não fosse eu estar presente e bem perto de uma criança, provavelmente esta cairia do alto do escorrega, enquanto a mãe virou as costas à filha.
Dá a ideia de que a liberdade no parque infantil terá outros alvos para além as crianças…
Sempre que o tempo meteorológico e o outro se alinham aproveito para ir ao parque infantil com a neta. Esta adora baloiço e escorrega... como qualquer criança.
Ao redor do parque há umas árvores e uns bancos largos, daqueles de jardim.
Esta semana tenho encontrado um par de namorados que desde cedo por ali estão em brincadeiras próprias da juventude e da paixão. No entanto hoje apercebi-me mais a fundo da idade daqueles miúdos. No máximo terão 13 anos se não menos, sendo que a menina é fisicamente mais alta que o rapaz que parece, talvez por isso, ser mais novo que ela.
Não me compete fazer qualquer crítica aos costumes dos outros, mas naquele parque olho para o lado e vejo a minha neta de dois anos a brincar e pergunto-me: e se aquela menina fosse minha neta?
Ainda no seguimento do que escrevi ontem aqui, fico cada vez mais com a sensação que há algo de errado na educação de hoje de crianças e jovens. Por culpa dos pais, avós, tios e demais família. Mas chamo também o Estado à barra, que sem perceber muito bem o que anda a fazer com os nossos miúdos de vez em quando tem umas ideias peregrinas para impor nas escolas.
Sei que os jovens têm hoje a tendência, quase natural, de saberem muito sobre certos "assuntos" que eu só tive conhecimento já era homem crescido. Uns dirão que é conhecimento, outros...
Depois surge-me outra questão e que se prende com os pais destes miúdos... Saberão eles o que se passa com os seus infantes? Calculo que não!
Podem-me chamar de retrógado ou antiquado que eu não levo a mal, pois considero que há na vida tempo para tudo... No meio disto tudo o que me surpreende são os progenitores destas quase crianças, que vivem as suas vidas descansados sem realmente perceberem o que lhes pode surgir em casa.
Imagino que as hormonas nestas idades estejam aos pulos e aos saltos, mas caberá aos educadores ensinar e quiçá controlar os impetos sexuais destes adolescentes, de maneira a não terminarem em dramas e tragédias familiares.